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|S E L E N A|


Abro os olhos sonolentos.
A luz da lua invade meu quarto pelas frestas da cortina que balança pelo vento.
Esqueci de fechar essa coisa.

Meu celular, responsável por ter me desperto às três horas da manhã como indica o relógio, vibra novamente.

A tela pisca um número desconhecido e exito atender.
Quem me ligaria à essa hora?
Talvez a pessoa esteja nos Estados Unidos, o fuso é diferente.
Mas.... número desconhecido?

Viro-me para trás a fim de ver se Aron está dormindo. Ele está calmo. Sua respiração está cadenciada e seu rosto está relaxado. Ele dorme profundamente.

Com cuidado, saio de seu abraço e pego o celular, saindo do quarto em passos fracos para não acordá-lo.

— Alô? — Digo assim que atendo a ligação.

A linha está muda. Tudo que consigo ouvir é uma respiração do outro lado.

— Eu irei desligar. — Aviso. Meu corpo se arrepia de medo quando uma voz grossa solta um risinho.

Selena. — É um homem. Seu inglês é forte, o sotaque é claramente francês, assim como o de Aron. — Não me deu ouvidos, menina.

— É você. — Acuso, sussurrando. Há alguns homens, gente da La Trinità, que fica vigiando a casa à noite e odiaria de algum deles ouvissem. — O que quer?

— Você tem uma hora para sair da casa, Selena, ou a menina morre. — Ele diz com escárnio e franzo o cenho, confusa.

— Menina?

— Uma hora. Não conte a ninguém, ou ela morre. — Ele desliga.

Assim que abaixo o celular, a tela pisca uma mensagem nova. Quando abro, sinto meu coração parar.

É a foto de uma criança, uma garotinha, não deve ter mais que cinco anos. Ela está chorando muito e há uma arma apontada para sua cabeça. Não consigo ver o rosto da pessoa que a mantém refém, mas o medo está nítido no rosto dela.

Pode ser um blefe.
Talvez ela nem exista.
Talvez seja apenas uma armadilha.
E se não for?
E se ela realmente estiver em perigo e matarem-na se eu não sair?

Uma nova mensagem aparece, é um vídeo. Um vídeo dela.
A garotinha chora muito enquanto segura um papel escrito "Uma hora, ou eu morro".
Que merda.

Bom.
Eu vou, mas não posso sair sem deixar alguma pista ou alguma forma de me encontrarem.
Droga.
Aron podia ser paranoico como meu pai!
O que eu faço?
Ah!

Eu estou em uma sede da máfia italiana, extremamente tecnológica, é claro que deve ter algum tipo de rastreador por aqui.
Lembro-me do meu tio dizer que todos os uniformes que usam em missões possuem um chip de rastreio e sei exatamente onde eles ficam.

Desço as escadarias principais com cautela.
Vejo alguns dos homens deitados no sofá, dormindo. Se Alexsandro visse isso...

Nas pontas dos pés, movo-me sorrateiramente até o corredor que leva até uma parede de tijolos brancos e vazia. A princípio, não parece haver nada, mas se eu apertar aqui...

O sócio do meu paiWhere stories live. Discover now