Eu ia conversar com o encantador de sombras mais tarde, ele estava ocupado hoje e a gente nem teria o treino.
Eu me sentia mais perto de minhas terras de alguma maneira, talvez eles estejam mais perto daqui do que eu acho, ou eu esteja. Mas como poderia? Não tenho idéia de como voltar.
Ainda assim, treinei sozinha hoje.
Pulei de lugar em lugar de Velaris, longe das pessoas. Até no meio da floresta ou fui parar no meio de um lago, mas consegui voltar para casa todas as vezes.
Até que aterrissei em uma clareira, o sol tocou minha pele e eu não sei a quanto tempo eu não sinto isso. Só eu. Minha mente me sabota as vezes e os pensamentos tomam conta de mim, mas o quentinho do sol fez eu me acalmar.
Me deitei na grama, coloquei meu cetro em cima do corpo e por enquanto não estava temendo nada.

Fiquei alguns minutos lá quando senti passos na grama.
_ Está me seguindo?_ perguntei ao ruivo.
Lucien estava ao meu lado quando abri os olhos e levantei a mão contra o reflexo do sol.
_ Jamais!_ respondeu.
_ O que faz aqui?_ me sentei.
_ Achei que tinha alguém aqui, você está perto das terras humanas.
_ Ah!
_ Poderia ser acertada por uma flecha de freixo ou seja lá o que os humanos tem na cabeça.
_ Não tentariam tal coisa. _ o olho dele fez um barulho. _ Parece cansado, Lucien.
_ Não estou cansado._ ditou seriamente.
_ Posso perguntar, seu olho, como funciona?_ será que eu estava sendo indelicada?
_ Uma amiga antiga fez para mim, é uma ótima artesã._ o olho brilhava, adoro a engenhosidade.
_ É muito engenhoso!_ elogiei.
_ Veio até aqui sozinha?_ questionou o ruivo se sentando na minha frente.
_ Sim!
_ Então está avançando bem!
_ É, talvez._ eu estava preocupada novamente e ele notou.
_ Já tentou dar uma olhada no lugar que caiu quando chegou?_ bom questionamento.
_ Não, o que tem em mente?
_ As vezes os feitiços deixam rastros e imaginei que uma magia tão forte como essa poderia ter deixado uma marca.
_ Não tinha pensado nisso.
_ Você se lembra de onde aterrissou?
_ Sim, quer ir comigo até lá?_ queria que viesse comigo já que ele deu a ideia.
_ Eu gostaria, mas eu não tenho uma boa relação com meus irmãos.
_ Por que?_ caralho, por que tão curiosa Eglantiny?
_ Eles nunca foram as pessoas mais agradáveis.
_ Entendo._ me levantei e ele também.
_ Obrigada pela informação, Lucien!_ Ele sorriu levemente._ Até mais.
Atravessei até às terras da corte outonal. Não parei exatamente no lugar que cai, mas eu sabia que estava por perto.
Andei poucos minutos sozinha, eu olhava as árvores na esperança de achar algo.
Pisei em uma terra diferente, era como carvão queimado, quando olhei para baixo eu achei.
Uma marca enorme e redonda no chão coberta pelas folhas com "desenhos" diferentes dentro. Tirei tudo que havia em cima e dei uma boa olhada naquilo, estava queimado.
Isso com certeza me ajudaria em algo.
Eu estava muito perto de onde os guardas ficam, então não demorei muito para sair.

Voltei correndo para a galeria de Feyre, ela estava pintando dessa vez.
_ Preciso que olhe minha mente de novo!
Ela levantou os olhos assustada.
_ O que você fez?
_ Olhe!_ eu sorri com os dentes.
Permiti que entrasse, ela bisbilhotou minhas últimas memórias. Quando saiu me olhou com a boca aberta.
_ Pode desenhar isso para mim?
Ela trocou a tela que estava pintando e começou o desenho que viu em minha mente, fiquei ao lado da fêmea que fazia tudo muito animada.

Na casa dos ventos, tomei um banho e coloquei um vestido azul claro, simples e fechado.
Atravessei para casa de Feyre e todos já estavam lá.
Mor estava radiante como sempre, vestindo vermelho e contava para o grão senhor o que andou fazendo.
_ Não te achei na casa quando voltei._ Azriel me deu um susto.
_ Passei o dia fora._ ele tinha me procurado?
_ O que fez?_ questionou sério como sempre.
_ Treinei sozinha e Lucien me ajudou a descobrir algo incrível._ contei animada esquecendo do clima que estava de manhã.
_ Lucien?_ foi a única coisa que ele assimilou.
_ Sim, ele sugeriu que eu fosse para o lugar que cai quando cheguei. E eu achei um rastro do feitiço do mago que me trouxe.
_ Achou algo?
_ Sim!! Quando voltarmos para casa eu te mostro, Feyre fez um desenho, podemos tentar decifrar algo.
_ Claro!

