angel of the small death and the codeine scene

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Se perguntassem para um Tom Cavanagh de nove anos o que ele desejava ser quando crescesse, ele iria responder que gostaria de ser um pintor. Aos quinze, seu sonho era a gastronomia. Quando chegou à maioridade, o garoto descobriu sua paixão por ser bartender, e passou a apreciar a arte de fazer os mais variados drinks. Porém, tudo o que ele nunca havia imaginado que seria quando fosse adulto, era ser apaixonado por alguém como Clair Beauffort.


A mulher loira mexia com o coração de Tom de uma forma que ele não saberia explicar nem se conhecesse todas as palavras do mundo. Ela era sensual, confiante, e inebriante, viciante como uma droga. Mesmo quando não estava com ela, seus pensamentos sempre se voltavam à ela e suas curvas delineadas pelo vestido, seus cachos loiros que recobriam suas costas, seus lábios cobertos por um batom vermelho vivo.


Ela não precisava de muito para levar o bartender à loucura.


Sua paixão por Clair era devastadora, e ele sabia que estava em uma péssima posição logo que se descobriu apaixonado pela mulher. Em que mundo alguém como ela ficaria com um garoto como ele? Ele teria que ser muito ingênuo se pensasse que teria quaisquer chances com a mulher.


Porém, obviamente, quando ele conseguiu chamar sua atenção, e eles passaram uma noite juntos, Tom se pegou pensando em como seria uma vida ao lado dela. Ele sabia que ela não era do tipo que se casava e tinha filhos, como ele desejava, mas não conseguia evitar o pensamento de uma criança com os olhos azuis de Clair e seu cabelo preto correndo pela mansão Beauffort.


Junto com o envolvimento com a loira, veio o vício. Tom não saberia dizer se sua sensação favorita era a de chegar ao seu ápice com Clair, ou de quando ela o apresentava um novo tipo de droga. Ele adorava a sensação dos lábios dela em sua pele, sua mente entorpecida pelo prazer, e por uma boa quantidade de álcool – afinal, ele era o melhor bartender da cidade, e Clair não era vista sem um Martini na mão.


Ela era má, ele sabia disso. Tinha plena consciência de tudo o que ela era capaz de fazer para conseguir o que queria, porém, de alguma forma, isso apenas o atraía ainda mais. Ele adorava sua boca quando ela o humilhava, e quando ela o beijava. Adorava suas mãos quando elas o batiam, e quando elas o levavam presentes. Tom não sabia se, algum dia, seria capaz de odiar qualquer parte de Clair.


A Beauffort o fazia se sentir vivo, como ele nunca se sentira antes. Somente o olhar penetrante daqueles belos olhos azuis já fazia seu corpo estremecer, uma imensa dose de adrenalina sendo liberada. Ela era doce, seu hálito adocicado passeando por sua pele. Regularmente, Cavanagh pensava nela como sendo um anjo – do tipo mais perigoso de anjo, que fosse capaz de levá-lo às alturas, mas, ao mesmo tempo, trancá-lo no mais profundo inferno.


Tom nunca encontraria ninguém que o cativasse tanto quanto Clair. Ninguém que se encaixasse tão perfeitamente em um ideal de mulher que ele nem sabia que tinha. Desde o primeiro momento, ele teve a certeza de que passaria o resto da vida comparando todas as outras mulheres que pudessem entrar em seu cotidiano à Clair, assim como soube que o que ele tinha com a loira era momentâneo. No momento em que ela se cansasse, não haveria mais o que ele pudesse fazer.


Era uma enorme furada, mas a melhor furada que o bartender já havia se metido, e não havia um dia em que ele se arrependesse.


Sem se importar com as consequências, Tom Cavanagh se jogou de cabeça nessa vida – bebidas, drogas, e a presença inebriante de Clair Beauffort. Se sua mãe estivesse viva, diria que ele estava pecando, mas, céus, era o melhor pecado do mundo.

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