- Não contou para ela da aposta? – Olhei sem entender.

- Fique perto do Tom ok? Nada vai acontecer com você. – Ele beijou minha testa e eu caminhei até a arquibancada.

- Está sabendo de alguma aposta que seu amigo fez com o Andrew?

- Andrew é louco, fala as coisas sem ser verdade. Não ligue em tudo que ele fala.

Sentamo-nos. E mais uma vez eu me importava com o que Andrew falava. Suas palavras não saiam da boca pra fora sem nenhum sentindo, sempre havia um sentindo. Que aposta era essa?

A corrida começou, todos gritavam pelos os corredores, até o Tom. Eu só observava comemorando baixo a cada curva sem nenhum arranhão. O carro do Andrew encostou-se à traseira do Nat, meu coração gelou.

- Olha o hot-dog do tio Oliver.

Oliver, o vendedor de cachorro quente passou em minha frente esfregando o lanche em minha cara. Eu adorava esse lanche, mas meu estomago embrulhou.

- Obrigada Oliver, hoje não. – Sorri.

Ele saiu educadamente da minha frente. Um carro girou na pista fazendo com que o outro capotasse.

- Ai meu Deus!

- Calma Ale, não é o carro do Nat.

Preciso ir ao banheiro. Meu estomago parecia fazer piruetas me provocando enjoo. Sai da arquibancada sem dizer uma palavra ou explicar ao Thomas onde eu estava indo.

Escutei duas garotas cochichando que o carro capotado era do Andrew. Isso teria haver com a aposta, não sabia como nem o porquê, mas Andrew nunca deixou que encostassem no carro.

Dentro do banheiro químico eu fazia um coque com o meu próprio cabelo. Se esse feto soubesse o quanto eu odiava vomitar nunca mais ele me provocaria enjoos. Pedia a algum divino celestial para que me fizesse para de vomitar, não estava aguentando o meu próprio corpo.

Escutava gritos de comemorações, a corrida havia terminado. E eu estava trancada no banheiro tentando parar de vomitar. Thomas e Nathan devem estar me procurando, nem o avisei que iria ao banheiro.

Abri a porta do banheiro e um homem todo de preto entrou e trancou a porta.

- Que isso? Dá licença eu quero sair. Porque está de óculos escuro de noite? - Ele enfiou um lenço em meu nariz.

Minha cabeça doía. Não reconheço o lugar, muito menos estes hematomas em meu braço. Levantei do colchão de solteiro sem lençol. Encontrava-me num quarto branco, sujo e com um colchão no chão.

Tentei abrir a porta, mas a mesma estava trancada por fora. As janelas tinham grades e tinham vistas para um matagal, apenas uma dava vista para um corredor escuro.

- Socorro. – Bati na porta. – Tem alguém ai?

- A princesinha já acordou?

Não enxergava ninguém, a voz não me é familiar. Onde eu estou? Olhei para meus pés, eu estava apenas de calcinha. O que aconteceu?

- Quem é você? Tire-me daqui.

- Se eu quisesse te tirar eu nem teria te sequestrado.

Um homem apareceu na janela, me olhou de cima a baixo e mordeu os lábios. Ele aparentava ter trinta anos, mas seus olhos estavam escondidos atrás do óculos de sol. Reconheço esses óculos de sol, são os mesmo de ontem à noite. Minha mente falha nas lembranças da noite.

Quando me jogou aqui eu ainda estava consciente, sua boca então tocou meu pescoço e um grito abafador veio de minha garganta. Eu fui abusada. Senti meu estômago embrulhar.

- O que você quer?

- Seu namorado não cumpriu o trato.

- Você não quis dizer a aposta? – Ele me ignorou.

Andrew não fala e nem age sem pensar. Se ele falou da aposta e eu vim para num lugar estranho, é porque ele sabe o que está fazendo. Que merda de aposta é essa? Porque eu estou envolvida nessa aposta.

- Quero falar com o Andrew, eu sei que ele está ai.

- Não sei de quem você está falando.

- Então vou te explicar melhor, quero falar com o Andrew Philip o traficante, competidor e que se acidentou ontem.

- Você é louca.

Ele foi embora. Sentei-me no colchão olhando cada marca em meu corpo, não eram só hematomas, eram chupões. Marcas de que alguém passou por aqui e não foi meu namorado. Limpei a lagrima que escorreu pela minha bochecha e comecei a socar o colchão aliviando a minha raiva.

- Sua calça querida. Vista antes que minha mente viaja nesse seu corpo. – O cara jogou minha calça pela janela.

- Você é um nojento, deveria estar na prisão.

- Mas não estou, e não vai ser por você que vou.

- É o que veremos. – Ameacei-o.

Meu Segredo (não revisado)Onde histórias criam vida. Descubra agora