Eu encontrei meu alvo mascarado

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-  Ele está vestindo um terno branco e uma máscara que oculta olhos e nariz, consegue vê-lo? - Perguntou meu informante pelo comunicador na minha orelha.

- Hm, está aqui. - Confirmei discretamente. A distância entre eu e o meu alvo era o suficiente para ele não notar nada.

- Aproxime-se dele e faça seu trabalho, mas não o alerte de forma alguma. - Eram as últimas instruções, então arrumei minha própria máscara e me aproximei do pub onde o senhor do termo branco tomava um coquetel requintado como tudo naquele prédio.

- Boa noite. - Foi meu cumprimento ao me aproximar casualmente e sinalizar ao barmen uma taça de vinho.

- Oh... Boa noite. - Sua voz era suavemente doce, com tons de divertimento. E eu sabia o porquê do divertimento.

  Aquele era um homem extremamente bem sucedido. Estava no mais alto patamar de uma das multinacionais mais bilionárias do mundo, e ele construiu todo esse mérito tendo apenas a minha idade, vinte e oito, então era óbvio que ninguém chegaria displicentemente perto dele.

  Eu peguei a minha taça e tomei um gole daquele vinho caro. Particularmente eu não tinha pressa, na verdade queria abusar de uma posição presunçosa para ver como ele reagiria, mas aquele homem parecia ter um humor excepcional.

  Ele se aproximou um pouco e inclinou o rosto na minha direção, os olhos baixos e ocultos sob uma camada grossa de cílios negros e uma curvatura divertida nos lábios vermelhos. Ele perguntou baixinho: 

  - Posso perguntar como alguém que não conheço entrou na minha festa? - Sua máscara tampava apenas os olhos e o nariz, então pude ver seu sorriso divertido de dentes perfeitos.

- Oh... Fui descoberto. - Confesso que não esperava que ele conhecesse cada um presente. Não era uma festa pequena nem vazia, sem falar que as luzes estavam baixas e todos mascarados.

  Aquele cara estava mesmo atento.

- Bem, digamos que eu estou pronto para as consequências se puder trocar algumas poucas palavras com você. - Respondi mansamente, atacando com uma arma que eu sabia usar bem: sedução.

  O homem pareceu aprovar e se divertir com a resposta, mas não disse nada.

  Ele soltou seu uísque e se levantou antes de estender a mão na minha direção, curvando suavemente as costas, mas mantendo aqueles lindos olhos azuis nos meus.

- Posso te pedir por uma dança? - Seu tom doce e brincalhão era atraente. Eu, como um militar treinado, não deveria cair na lábia desse tipo de criminoso, mas confesso que minhas pernas fraquejaram brevemente...

- O que irão falar sobre você dançando com outro homem? - Perguntei ignorando a minha barreira de contato físico e dando-lhe minha mão. Sorte que ele estava usando um par de luvas brancas que combinavam com suas roupas.

- Não importa, deixe falaram o que quiserem. - Disse como um adolescente rebelde, me puxando gentilmente até o centro da pista.

  Mesmo estando de máscara, todos ali sabiam bem quem era aquele homem, então se afastaram do centro e, como treinados, eles rodearam a pista para ver a dança do sortudo que havia fisgado o chefe.

- É constrangedor. - Admiti para ele quando seu braço esquerdo rodeou minha cintura e os dedos da outra mão entrelaçaram nos meus.

  Agora, àquela distância, eu não conseguia não ficar preso na cor linda dos seus olhos brilhantes. Eu pude sentir o hálito quente da risadinha dele. Que perigo...

- Não se sinta assim. Todos aqui estão entediados, isso vai dar o que falar. - Ele seguiu o som sinuoso dos instrumentos que ditava a música e eu apenas segui ele.

- Você está entediado? - 

- Sim, muito. Nessas reuniões só tem velhos falando de iates e velhas falando de bolsas. - Reclamou realmente parecendo um adolescente rebelde. Eu ri genuinamente dessa personalidade inesperada.

