O movimento certo (Noah's POV)

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Depois que convidei Josh para ir comigo a praia e ver que ele aceitou; sinto que as coisas entre eu e ele podem tomar um rumo muito bom dependendo de como tudo será amanhã, modéstia a parte, devo dizer que tudo está indo muito bem: amanhã é segunda-feira, as aulas voltaram e o Arpoador não tem toda aquela muvuca de Copacabana; o que já se trata de um enorme ponto a favor considerando que todo mundo ama uma praia.

— E então Noah? A ideia do convite deu certo?
— Mais certo impossível Lins, ele aceitou muito ir, ele disse que quer muito me rever.
— Isso maninho!!!! Amo que o papai sempre dá os conselhos dele num timing perfeito; já pensou na roupa que vai usar amanhã?
— Ainda não, mas por ser praia vou usar algo mais leve; mas também vou levar roupa reserva pra não voltarmos molhados no metrô.
— Por que não leva seu violão Noah. Você pode cantar pra ele, e se for no fim da tarde então; fica melhor ainda
— Verdade!!! Linsey Urrea, você é um gênio; agora qual música eu canto pra ele?
— Bom, pensa em alguma que descreva a vibe de vocês dois juntos no seu ponto de vista.
— Verdade... Nossa a hora! Preciso ir lá para baixo, peguei tudo?
— Sim sim, mas uma coisinha antes maninho; deu um ruim no metrô da Central, então você vai ter que continuar de ônibus ali no Estácio pra Zona Sul.
— Tinha um que ia pelo túnel, acho que é 432 o número, enfim, tchau maninha.

Fim de semana e poucos trens circulando já era um pouco de se esperar né?! Agora é ver se esse 432 ainda existe ou se virou lenda urbana; mas deixando isso de lado, eu quero muito contar para o Bailey e a Haley o que aconteceu e como eu conheci o Josh; na certa ela vai já querer planejar o casamento e ele vai querer arrumar casa pra eu e Josh morarmos. Embarcando no metrô e olhando para a janela, só consigo me lembrar de Josh; as vezes gostaria que tivéssemos nos conhecido em uma ocasião mais amigável para ele, mas sei que nada rola por acaso e que sempre tem um motivo muito específico para tudo acontecer, e que talvez o motivo de Josh ter entrado na minha vida seja me mostrar algum conceito que eu precise ver de outra maneira. Quando chego em Coelho Neto, eis que surge uma pessoa que eu não esperava: Bailey.

— Bailey???
— Nossa, então esse é o metrô novo; como você está amigo?
— Eu tô bem, mas você geralmente não pega o frescão?
— Pego, mas como tinha manifestação na Américas meu pai me deu uma carona até o centro de Campo Grande, de lá peguei o 770 e vim para cá.
— Ah sim, mas a gente vai precisar continuar de ônibus lá do Estácio; teve problema na Central.
— Sério? Puts que bosta, mas enfim, você chegou bem em casa? Você havia sumido do grupo.
— Cheguei sim, na verdade aconteceu uma coisa muito louca, mas boa também.
— Pode contar, sou todo ouvidos
— Pois bem, eu no metrô encontrei uma vizinha amiga minha que não via a muito tempo, e fiz amizade com um amigo dela que se mudou para nossa rua a pouco tempo; mas quando fomos pegar o metrô, tinha um menino loiro desmaiado no vagão e uma janela quebrada.
— Sério???? Mas a janela estourou sozinha???
— Ele passou mal, e numa curva se desequilibrou e bateu a cabeça na janela; então eu e meus dois amigos ajudamos ele, como eles trabalham no metrô mesmo eles parece que tem um treinamento de primeiros socorros pra caso a emergência não possa chegar ou enquanto ela não chega; mas ele não chegou a precisar ir pro hospital.
— Ah ainda bem, e o que mais??
— Bom, digamos que eu estou atraído por ele; o jeito que ele entrou na minha cabeça e não sai de jeito nenhum é algo que eu nunca senti antes.
— Vamos com calma Noah... Você o conhece a pouquíssimo tempo, precisam se conhecer e deixar tudo vir com o tempo.
— Sim, eu sei; e eu quero conhecê-lo melhor, por isso hoje de manhã o chamei pra sair amanhã. E eu senti e sinto que ele sente o mesmo que sinto por ele.
— Então meu amigo, isso quer dizer que o que aconteceu naquele último metrô foi um encontro de almas gêmeas e que você agiu no momento certo em chamar ele pra sair levando em conta a intensidade do que vocês sentem um pelo outro. Vão aonde?
— Então, como amanhã não tem nada programado e é segunda feira, chamei ele para irmos a praia; mais precisamente no Arpoador, a Linsey me deu a ideia de levar o violão e cantar pra ele.
— Olha só... Meu melhor amigo todo apaixonadinho, e qual o nome do príncipe encantado?
— Josh, os olhos dele... O cabelo...
— Noah, Noah... Agora bora contar pra Haley; Haley!!!!!!!
— Oi, oi oi!!!!!! Que animação toda é essa? Ganhou na loteria Bay?
— Quem ganhou foi o Noah, mas na loteria do amor mana.
— Noah quem? O nosso Noah aqui? O que fugia de relacionamento sério igual político foge da polícia federal? Mundo  gira mesmo, pensei que ia ver Jesus voltar do que Noah apaixonado.
— Alô!!! Ainda estou aqui e estou ouvindo tudo
— A gente sabe ué, mas enfim; conta tudo.

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Mais tarde, comigo já voltando pra casa; é impossível eu não pensar em amanhã, em como quero que tudo dê certo e que seja especial não apenas para mim, mas muito para ele. Pode ser muita intensidade da minha parte, mas não existe uma regra de que as coisas tem que ser em tempo X ou Y, elas tem de ser no tempo que tiver que ser, e isso me deixa bem mais tranquilo; quando chego em casa, tomo banho e me deito, eu fico querendo dormir mas não consigo porquê amanhã não sai por nada da minha cabeça, ah Joshua... Definitivamente você me deixou sob seu feitiço.

Disembark On My Heart | NoshWhere stories live. Discover now