∿ 𝟏𝟒º 𝑪𝒂𝒑𝒊́𝒕𝒖𝒍𝒐 - 𝟔

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Matheus: Vai lá pra que, Joyce?
Joyce: Eu quero e ele precisa.
Matheus: Você precisou de tantas coisas e ele nem aí, Joyce. - Revirei os olhos - To dando o papo namoral, cara.
Joyce: Tá, Matheus! Mas eu quero ir. - Frisei o 'eu' e ele negou com a cabeça -
Matheus: Você nem pode entrar, tu é menor. - Arregalei os olhos -
Joyce: Sério? Eu faço 18 esse ano, po.
Matheus: Não pode.
Joyce: E se eu for como irmã dele?
Matheus: Tu tem que provar, né?!
Fiorela: Ela pode pedir emancipação. - Encaramos ela - Você pode pedir por gravidez ou se tiver completado os estudos. - Neguei com a cabeça - Ai tenta ir visitar ele.
Joyce: Quando tempo demora?
Fiorela: Só ir no cartório com o responsável. - Torci a boca -
Joyce: Será que minha mãe vai facilitar? - Perguntei, encarando o Matheus que deu de ombros. Respirei fundo - Vou falar com ela amanhã. Obrigada, cunhadinha. - Sorri pra ela que retribuiu -

Continuamos com o nosso bate papo e quando foi lá pelas dez, eu voltei pra casa. Tirei a roupa, deitei com o meu neném do meu ladinho, dei um beijinho nele e dormimos.

•••

Resolvi todo esse caô necessário para visitar o Formiga. Liguei pro presídio em que ele está e peguei todas as informações necessária. Sábado tá chegando e então, eu resolvendo um outro assunto delicado... levo ou não o Noah? Renan está vindo pra cá e eu preciso contar pra ele, deixar as coisas as claras. Terminei de trocar o Noah e o Renan entrou. Me deu um beijo no alto da cabeça e pegou o Noah no colo. Levantei e fui pegar um copo d'água.

Joyce: Tudo bem? - Perguntei, sentando ao lado dele -
Renan: Tudo e vocês? - Ele disse, alisando minha coxa. Dei um gole na água e assenti com a cabeça - Vai trabalhar amanhã?
Joyce: Sábado que não.
Renan: Ah sim
Joyce: Por que sábado eu vou... - Dei uma pausa e ele me encarou. Engoli seco, deixei o copo no criado mudo e o encarei. Ele tinha uma sobrancelha arqueada - Vou no presídio. - Eu torci a boca e ele ficou me encarando. Ficou um tempo me fitando, sem dizer nada. Eu mordia as peles da boca nervosa. Ele abaixou a cabeça, encarando o Noah - Renan... - Eu o chamei, baixo e ele não me encarou. Toquei o braço dele, alisando até chegar em sua mão - Olha pra mim. - Ele respirou fundo e me encarou - Eu só vou lá... Não quer dizer que vou voltar com ele ou qualquer outra coisa.
Renan: Então não precisa ir. - Ele disse sério e eu abaixei a cabeça - Você não precisa ir visitar o seu ex na cadeia se não for pra voltar ou matarem a saudade, Joyce. - Eu fechei os olhos apertando-os e então, voltei a encará-lo -
Joyce: Ontem foi aniversário dele. - Disse, num fio de voz. Ele arqueou as sobrancelhas -
Renan: E aí? - Eu não respondi - Você vai lá como presente pra ele? - Neguei com a cabeça - Vai lá pra que, então, Joyce?

Eu não respondi. Ele bufou, levantou, colocou o Noah no berço e saiu batendo a porta. Suspirei e fui atrás dele, segurei em seu braço e fiz ele virar-se pra mim.  

Joyce: Eu não vou, tá? Você tem razão... não tem necessidade de eu ir lá. - Neguei com a cabeça - A não ser pra ele ver o Noah. - Ele estalou os lábios -
Renan: Tu quer ir, vai. A consciência é sua.
Joyce: Não! Eu não vou. Você não quer, tudo bem. Nós estamos juntos. - Eu cruzei nossos dedos - Não quero ficar num clima estranho com você. - Forcei um sorriso pra ele. Ele abaixou a cabeça respirando fundo e então, me encarou -
Renan: Eu também... quero ficar de boa com você. - Ele alisou meu rosto -
Joyce: Vamos entrar? - Ele assentiu. Me deu um selinho e então, entramos -