- Por que ser o anfitrião, então? - Eu senti seu braço apertar suavemente ao redor da minha cintura e ele inclinou o rosto na direção do meu, quase fez meu coração parar, mas ele desviou e colocou os lábios bem próximos da minha orelha para sussurrar:

- Para encontrar cinderelas como você. -

  Sim, definitivamente minhas pernas ficaram mais moles.

- Você sabe flertar, príncipe encantado. - Eu provoquei para tentar organizar meu cérebro estúpido. Como assim eu estava sendo levado pelo criminoso?!

- Apenas quando encontro uma joia que valha a pena. - Ele sabia muito como flertar!

- Aliás, posso saber seu nome? - Ele afastou o rosto, mas eu tinha certeza que estava mais perto do que antes. Ele era mais alto, então eu tinha que erguer a cabeça um pouco para olhá-lo nos olhos e isso era a oportunidade perfeita para ele abaixar sua cabeça e tocar seus lábios nos meus.

- Não será mais emocionante descobrir pelo sapatinho de cristal? - Desviei dando-lhe um sorriso desafiador.

  E ele parecia muito se divertir com a situação, não levava nada a mal.

- Você está certo. Mas, me diga, nosso limite é apenas até a meia noite? -

- Até o amanhecer. - Respondi com um tom insinuante.

  Eu não sou um cara que abre as pernas no primeiro encontro, mas eu nunca imaginei que as coisas caminhariam daquela forma para aquele rumo. Eu estava disposto a tentar.

  Sem falar que transar com um príncipe bonito, simpático e rico, e chamar isso de trabalho, me parece uma oferta tentadora demais para recusar.

- Então devemos fugir logo para aproveitar ao máximo, certo? - Ele parou sua dança suave, mas não me soltou nem desviou os olhos.

- Você realmente está tão entediado assim? - Claro que eu me faria um pouquinho de difícil, mas não muito.

- Nem se essa fosse a festa mais divertida da minha vida eu desperdiçaria a oportunidade. - Não foi impressão minha, ele realmente curvou as costas um pouco na minha direção.

- Desperdiçar a oportunidade? - Automaticamente, por causa da distância e do encanto, minha voz ficou mais baixa.

  E, então, senti a mão esquerda dele deslizar lentamente um pouco para baixo nas minhas costas.

- Quem seria idiota a ponto de desperdiçar a oportunidade de conhecer melhor o seu verdadeiro interior? - Sussurrou lentamente, suavemente, como se fizesse as próprias regras naquela redoma de hipnose.

  E eu estava caindo conscientemente no encanto dele. Eu escolhi cair, ok?

- Está tudo bem? Você não me conhece. - Eu estava perdendo na batalha de dominação, meu rosto estava vermelho e eu desviei os olhos.

- Acredito piamente em uma conexão especial. Talvez não romântica, mas que meu corpo quer o seu, isso é inegável. - O safado era bom de verdade, tudo que ele falava entrava e ficava na minha cabeça, que raiva.

  Eu voltei a erguer meus olhos e encontrei aquele mesmo sorriso de lado cheio de traquinagem. Estava claro que seria divertido para o príncipe passar a noite comigo, mas que não passaria disso.

  Mas o que importa? Não fui ali para me apaixonar e sim espionar aquele homem.

  Eu apenas exigi um quarto escuro para que ele não visse meu rosto. Assim que ele me deu isso, eu apenas segui ordens.

  E que noite...

🎭

E é assim que iniciamos Meu Alvo, mais fodidos que o pequeno Hiroshi 🙌
(não foi citado, mas ele se chama assim)

Vou manter a mesma frequência de Target, todo domingo. Fiquem à vontade para criticar, adotar um personagem ou me xingar. Caso não me conheça, meu nome é Otome e eu vou dar tudo de mim para te fazer se divertir e/ou chorar

Bye bye (✿❛◡❛)

Meu AlvoWhere stories live. Discover now