Promise | JaeYong

Finalmentes

[segunda-feira, dois dias após o encontro no Bar]

Jaehyun é um covarde — e sabe disso; porque quando responde às atitudes de Yukhei com um silêncio sepulcral e uma expressão neutra, o Jung está engolindo um sentimento amargo que implora para sair na forma de uma briga armada. Quer fazer perguntas — quer saber por que diabos ainda insistiam nisso, mas a personalidade de Jaehyun era peculiar.

Ele odiava dar o braço a torcer, e abominava dar a impressão de que possuía algo — e, acima de tudo, evitava conflitos com quem quer que fosse. Em suma, preferia o silêncio à discussões.

No entanto, se ele era ruim nisso, Yukhei era pior — porque, no domingo, ele chegou sorridente no apartamento. Vestindo as roupas de Jungwoo como se fossem suas, fazendo perguntas bem humoradas — queria ajudar no almoço, pediu comida tailandesa para o jantar e insistiu em ajudar Jaehyun com algumas burocracias do trabalho.

Jaehyun aceitou, mas o perfume do Kim estava impregnado em Yukhei. Não era ciúmes, apenas um lembrete dos acontecimentos de sábado à noite; quando o Wong não dormiu em casa graças às conclusões precipitadas de Kim Jungwoo.

—Aconteceu alguma coisa? — não se conteve em perguntar, recebendo um olhar de Yukhei — Não precisa responder se não quiser.

—Não sei do que está falando — sorriu —, acho que está a tempo demais enfiado nessas planilhas, hm?

—Na verdade, não. — deixou o notebook de lado, encurralando Lucas com sua atenção totalmente para ele —, precisamos conversar, não acha?

Aquelas eram as palavras; temidas e tão esperadas — que Jaehyun queria dizer há meses. Suas mãos suaram.

A face do Wong finalmente caiu; a atuação indo por água abaixo quando o sorriso sumiu de seu rosto.

—Conversar sobre como você me arrastou pra um encontrinho com seu ex? — perguntou, erguendo a sobrancelha. Não existia um veneno em nenhum centímetro da fala, mas Jaehyun percebeu o tom amargo.

—Não. E não existiu encontrinho nenhum, não fale besteira — falou, frustrado o suficiente. Yukhei riu, encostando-se no sofá.

—Claro que não — riu sozinho, rolando os olhos —, eu não sou burro, Jaehyun. Se quer falar sobre ele, está perdendo seu tempo, porque eu não quero saber.

Antes de ter uma resposta, Lucas fez menção de levantar do sofá. Ele sabia de Taeyong, agora o conhecia — e seus olhos não o enganavam, mas não queria falar com Jaehyun naquele momento; muito menos sobre o Lee. Já era normal ser o último a saber, não era a primeira vez e não seria a última. O que Jaehyun queria explicar?

O Jung suspirou, segurando o pulso de Yukhei para chamar sua atenção novamente.

—Não é sobre ele, Lucas. Precisamos conversar sobre nós dois, sinto que já devíamos ter tido essa conversa há meses atrás — disse, soltando o braço do namorado quando notou que o Wong havia desistido de sair andando.

—Eu... Eu realmente não sei do que está falando — sorriu, cheio de nervosismo. O que Jaehyun queria pontuar? Seu ciúme acerca de Taeyong, a relação entre ele e Jungwoo? Seus meses longe por causa do trabalho? A cabeça de Yukhei girava com tantas alternativas.

Jaehyun suspirou, esfregando as mãos.

—Você está dificultando as coisas. Eu sei que não sou o único que está fazendo um esforço tremendo pra que isso aqui continue, e não me parece justo ficar empurrando isso como se fosse um fardo.