E se você fosse apaixonada por sua melhor amiga há muito tempo, enquanto a mesma afirma que é hétero o tempo inteiro para convencer você e suas amigas disso? E se ela afirmasse isso para convencer a si mesma e acaba falhando quando se apaixona por u...
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S/N POV
Estava no parque, sentada no balanço do playground. Meus pés tocavam o chão, enquanto me davam pequenos impulsos para me mover. Estava uma tarde um pouco fria por conta da manhã chuvosa, mas não parecia ser um problema para as várias crianças brincando no local. Os adultos estavam um pouco afastados, lendo revistas ou conversando. Alguns até brincavam com seus filhos. Eu apenas observava tudo. Como as crianças se divertiam sem nenhuma preocupação. Elas apenas viviam.
Como é raro e lindo o simples fato de apenas existirmos.
Eu havia saído de casa a mais de quatro horas sem avisar ninguém, e durante essas horas, ainda estava sentada no mesmo lugar desde que cheguei. Tenho certeza de que meu celular (que eu havia desligado no momento em que saí) já tinha muitas mensagens e ligações perdidas. Eu não ligava. Eu só precisava de um tempo. Ver o quão linda a vida é antes da morte. Sentir a brisa em meu rosto junto ao cheiro de grama molhada.
Isso se chama paz.
Olho para o lado quando um garotinho ocupa o lugar vago ao meu lado. Ele tinha olhinhos verdes e uma pele branca, fazendo seus cabelos castanhos se destacarem. Havia uma coloração rosa em suas bochechas, enquanto o suor de sua pele estava em processo de secagem. Ele me olha por alguns segundos, me analisando, para só então, sorrir.
— Olá! — ele cumprimenta.
— Olá! —
— quem é você? — seus olhinhos claros eram curiosos.
— eu sou S/n. — respondo — e quem é você?
— eu me chamo Harry! —
— é um bonito nome, Harry! — digo e ele sorri.
— o seu também! — ele passa a pequena mão pela testa, tirando os vestígios de suor — o que faz aqui? Por que não está brincando também?
Rio com sua curiosidade.
— Eu estou observando. Gosto de fazer isso! — respondo — não estou brincando, pois acho que já sou muito velha para isso, não?
A resposta do garotinho me surpreendeu.
— não há idade para se divertir, S/n! — ele diz, me olhando nos olhos — você pode ter até cem anos, mas ainda será lindo brincar como uma criança.
— você tem razão! — olho para a frente, quando ele faz o mesmo — mas e você, o que faz aqui?
— estou brincando. — ele ri — minha mãe me trouxe aqui, pois não estava muito bem.
— sério? O que você sente? — olho para ele.
Ele me olha por alguns segundos antes de responder.
— isso aqui está quebrado! — Harry aponta para o peito, indicando o coração — minha namorada terminou comigo.
— namorada? — sorrio — mas você parece ter 9 anos.
