Degradação

Capítulo 1

⚠️dark romance⚠️
Esse tipo de ficção pode causar um pouco de desconforto e muitos gatilhos para quem não está preparada para lidar com isso.
Casos distorcidos de consentimento e desequilíbrio de poder.

Ana

~ Sete anos atrás ~

Vim ao apartamento deles apenas para deixar algumas caixas de coisas para minha irmã Eloise - Ellie. Acabei de completar dezoito anos e estou me mudando para meu apartamento no centro de Boston. Eu estava em um dormitório no primeiro semestre de Harvard, mas meus pais não "aprovaram" minha colega de quarto, então meu pai havia alugado um apartamento fora do campus para mim.

Quando meu pai dizia para "pular", tudo o que eu era autorizada a dizer era "quão alto?", então eu estava me mudando.

Minha irmã Ellie é quatro anos mais velha e nunca nos demos muito bem. Cerca de dois anos atrás, Ellie começou a namorar Christian Grey - Grey, como todo mundo o chamava. O relacionamento deles era estranho para mim; Ellie e Christian pareciam mais conhecidos do que pessoas que dormiam um com o outro, mas quem era eu para julgar?

Eu nem sequer gostava do meu próprio namorado.

Realmente não sabia o que fazer com Christian. Ele era tão bonito que provavelmente seria ilegal. Me preocupava que se olhasse para ele por muito tempo acabasse ficando cega. Ele também era muito inteligente - havia se formado cedo em Yale com um MBA e estava tirando um tempo para trabalhar e revisar suas perspectivas de emprego. Ele vinha de uma riqueza estabelecida, seu pai era uma espécie de grande mandachuva em Wall Street, e a conversa era que Christian seguiria seus passos.

Nos dois anos em que ele namorava a minha irmã, Christian não parecia prestar muita atenção em mim. Ele me ignorava, tratava-me com indiferença. Quando ele tinha que lidar comigo, era quase um pensamento posterior, como se tivesse esquecido que eu existisse. Ele era alto, bonito, experiente e inteligente. Eu era uma garota inteligente, ingênua e sem noção, recém-saída do ensino médio, nenhuma experiência real com o mundo ou com as pessoas do mundo. Ele me intimidava.

Era estranho aparecer no apartamento de Ellie sem ela estar lá. Christian me deixou entrar e depois praticamente me ignorou. Que cavalheiro. Tive que transportar várias caixas pesadas do estacionamento para o prédio e, depois, por um longo corredor até o apartamento, sozinha. Quando cheguei à última caixa, deixei-a cair na cama deles, cansada e bufando.

— Você quer que eu ajude? — Christian perguntou, aparecendo na porta. Me virei, assustada.

— Não, essa foi a última caixa — respondi, endireitando o cardigã. Ele sempre me fazia sentir nervosa. Os olhos dele vagaram pelo meu rosto.

— Você parece realmente vermelha. Quer algo para beber? — ele perguntou. Me senti ficar ainda mais vermelha do que aparentemente já estava; eu nunca estava preparada para suas maneiras bruscas.

— Se você tiver um chá, isso seria ótimo — respondi, e depois o segui até a cozinha. Pensei que ele iria servir para mim, mas ele apenas apontou para a geladeira.

— Não sei o que Ellie tem lá, muita coisa de comida saudável. Procure aí. — ele ofereceu. Fiz uma careta nas costas dele.

— Água está bom — eu disse, e depois enchi um copo da torneira.

— Então. Apartamento novo, sozinha em uma cidade grande. Está pronta? — ele perguntou.

Assenti e me virei para encará-lo. Seus penetrantes olhos cinzentos vagavam pelo meu rosto e resisti ao desejo de limpar minha pele. Eu estava babando?

— Como sempre estarei, eu acho. Sou bastante auto-suficiente, então acho que estou pronta — respondi, tomando delicados goles da água. Ele riu.

— Vamos, parece que você está morrendo. Vamos nos sentar e você poderá beber — ele disse, levando-me a uma mesa. Ele até me chocou puxando uma cadeira para mim.