Beijando o armário

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- Só uma nota? Se você perder essa bolsa eu não sei o que faço com você. - ela arqueia a sobrancelha.

- Fica tranquila vai dar tudo certo. - sorrio forçada.

- Minha filha, eu sei que é puxado estudar nesse colégio mas eu quero que tenha um ótimo futuro e não acabe igual sua mãe.

- Não diga isso, você é uma mulher extraordinária e uma incrível confeiteira. Eu me orgulho tanto de você. - dou um abraço apertado nela.

- Eu amo você. - ela retribui.

- Pensar que eu ia matar aula. - sorrio mas logo me arrependo do que falei.

- Você o que? - ela me encara brava.

 - Drew ia me apoiar. - tento me safar jogando a culpa nele.

Mamãe arregala os olhos e pisca algumas vezes enquanto absorve tudo aquilo.

Ela se levanta, encara as escadas e grita:

- ANDREW, DESÇA JÁ AQUI. AGORA! 

Em instantes Drew aparece.

- Sim? - ele aparece com a maior inocência.

- Que ideia é essa de apoiar sua irmã a matar aula? - ela diz enquanto as duas mãos são levadas a cintura.

Andrew me encara com aquele olhar de sempre "VOU TE MATAR". Ele volta sua atenção a mamãe e antes de abrir a boca, mamão pronuncia:

- Você está chapada muleque?

- Eu apenas disse que ela, bom... - ele se confunde todo. - que seria uma honra ela matar aula pela primeira vez. Mas não do jeito ruim, mas do jeito bom. - ele encara ela todo confuso.

- É, ta chapado mesmo. Onde você tava com a cabeça? 

- Mãe tudo isso não se passa de uma brincadeira, só para ver como você reagiria a essa noticia... certo Liz? - Drew sorri apavorado para mim.

- É verdade mãe, a gente só tá de brinks, sacomé né? - sorrio forçada.

- Não, não sei. - ela nos encara séria.

DIA SEGUINTE

Drew dirige o carro, eu e Keat estamos no passageiro de trás, Wes está na frente.

Keat está no primeiro ano, ele tem uma vida brilhante. É atleta, popular, bonito e eu sou apenas o patinho feio.

- Xuxuzinho. - Wes encara algumas garotas.

- Mas todas são iguais. - reviro os olhos com cara de deboche.

- Para você é. - ele rebate.

- Todas se acham, são chatas, nojentas... - encaro ele.

Drew estaciona o carro.

- Todas são gatas meu amor. - ele sai do carro todo se achando.

Como sempre estou atrasada, de novo. Ando pelo corredor extenso indo em direção ao meu armário e pela simples coincidência infernal, me deparo com as lideres de torcida.

Essas garotas se acham a tal da escola, acham que são as rainhas da escola. COITADA.

- Ora. Ora. Ora, o que temos aqui. - lana diz enquanto masca seu chiclete de um jeito horrível. - Porque não se muda para outro lugar onde as pessoas não possam te ver. Tipo uma escola só para cegos. 

Minhas bochechas queimam de raiva "QUERO QUE VOCÊS QUEIMEM NO INFERNO" - digo mentalmente porque só eu posso escutar.

Não é que sou covarde para enfrenta-lá. Eu apenas não quero desperdiçar meu tempo com algo que não vai valer a pena e também pelo fato delas serem em seis e eu um.

- E meu Andy, como vai? - lana diz enquanto enrola uma mecha de cabelo no dedo.

- Você é a última pessoa em que ele perguntaria. - encaro ela séria.

- O que foi que você disse garota? - ela rebate e se aproxima até mim.

- É surda? - digo na ironia enquanto estufo o peito.

Ela sorri cínica para mim, me olha dos pés a cabeça.

- Você não merece o meu tempo, é um patinho feio. Por isso seus irmãos se envergonham de você, porque é uma aberração. - ela dá as costas, mas rapidamente volta sua atenção a mim. - e mais uma coisa... - ela cospe seu chiclete na minha cara.

Me sinto humilhada, meus olhos se enchem de lágrimas. Como pode existir um ser tão cruel?

Dou passos largos, quando percebo estou correndo em direção ao banheiro enquanto choro. Com lágrimas nos olhos, sem enxergar direito apenas sinto o gosto do ferro enferrujada em minha boca.

Estou vendo passarinhos e estrelas rodando no céu.

- Droga. - gemo de dor no chão meio atordoada.

Uma sombra desconhecida ao me ver espatifada no chão arregala os olhos e pergunta:

- Ei, você está bem? - diz assustado.

ALGUÉM PARA AMARWhere stories live. Discover now