Capitulo 6 Encontros

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Capitulo 6 Encontros

Acordei de sobressalto na manha seguinte. Assustado e só, mas eu podia jurar que a cama ainda tinha seu cheiro e os lençóis estavam com o formato do seu corpo no lugar onde ele estava deitado. Ainda deitado coloquei a mão sobre os olhos, que loucura, nenhum homem ou mulher haviam me tocado daquele jeito, me possuído e me deixado tão seguro, como eu poderia estar sonhando com alguém tão real, tão vivo, em nenhum momento ele era reflexo meu.

A terça e a quarta feira se arrastaram vagarosamente, na terça pela manha eu estava muito cansado, sem concentração, graças a deus Don não me incomodou. King ficou na casa de dona Dalva, uma senhora muito simpática que tinha uma casa na frente da empresa, seu quintal ficava de frente à minha janela no terceiro andar, e na quarta a tarde percebi o quanto estava acostumado a olhar pela janela e ver King sentado me observando pela grade do portão verde, seu quintal era bem arborizado e lindo, o cachorro escolheu um ponto entre as duas arvores e isso tornava a cena ainda mais poética, me acalmava.

Na quarta a tarde me sentia bem melhor, mais disposto. Peguei King com dona Dalva e fui caminhando para casa como sempre fazia.

Ao chegar vi o luxuoso carro de Tom estacionado dentro da minha garagem, respirei fundo, amava meu irmão, mas nossos encontros as vezes podiam ser desgastantes.

Soltei King no quintal e ele saiu faceiro para remarcar o território (e desconfio eu, o carro), estranhamente ele não se preocupou em fazer o reconhecimento da casa como sempre fazia, talvez a presença de tom o impedisse.

Antes que pudesse abrir a porta Tom já a abria para mim. "Desculpa maninho, não pude vir esses dias, muitas coisas para resolver, vim passar a noite contigo."

Quando entrei fui envolvido por seus braços e ele me deu um terno beijo na testa e outro na face, pode parecer meio afetado, mas Tom já havia vivido e visto muita merda nessa vida, acho que era um escape ele ainda me tratar como uma criança, aos olhos dele eu nunca havia crescido, por isso ele não aceitou muito bem quando sai de casa para seguir meu próprio caminho e mantinha vigília constante sobre mim. E devo confessar, eu sentia falta de chegar em casa e ter alguém com quem conversar, Tom trancou a porta isolando king do lado de fora e com um braço ao redor do meu ombro me levou até a cozinha, usava uma camiseta regata branca remanescente do seu tempo no exercito. Uma tatuagem de caveira e algumas inscrições relacionadas a sua unidade ou batalhão, sei lá, destacava em seu braço esquerdo, sempre me surpreendia com quanta definição tom possuía no seu corpo, cada musculo do seu bíceps e antebraço eram visíveis, assim como as veias. Ele me deu mais um beijo na face antes de me deixar ir. "Vai tomar um banho para relaxar moleque, a janta está quase pronta."

Fui tomar um banho demorado e quando voltei usando apenas uma das minhas samba canção de seda para dormir o delicioso cheiro de comida invadia a casa, uma refeição farta, com muita carne e massas e suco de uva para acompanhar (tanto Tom quanto eu não éramos fãs de bebida alcoólica).

Comemos na mesa, Tom era muito rígido com formalidades então comemos em silencio, e eu apreciei, Pablo não parava de falar durante a comida e isso as vezes me irritava, o silencio a mesa havia nos sido ensinados por nossa mãe Margô.

Após a janta fomos assistir um filme que Tom havia trazido, uma comédia bem leve, me sentei no sofá e logo fui puxado para seu colo, se sentou com as costas apoiadas no braço do sofá e me aninhou entre suas pernas, fazendo cafuné em meus cabelos.

"Margô sente sua falta." Ele disparou durante o filme, a algum tempo ele não chamava mas Margo de mão, não por falta de respeito, mas ele devia ter concluído que isso fazia parte de seu amadurecimento. Margo era mae biológica de Tom e sempre foi muito caridosa e bondosa, ela e seu marido me acolheram quando fui deixado na porta de sua mnsão, ao invés de me entregar a um criado ou deixar o serviço social me levar ela travou uma batalha com a justiça para me manter e por isso sou muito grato, nunca tive curiosidade nenhuma de conhecer quem me abandonou, Margô era minha mãe em todos os sentidos e foi a primeira a entender quando quis sair de casa, não ficou feliz, mas entendeu. A verdade é que Tom sempre foi muito controlador, cuidava tanto de nós que eu não cresceria ao seu redor, seria para sempre seu maninho e nada mais.

Evan e o Rei- 1° LivroOnde as histórias ganham vida. Descobre agora