Capitulo XVIII: Descoberta

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Yuki estava desesperada demais e precisava dele.

— Por que ele está falando isso? —Yuki questionou, mais uma vez.

Naquele momento, ela já estava chorando muito e Natsuo tentava acalma-la, com ela em seus braços.

— Está tudo bem, Yuki-chan. — ele falou, mesmo sabendo que nada estava bem. — Está tudo bem.

— Mas por que o papai falou aquilo? Ele é malvado? Ele não é malvado! Não pode ser.

— Yuki, preste atenção.

Ele pediu, colocando-a no chão e se ajoelhando para que seus olhos pudessem se encontrar com os dela. Naquele momento, o menino só queria chorar, mas tentou ser o mais forte possível.

Se as coisas já estavam sendo duras para ele, para a criança era mil vezes pior. Afinal, Yuki era filha de Touya. Filha do seu irmão vilão.

— Preste atenção. As coisas estão um pouco complicadas... — ele realmente não sabia o que falar. — e eu sei que você não está entendo o que está acontecendo. Eu também não estou. Mas é melhor não se desesperar. As coisas... as coisas vão ficar bem.

— Mas o papai não é malvado, né? Ele não faria mal as pessoas.

— Eu tenho certeza que não... se ele for a mesma pessoa que eu conheço, ele jamais faria isso.

Foi quando Yuki pareceu pensar em algo.

— Ele falou no Endeavor. Isso é verdade?

— Eu também não sei. — Natsuo respondeu. — Está tudo muito confuso. Tão confuso. Mas, bem, de qualquer forma, se ele for o Touya, nós somos família não é? Você não gostaria de ser parte da família?

— O papai também? — ela ainda estava muito confusa, mas essa parte a deixou contente.

— Ele também.

Foi quando Fuyumi chegou, afobada.

Ela estava com o rosto vermelho e parecia estar chorando o caminho todo da escola para casa.

— Vocês viram? — ela perguntou aos mais novos, mas não precisou de resposta ao ver a cara de desespero dos dois.

— Fuyumi, fique um pouco com a Yuki, certo? Eu... eu volto já.

Fuyumi não precisou de muito para saber que Natsuo estava se segurando para não deixar a criança pior do que estava. Ela mesma precisou tentar arrumar muito controle para voltar para casa.

— Está tudo bem, Yuki-chan. — a mulher tentou dar um sorriso, enquanto abraçava menina.

— Fuyumi, o que está acontecendo? O Natsuo-san também não entendeu direito.

Fuyumi suspirou.

Enquanto vinha para casa, recebeu a notícia de que, em alguma parte do Japão, seu pai e seu irmão mais novo estavam em meio a uma guerra, muito provavelmente lutando contra o seu irmão mais velho que, até então, estava morto.

Não sabia direito se era o certo a se fazer, mas tentou contar, de uma forma não pesada, tudo o que estava acontecendo.

— Algumas coisas estão muito bagunçadas. Tanto com o seu pai, quanto com o meu e o Shoto. Eles estão tentando acertar as coisas na nossa família.

— Nossa família. — Yuki repetiu. — Fuyu-chan, nós somos família?

— Somos sim. — Fuyumi tentou dar um bom sorriso. — Eu sou sua tia, sabia? Eu, o Natsuo e o Shoto somos seus tios.

— Por que eu não sabia disso?

— Problemas do passado. — ela respondeu. — Eu não posso mentir sobre isso para você, mas a nossa família é um pouco problemática, Yuki-chan. Mas, eu prometo, não vamos deixar que nada aconteça, certo?

— Certo. — Yuki tentou retribuir Fuyumi com um sorriso.

Mas ela nem imaginava o que aconteceria no futuro.

xxx

Ririka nunca teve muito medo das coisas, principalmente de Dabi.

Enquanto todos pareciam temer ele, na época em que o conheceu, havia algo nele que chamava atenção. Que a atraia, ao invés de fazer com que ela ficasse com medo, assim como as outras pessoas.

As pessoas o temiam mais do que qualquer um no mundo, mas ela continuava achando-o uma pessoa interessante e digna de sua atenção.

Em anos conhecendo ele, ela jamais teve medo dele.

Pelo menos, não até aquele momento.
Dabi era uma pessoa completamente diferente do que ela achava que conhecia. Ele estava mil vezes mais assustador e não lembrava de ter sentindo tanto medo em sua vida.

Vendo-o na TV e sabendo das notícias, da guerra, ela não conseguia controlar o medo.

Principalmente após ver o estado em Hawks estava, no hospital.

Fazia anos que não via o herói alado — desde que ele havia sido levado pelo governo —, mas ali estava ele, no hospital, com as asas e o corpo queimados.

Keigo estava tão mal quanto ela conseguia imaginar e ela sentia-se mal por isso. Só queria voltar para a época em que eram crianças e ele chorava em seus braços. Naqueles momentos, ela tinha o controle da situação e podia cuidar dele, diferente de agora.

Por um milagre, havia conseguido entrar no hospital sem ser vista e notada pelas autoridades do local. Se esgueirou pelos corredores, até encontrar o seu quarto.

Vê-lo naquela situação a fez repensar em tudo que havia feito na vida.

Gostaria de ter ficado mais tempo ao lado do seu irmão mais novo; gostaria de ter ficado com Dabi — ou Touya, seja lá como ele se chama; gostaria de conhecer Yuki direito, de estar ao lado de sua filha.

Naquele momento, ela se odiava tanto.

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Eu já tinha falado sobre o plot da mãe da Yuki... surpresos? Eu tentei deixar algumas referências no capítulo de introdução dela. Sobre o resto do capítulo, eu confesso que não gostei muito dele, até tentei reescrever, mas não deu muito certo.

Spoiler do próximo capítulo: momento fofo entre a família Todoroki.

Mais: eu resolvi que não vou seguir os acontecimentos atuais do mangá porque acho que o final do Touya e, consequentemente da família Todoroki, não vai ser dos mais felizes. Então, a partir de agora, vou mudar um pouquinho, okay?

Até o próximo capítulo :)

the villain's miracle [DabixChildReader]Where stories live. Discover now