after party

223 34 8
                                    

Existiam poucas coisas das quais Jaehyun era incapaz — e, naquela noite, ele era totalmente incapaz de se importar com Lucas.

Não chegava a ser maldoso, ele só não conseguia se comportar como o namorado zeloso que não era — não precisava ligar para ele, muito menos mandar mensagens, porque sabia onde e com quem ele estava. Tinha o pressentimento de que Yukhei não voltaria para o apartamento que dividiam — e esse pensamento era reconfortante.

Se o Wong estivesse ali, o silêncio seria impossível. Conhecendo-o como conhecia, Jaehyun tinha certeza de que as palavras de Jungwoo virariam o tema central de uma discussão acalorada — porque Yukhei nunca fora ciumento, mas odiava ser feito de bobo.

E, bem, diante dos amigos de Jaehyun, Yukhei sempre era deixado de lado simplesmente por estar no recinto.

A falta de Lucas não atrapalhou sua rotina: ele tirou os sapatos, tomou um banho demorado e se escondeu nos cobertores quentinhos — e mesmo que estivesse com o celular nas mãos, deslizando o dedo pela timeline do Instagram, sua mente ainda estava presa em Taeyong.

No sorriso, no suéter que o deixava incrivelmente aconchegante — no cabelo, na voz, nos olhos. Tudo nele fazia o sangue de Jaehyun correr mais depressa; parecia estúpido demais sentir-se assim depois de deixado.

Vê-lo era incrível, na mesma medida que era devastador; uma montanha-russa.

Em um lugar muito bem guardado em seu âmago, doía saber que Taeyong estava tão perto. Ele ainda sorria para tudo o que Johnny falava e ainda revirava os olhos para o apelido vergonhoso que Mark sempre usava e era como voltar para o tempo de faculdade — e, bem, Jaehyun não era de ferro.

Sabia que não tinha o direito de ser tão egoísta, mas uma parte azeda dele queria perguntar se tinha valido à pena.

Se o término tinha sido a melhor opção, por que ainda se olhavam daquela forma?

Bem, Jaehyun poderia estar delirando, emocionado demais depois de um reencontro do qual ele não estava preparado.

Resmungou frustrado, esfregando o rosto — antes de deixar tudo de lado para tentar dormir, o celular apitou com uma notificação. E então, duas, três — por fim, uma ligação e Jaehyun xingou baixinho antes de atender, sem ao menos ver quem estava importunando sua paz.

—O que foi? — resmungou, transbordando mau humor. Ele escutou um chiado e o barulho de alguma coisa quebrando do outro lado.

Ah, mas que droga — A pessoa lamentou, choramingando pelo objeto quebrado —, ele vai me matar. Que droga e então um muxoxo.

Jaehyun conheceu a voz, e afastou o rosto do celular para confirmar se aquilo estava mesmo acontecendo. Por meio segundo, quis desligar o celular.

—Isso é sério?

Ah! Jaehyun! — chamou, comemorando —Pensei que você não fosse me atender, JaeJae! — resmungou, choroso. Pelo visto, ainda estava sob os efeitos do álcool.

—Posso desligar se quiser — retrucou, recebendo um gritinho do Kim.

Não! Nem pensar, não faça isso! Quero pedir desculpas pra você, não deveria ter feito aquilo — pelo tom de voz, Jaehyun conseguia ouvir o biquinho nos lábios dele —, eu... Eu estava irritado com algumas coisas, não devia ter me intrometido nos assuntos de vocês.

—Não tem assunto nenhum.

Houve silêncio, até a voz de Yukhei aparecer cansada e abafada — como se estivesse em outro cômodo, perguntando por que Jungwoo estava conversando sozinho, quando deveria estar tomando banho; se precisava de alguma ajuda. Jaehyun não falou nada, e não ficou surpreso.

Promise | JaeYongWhere stories live. Discover now