Ficamos assistindo um filme agarradinhos e namorando. Noah dormiu e então aproveitamos pra intensificar nossa noite. Acordei no dia seguinte e fui arrumar as coisas pra deixar o Noah na Ritinha. Depois de tudo pronto e de café tomado, acordei o Renan. Esperei ele comer e saímos juntos. Nos despedimos e cada um seguiu pra um lado. Eu queria muito ir visitar o Formiga mas, o Renan tem razão em não aceitar. É uma situação super delicada :/ Fiquei o dia inteiro pensando o que fazer. Queria dar um jeito de ir sem o Renan ficar sabendo mas, também, se ele descobre estamos terminados e eu não quero isso. Ele tem sido tão bom pra mim e pro Noah, ele não merece isso. Cheguei em casa quatro e quarenta. Tomei um banho rápido, comi alguma coisa, peguei minha mochila e fui até o moto taxi; indo pra escola fazer a prova. Depois que comecei a trabalhar, pedi transferência na escola para aquela que a gente frequenta só duas vezes na semana. Se tudo der certo, termino tudo no fim do ano. Liguei pra Maria enquanto esperava o sinal bater e conversamos um pouco... Ela ta tentando vaga na mesma escola que eu e procurando um emprego mas, na situação dela é complicado... a não ser que ela trabalhe com faxina, recomendei mas, ela não quer e eu joguei a real com ela falando que talvez ela não consiga nada.

Foguete tá dois dias sem aparecer em casa e ela tá super mal com isso... Já ofereci pra ela vir ficar comigo mas, ela diz não querer atrapalhar e que lá é pequeno; É verdade mas, quem liga? Ajudarei ela em qualquer circunstâncias. Falei sobre ir no presídio e ela não me apoia :/ Assim que o sinal bateu eu desliguei e entrei. Fiz as provas em uma hora certinho e depois meti o pé pra casa da Ritinha. Peguei meu neném e aproveitei pra ir na minha mãe. Gritei do portão e a Ray me atendeu. Nos abraçamos e entramos. Sentei no sofá e ela foi chamar o Math que era o único em casa. Ficamos conversando e logo minha mãe chegou; Nos abraçamos e ela pegou o Noah. Ficou brincando com ele o tempo em que estive ali. Logo me despedi e segui pra minha casa. Chegando, tomei um banho e deitei; Liguei pra Nat e ela disse que me ajudaria. Meu coração acelerou. Combinamos tudo por telefone, ficamos horas nos falando. Quando eu desliguei, mandei uma mensagem pro Renan dizendo que dormiria lá na Nat e que no dia seguinte passaríamos um dia de meninas, saindo para o shopping e praia. Ele me respondeu uma hora depois dizendo que tudo bem e que de noite dormiríamos juntos. Concordei. Arrumei uma bolsa pra mim e outra pro Noah e então, saímos de casa novamente rumo a casa da Nat. Cheguei lá, gritei ela do portão e ela nos atendeu com o celular na orelha. Nos abraçamos e entramos. Cumprimentei a mãe e a tia dela e segui pro quarto dela com as bolsas; Noah tinha ficado com a mãe da Nat. Assim que ela desligou, chamei ela pra ir ao mercado comigo pra eu comprar umas coisas pra levar pro Formiga. Estava nervosa, animada e receosa com isso. Era um misto de sentimentos mas eu não daria pra trás. Voltamos pra casa e eu comecei a preparar o empadão de frango e um bolo de cenoura com calda de chocolate. Terminei de aprontar tudo uma da manhã. Noah já estava caindo de sono, tadinho rs Dei boa noite pra todos que ainda estavam acordadas fofocando kkk fui pro quarto e troquei meu neném. Deixei as roupas já separadas, coloquei despertador pra três horas e então, caí na cama. Coloquei o Noah no peito que mamou e rapidinho dormiu... eu em seguida.  

Acordei com o despertador. Respirei fundo, esfreguei os olhos e levantei com cuidado pra não acordar o meu neném. Peguei minha escova de dente, uma toalha e fui ao banheiro onde fiz minhas necessidades. Voltei ao quarto enrolada na toalha, vesti uma calcinha e um sutiã. Passei óleo de corpo e me vesti.

Não tinha trago casaco então, acabei pegando um da Nat, passei um perfume e um desodorante

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Não tinha trago casaco então, acabei pegando um da Nat, passei um perfume e um desodorante. Arrumei o Noah com ele ainda dormindo e depois fui arrumar as coisas dentro da bolsa. Quando foi três e quarenta eu peguei o Noah com cuidado pra ele não acordar, peguei as bolsas e saí de casa. Desci até a pista e fiquei esperando um ônibus que passou quando foi quatro horas. Subi e me ajeitei; Cheguei no meu destino já ia dar seis. Andei bastante e então, entrei. Meu coração parecia saltar pra fora. Noah já tinha acordado e mamado. Estava com a chupetinha e observava tudo. A fila era enorme e parecia não ter fim. Tinha de tudo. Brancas, negras, velhas, novas, crianças, bebês... As horas já pareciam não passar a fila então, nem parecia sair do lugar. Chegou minha vez e eu já estava exausta. Respirei fundo e entrei. Uma mulher me revistou e me mandou seguir até outra sala onde uma outra mulher sem mais nem menos me mandou ficar pelada. Eu arregalei os olhos encarando-a e ela me encarou com a sobrancelha arqueada e repetiu me mandando ficar pelada dessa vez pausadamente. 

𝑮𝒓𝒂́𝒗𝒊𝒅𝒂 𝒂𝒐𝒔 𝟏𝟔Onde as histórias ganham vida. Descobre agora