Tree House. (Concluída)

Twenty Seven.

- Ela fica bem, sozinha no gabinete da diretora, não ficas?

- Claro! - Disse, sabendo que não.

E ali estava eu no gabinete escuro, iluminado por uma única fonte de luz, a luz fraca do candeeiro.

A porta abre-se.

- Olá, Mia! - Esta voz não é da diretora.

Olho para trás e vejo a Bea. A minha respiração fica pesada, levanto-me rapidamente da cadeira e encosto-me á secretária. E abano a cabeça negativamente.

- Calma, eu só venho conversar. Eu quero esclarecer tudo.

Continuo a negar com a cabeça e engulo em seco.

- Eu não te vou fazer nada, só vou falar. - Ela aproxima-se de mim, eu desencosto-me da mesa e fujo para o final da sala.

- Não te aproximes! - Gritei.

-Calma, Mia!

- Sai daqui! Já!

- Mia, eu não te vou aleijar! Eu só quero es-

Interrompo-a.

-Sai! Já! Não quero nada vindo de ti! És a culpa de eu estar a-assim! Não só tu, mas tu também és! Sai! Não te quero ver, nunca mais!

- M-Mas Mia, eu não fiz nada! - Ela explica a chorar.

- Tu o que? Foste tu que me desta aquela bebida! E só por acaso o Jamie bebeu-a!

- Eu não sabia! Eu não estava a par de nada! Só depois vi o que eles te estavam a fazer!

- Mas tu também estavas naquele grupo a combinar as coisas!

- Mas eu não estava a par de nada!

- E em vez de me ajudares, fugistes! Que amiga eras tu?

- Eles ameaçaram-me! Quando eu disse que aquilo era uma loucura!

- Mas não chamaste ninguém para me ajudar! Eu quase morri! Estás a ver estas marcas! Muitas delas, vão ficar marcadas para a vida! E o que achas que eu vou pensar quando olhar para elas? Olha que bonitas! Foi de quando eu fui violada por amigos!

Ouvi um soluço vindo dela. Eu não chorava, eu estava com raiva e aguentava bem as lagrimas, para não mostrar fraqueza.

- D-Desculpa! - Ela lamenta-se.

Eu viro a cara para o lado, quando ela disse aquela palavra e olhou-me nos olhos.

- Tu eras e és uma amiga que só quem é especial merece ter. Tu és um pote de surpresas e de sorte. És uma amiga especial, fiel, humilde, bondosa, carinhosa e tudo de bom que existe no mundo. Eu não te mereço como amiga, mas gostava de te ter outra vez como uma. Podíamos esquecer o passado e viver uma nova etapa, mas tu...

- Eu nunca esqueço o passado, sim. - Completei a sua frase.

- Sim, e o Harry tem uma bela amiga como exemplo disso, espero que o encontres. E desejo o melhor para ti. Se me quiseres de volta, as portas estão abertas, para tudo! Eu estarei aqui. Adeus, Mia! - Ela olhou para mim e saiu.

O que acabou de acontecer aqui?

Meu deus! Nunca mais vou embora daqui!

- O que estava aquela fulana, estava aqui a fazer? - Diz Jamie.

Abrindo a porta e trazendo consigo uma rapariga chorona e toda borratada de maquilhagem.

Ando até ela.

- O que se passou?

- Eu vi-o aos beijos com a El. Aquela cabra! Vou mata-la!

Ela grunhiu. Isto está mau!

- Bem, ela quase matava o meu primo e eu a El.

- Gostava de ter visto!

- O que estava aqui a fazer a Bea?

- Ela queria esclarecer as coisas!

- E?

- E nada. Eu nunca mais olharei para ela da mesma maneira.

- Mas o mais importante és tu. Estás horrível! - Riu-me.

- Sim, está! - Jamie concorda comigo e começamos a rir, Ana chora e ri ao mesmo tempo.

- Não mete piada! - Ela funga.

- Já estas melhor? - Jamie pergunta.

- Uma dor de cabeça horrível, mas já estou melhor.