O jantar ocorreu bem, contei para Rhys o que achei com a ideia de Lucien e ele disse que gostaria de ver depois.
_ Quero mostrar para Hélion também!_ eu disse._ Ele pode reconhecer algo.
_ O grão senhor da invernal quer conhecer você._ Feyre disse, estávamos comendo carne de porco com cenoura._ Ele e a esposa querem saber o que podem enfrentar mais para frente.
_ Tudo bem!
Azriel estava do meu lado, mas as sombras não estavam perto de mim dessa vez, estavam perto de Elain que não soltou uma palavra, pelo menos não na minha presença.
Tentei ignorar aquilo a noite toda.
_ Seu cabelo cresceu, Tiny!_ Mor reparou.
_ Acho que sim! A tempos que eu não corto.
Foi uma ótima observação, não tinha reparado nisso.

Quase de madrugada, Feyre trouxe dois arcos e muitas flechas e um alvo, colocou no fundo do corredor e começamos uma disputa de quem tem mais pontos.
Eu, Nestha e Feyre fizemos um grupo e Azriel, Cassian e Rhys fizeram outro.
Cada round ficávamos mais distantes do alvo.
_ Não vale! Cassian deu um passo para frente!_ falei quando ele atirou no alvo ficando um ponto a frente.
_ Não deu nada, Tiny! Você só está com medo de perder._ Rhys defendeu o irmão.
_ Jamais temeria Cassian, ele tem alergia a flor._ tirei uma com a cara dele.
_ Isso não é Argumento!_ O general gritou apontando para mim.
Eu gargalhei.
Era minha vez, fiquei bem longe do alvo e atirei. Errei o lugar por centímetros. Eu tinha que bater o recorde de Cassian e deixar a flecha mais próxima do centro e ficou um pouco mais longe.
Feyre se posicionou para empatar o jogo. E claramente conseguiu, Rhys vibrou pela parceira e vários "eu te amo" foram berrados.
Vez de Nestha, ela estava seria, Cassian e Azriel começaram a cochichar cantando.
_ Vai errar, vai errar, vai errar, vai errar, vai errar...
Ela atirou, a flecha estava bem no centro. Ganhamos.
Eu e Feyre pulamos na mulher que gritava junto com a gente.
_ Vocês são patéticos!_ uma Amren falou assistindo tudo.

Eu estava observando o desenho de Feyre no quarto. O que aqueles símbolos significam? Como posso ter nascido naquele lugar e não saber o que era isso, Porra.
Algumas batidas soaram na porta.
_ Pode entrar?_ eu estava na escrivaninha olhei para trás e um Azriel vestindo roupas comuns entrou pela porta.
_ Acho que nunca vi você sem seu uniforme de espião!_ olhei de cima a baixo, estava lindo.
_ O que pensou que eu vestia para dormir?_ ele questionou ao puxar uma cadeira ao meu lado.
_ Sei lá, talvez uma armadura de dormir._ ele riu.
_ Olha!_ passei a tela para ele que olhou muito atentamente para a arte.
_ Tem alguma idéia do que seja?
_ Não._ encostei as costas na cadeira.
_ Vamos decifrar, então!_ ele estava otimista._ Quem sabe isso é a resposta para o que você quer.
Olhei para ele um pouco. Como eu iria começar essa conversa?
_ Azriel, me desculpa por ontem..
_ Não precisa se desculpar, eu fui muito rápido._ me interrompeu.
_ Não! Eu tenho sim. Olha eu tenho muitos bloqueios, mas não posso deixar de ter você por isso. Não deixei você descer minha roupa por que eu tenho cicatrizes enormes nas costas.
Ele ficou quieto e suas sombras se moveram mais rápido.
_ Uma bruxa me puniu uma vez_ Continuei._ São horríveis e eu as odeio, posso esconder com um feitiço mas aí estaria me enganando.
Ele chegou mais perto, Deus, como é difícil continuar.
_ Você foi a primeira pessoa que não sentiu medo das minhas Sombras e não olhou estranho para minhas mãos. Eu entendo seus sentimentos e adoraria beijar cada parte de seu corpo.
Ele se aproximou mais e eu encostei minha testa na dele.
_ Onde você estava esse tempo todo em que eu precisava de alguém que entendesse o que eu passei?_ ele perguntou.










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Queria que vocês me dissessem o que estão achando da fic!
Podem deixar alguma ideia nos comentários e me digam se não esta forçado demais ou mal desenvolvido.




























Corte de Amor e Caos - AzrielWhere stories live. Discover now