𝐢𝐢𝐢. 𝘵𝘩𝘦 𝘴𝘪𝘭𝘦𝘯𝘤𝘦

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─ O que você está fazendo? ─ Ele a questionou, observando os cadáveres dos caminhantes em volta da Hart. ─ Minha mãe não para de ouvir as músicas do Aiden, meu pai ainda não disse uma palavra e você está aqui fora com eles. ─ Spencer afirmou, suspirando frustrado. ─ Eu...

Meadow o interrompeu, mantendo sua cabeça baixa, se levantando. ─ Só volte para Alexandria, Spencer. ─ Ela tentou mais uma vez. ─ Eu quero ficar sozinha.

Spencer se aproximou da Hart, encostando sua testa na cabeça dela, repousando suas mãos nos braços de Meadow, enquanto ela ainda não havia se virado para encará-lo, tentando segurar as lágrimas que insistiam em se formar em seus olhos.

─ Eu preciso de você. ─ Ele afirmou, como se fosse um pedido. ─ Por favor, Meadow.

A Hart limpou a lágrima que escorreu pela sua bochecha. Ela não queria se virar, não queria que Spencer enxergasse o seu pior. ─ Vamos 'pra casa. ─ Meadow declarou, pegando a faca que estava caída no chão e a guardando.

Ela caminhou na frente, se certificando que o caminho estava seguro. Spencer segurou sua mão, ignorando o sangue seco que marcava os dedos da Hart e, quando ela o olhou, Meadow encontrou tristeza em seu olhar.

Quando pararam em frente aos muros de Alexandria, Nicholas abriu o portão, aparentando já estar esperando a volta do casal. ─ Meadow. Spencer. ─ Ele afirmou e a Hart puxou seu noivo, continuando a caminhar em direção à sua casa, mas o antigo companheiro da equipe de Aiden continuou a segui-los. ─ Eu queria dizer que sinto muito pelo o que aconteceu.

A Hart não disse uma palavra, seus punhos se fecharam, cada palavra que escapava da boca de Nicholas parecia torturá-la. ─ A Deanna nunca devia ter deixado essas pessoas entrarem. ─ Ele continuou e Meadow acelerou seus passos, balançando sua cabeça, sentindo como que seu sangue estivesse em chamas. ─ O Glenn abandonou o Aid...

Antes que ele pudesse terminar, as mãos de Meadow já estavam segurando seu colarinho, o empurrando para trás. ─ Não diga o nome dele! ─ Ela exclamou, chamando a atenção dos outros moradores. ─ Nunca mais diga o nome dele. ─ Nicholas a olhava assustado, seus músculos tremiam quando Meadow o acertou com o primeiro soco.

Ele caiu no chão e a Hart estava em cima dele, ignorando os protestos de Spencer. ─ Você abandonou ele! ─ Ela disse, socando seu rosto repetidamente. ─ Você sempre foi uma covarde. ─ Meadow afirmou, sangue escorrendo pela boca de Nicholas. ─ Você que devia estar morto. ─ Ela o socou mais uma vez, sentindo quando braços a envolveram, a puxando para longe.

Sua respiração estava ofegante, ela podia escutar os seus batimentos acelerados. Ela encarou quem tentava segurá-la, se deparando com Daryl. Seu olhar estava fixo na Hart. Rick estava ao seu lado, dizendo para ela se acalmar enquanto Michonne socorria Nicholas. ─ Ele não vale a pena. ─ Daryl disse, mantendo suas mãos nos ombros de Meadow.

Ela encarou suas mãos, seus olhos se arregalaram quando ela viu todo o sangue que escorria em seus dedos. Tudo que ela via era vermelho. Ela levantou seus olhos, encontrando os olhares aterrorizados dos membros da comunidade, de Spencer, de Deanna. Seu pulmão parecia estar implorando por ar.

Meadow correu em direção à sua casa, subindo as escadas até o banheiro, ligando a torneira da pia, tentando se livrar do sangue que a assombrava. Ela esfregava desesperadamente, assistindo a água vermelha que escorria para o ralo. O sangue parecia aumentar. Ela encarou seu reflexo no espelho, se deparando com uma versão sua de anos atrás, de quando os mortos ainda não haviam se levantado, mas de quando seu mundo já havia acabado. Uma versão mais nova que havia passado pela mesma situação. O medo, o sangue.

─ Meadow. ─ A voz de Enid tomou sua atenção, fazendo com que o reflexo no espelho voltasse a ser o atual. Ela olhou para a jovem parada na porta, sua feição de preocupação.

𝐒𝐏𝐑𝐈𝐍𝐆, 𝐝𝐚𝐫𝐲𝐥 𝐝𝐢𝐱𝐨𝐧Where stories live. Discover now