8° Capítulo

448 37 0
                                    

03/05 o dia do meu aniversário, papai disse que 18 anos lá fora é maioridade. E eu estava pensando porque uma troca de números iria mudar seu pensamento? 

Acho que maioridade não devia ser na idade e sim na mentalidade. Enfim, Hoje vamos na montanha fazer um piquenique. 

Noos alimentamos com o que a natureza nos oferece. E quando não conseguimos alguma fruta apenas caçamos em forma de lobo. 

E hoje é um dia especial, gosto do meu aniversário por ser o dia que em que eu me transformei, sentir minha loba dentro de mim foi uma das melhores sensações que tive. 

Fomos até a montanha e nos sentamos, era época de bastante fruta meu pai pegou alguns peixes e assamos no restante da madrugada. 

Fumaça durante o dia pode atrair perigo. 

Diego: Filha — Me chamou e logo tirou uma caixinha velha do bolso — Esse é o presente da sua mãe, ela queria que eu te entregasse isso. 

Abriu a caixinha e mostrou um colar com uma pedra azul escura em forma de pingo de chuva. Olhei para meu pai e voltei o olhar para o colar. 

Diego: Esse colar é uma tradição de família, é passado de mãe para filha no aniversário de 18 anos. É uma marca do seu sobrenome. 

Puxei meu cabelo para o lado e ele colocou o colar, senti uma calma dentro de mim e sorri com isso. 

1 mês depois…

Ayla: Vamos pai, tenho que treinar pontaria hoje — Disse o puxando pelo braço — Só essa por hoje e não te incomodo por… Sei lá 8 horas. 

Diego: Você não sabe negociar — Riu balançando a cabeça em forma de negação — Vamos antes que você me deixe louco. 

Ele fez as marcações e tinha minhas adagas em mãos. Lancei a primeira adaga e foi quase no centro, lancei a segunda e acertei o meio, a terceira acertei o meio também. E cada vez as marcações eram mais longe. 

Quando estava pegando as adagas resolvi falar com meu pai sem medo, tô brincando tava me borrando de medo. 

Ayla: Pai, queria te falar uma coisa — Falei meio desconfortável — Já que eu estou bem melhor em lutas, no treinamento em geral eu queria te falar qual a intenção de treinar tanto assim. 

Diego: Ayla eu já tinha notado isso, e tenho quase certeza do que vai falar — Ouvi seu suspiro — Sei que é difícil pra você mas não podemos sair da floresta. 

Ayla: Não, você não sabe como é viver sem ter visto nada lá fora. Eu quero sair daqui, esse lugar não é minha casa, não é o meu lar. — Minha voz falhava por estar elevando a voz com meu pai. 

Diego: Chega de treinamento, pra cabana agora — Colocou suas mãos sobre a minha, mas quando foi me tocar eu me afastei. — Ayla não complica as coisas, vamos logo. 

Ayla: Não pai, chega de regras, chega da cabana, chega de se esconder, eu não quero me esconder pro resto da vida. — Quando abri a boca para continuar ouvimos um barulho de passos nas folhas secas. 

Meu pai me puxou para trás de uma árvore fechada e pediu silêncio. Logo ouvimos um rosnado, um lobo. 

"Chega de se esconder" minhas palavras vieram a tona. Me concentrei na audição e nos passos do lobo ou loba, quando percebi que estavam perto o suficiente saí de trás das folhas e só ouvi meu pai me repreendendo. 

Vi um homem de costas e me preparei para o derrubar, pulei em suas costas o derrubando, que lobo fraquinho. 

Rolamos nas folhas e rosnamos um para o outro, senti garras perfurando minha coxa esquerda. Rosnei mais alto e o arranhei no pescoço, com a sua distração peguei uma das adagas e coloquei em seu pescoço e sentei em sua barriga o deixando imobilizado. 

Ayla: Quem é você? O que está fazendo nesse território? — O homem me olhava com a boca aberta e uma cara de bocó. — Vamos! Responde. 

Diego: Se você tirasse a adaga de sua garganta ele responderia — Disse com uma voz firme, tirei lentamente a adaga de seu pescoço mas não saí de cima dele, vai que ele fugisse. 

O rapaz olhou para meu pai e seus olhos eram de espanto. 

— Impossível — Sussurrou, essa voz? — Diego? É você? 

Diego: De onde me conhece garoto? — Sentia que meu pai estava surpreso mas não demonstrou nenhuma emoção. 

— Sou o Isaac, filho do alfa Miguel, você era o beta dele.

🦋...


A última híbridaWhere stories live. Discover now