Doce amor

Dezessete

- Acho que você acabou de ganhar uma futura pretendente a cunhada - Sávio diz rindo enquanto nos movemos nós passos da dança.

Olho para Mandy e faço uma careta ao ver ela conversar parecendo íntima do Noah, essa visão me causa uma coisa ruim no peito.

- Falando nisso seu irmão é muito gato - diz sorrindo - Não mais que eu aqui, mas ainda é gato.

- Você é convencido Sávio - falo rindo.

- Nunca neguei - diz - Olha quem chegou, a professora gostosa.

- Sávio - falo e ele ri beijando meu rosto.

- Giulia minha querida, como é bom revê-la - a professora diz caminhando até nós dois e me abraçando.

- Também é bom vê-la Nyla - falo sorrindo.

Ela é nossa professora/treinadora, depende de como queremos chamar, sempre atenciosa em nos ajudar quando vamos apresentar.

- Voltou com tudo? - questiona deixando a bolsa no chão.

- Eu só vou ensaiar por enquanto, não sei se consigo apresentar ainda - falo engolindo em seco - Mas se forem ensaiar para a peça posso ir embora e voltar depois.

- Não querida, pode ficar e dançar com a gente, não significa que vai precisar apresentar, mas saiba que seu lugar está guardado aqui com a gente - diz sorrindo e se vira fazendo a cara de séria que usa quando vamos ensaiar - Atenção equipe, em posições para o ensaio em cinco, seis, sete, oito.

Com maestria todos ficam em seus lugares e me coloco atrás já que só vou dançar e não ensaiar nada.

Começamos o ensaio com o principal passo do balé, ele é chamado pilé, é quase como uma flexão, e é feito na barra por alguns minutos.

Começamos a dança na barra e então nós espalhamos pelo salão, pelas cosias que Sávio me contou é uma apresentação de duplas.

Sinto a alegria em mim quando começo a dançar de verdade, Sávio se coloca atrás de mim e começamos a nos mover.

Sempre que estou dançando me sinto flutuar, os passos são delicados e feitos com calma que a dança precisa.

As mãos do meu amigo seguram minha cintura e me levantam no ar enquanto faço um jeté que consiste em uma posição de braços e pernas esticados no ar.

Ele me gira e então aterrisso no chão girando, sorrio para ele e vou fazendo os mesmos passos que os outros bailarinos.

A música acaba e todos vão parando de dançar, sorrio me sentindo feliz por estar aqui de volta, mesmo que eu ainda não vá apresentar.

Respiro fundo quando termina e sorrio olhando para o Nono que me olha com um sorriso e dá um tchauzinho e mexe a boca dizendo que fui perfeita.

- Foram bem pessoal, vamos mais uma vez, - Nyla diz.

Aqui é assim, no balé tudo tem que ser feito com perfeição, então são muitas horas seguidas de ensaio, já somos acostumados, difícil mesmo era no começo, mas já são tantos anos que eu acostumei.

Fazemos mais uma vez e como não vou apresentar saio na terceira vez, caminho até Noah e me sento ao seu lado.

- Você dança perfeitamente bem bonequinha - diz sorrindo e ajeitando uma mecha do meu cabelo - Parecia que estava voando.

- É bom dançar, deixa a gente mais feliz, e faz nossos corpo flutuar - falo sorrindo enquanto olho todos dançando.

- Não vai mais dançar? - pergunta.

- Não, agola só quelo observar - digo baixinho só para ele escutar - Mas eu quelia um sorvete.

- Podemos ir tomar agora se quiser - diz.

- Só acabar esse ato - falo apontando para os meus amigos de balé.

Depois de um tempo eles param e fico de pé caminhando até Nyla enquanto ela libera todos para beberem água.

- Nyla, eu já estou indo - falo.

- Mas acabou de chegar e só participou de três atos Gi - diz.

- Mas eu não vou apresentar, então não vou dançar muito - respondo.

- Ok, caso queira ainda está disponível - diz piscando - E você é?

- Noah o irmã da Giulia - responde.

- Não sabia que tinha irmão Gi - diz - Mas que bom conhecê-lo Noah, sou Nyla a treinadora da sua irmã.

- Prazer conhecê-la - fala também - Vamos Giulia.

- Tchau Nyla - falo beijando o rosto dela - Tchau Sávio.

- Tchauzinho lindinha, depois te mando mensagem e vou até onde você mora - diz piscando para mim e sorrio.

- Tchau Gi, entre em contato qualquer coisa - Nyla diz e assinto.

Saímos do estúdio e Noah segura minha mão quando vamos caminhar até o carro dele, o mesmo me ajuda a entrar e me sentar, depois da a volta e liga o carro começando a dirigir.

- Bonequinha por qual motivo não quer voltar a apresentar? - pergunta após um tempo de silêncio.

- Ah, é que eu tinha uma apresentação marcada para alguns dias depois do dia que o papai.... Bem, depois que tudo aconteceu - falo me encolhendo no banco - Eu só não vejo motivo para dançar já que a única pessoa que me apoiava e torcia por mim em questão ao balé morreu.

- Eu estou aqui Bonequinha, torço e apóio você no que precisar, se valer de algo eu adoraria vê-la em uma apresentação - diz e sorrio olhando para ele - De preferência uma apresentação solo, acho que seria melhor.

- Por que? - pergunto confusa - Geralmente apresentação solo é somente quando você cria um ato solo, eu não tenho nenhum, e não quero apresentar um ato de outra pessoa, geralmente não é barato.

- Eu não entendo nada disso, mas definitivamente acho que você ficaria melhor em uma apresentação solo - diz e rio.

- Eu não gosto, geralmente faço parceria com o Sávio, ele é meu amigo e me ajuda - falo.

- Ok, de qualquer forma queria vê-la se apresentando, acho que iria sair perfeita - diz e sorrio.

- Vou pensar - respondo o olhando.

Talvez seja bom voltar a seguir minha vida, eu amava o papai, mas infelizmente não há como fazê-lo voltar e eu não posso ficar presa no mesmo lugar para sempre.

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