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Elizabeth

118 anos. Foi uma luta e um prazer chegar até aqui. Anos que teve seus pros e contras. Eu continuei nas garras do meu suposto pai, e descobri o pequeno artefato que ele usou para escravizar minha magia.

Eu nunca consegui pegá-lo. E por saber que talvez Elliot ou Amélia poderiam tentar recuperá-lo, escondi isso deles e fingi que não sabia.

Como consequência, eu não podia mais andar tranquilamente ou ser eu mesma naquela corte. Cada fala e movimento eram devidamente pensados. Eu não era eu ali. Era a princesa Elizabeth Liveril, a flor da corte. Indefesa e gentil.

Minha pele coçava cada vez que alguém me chamava assim. Eu tinha vontade olhar para trás para ver se não falavam com outra pessoa.

Mas tive bons momentos também. Eu botei em prática o plano da minha cabana na floresta, e agora tenho um belo refugio, onde apenas Eliot e Amélia sabiam onde encontrar. Tamlin teria que me perdoar mas, eu precisava viver por mim mesma, além da irmã protetora e prestativa. Até porque, ele não era mais criança.

E Amarantha também apreciava o fato dele ter crescido. Mas as coisas com ela pioraram quando Tamlin, finalmente, percebeu suas intenções, e deixou claro não ver ela da mesma forma.

E aquela vadia achou que isso tinha algo a ver comigo.

Ela me perseguiu em cada visita, e convenceu meu pai para que eu voltasse a ir para Hyber. E eu não podia desobedecer as ordens dele.

Então, eu voltei a visitar aquele lugar que exalava depressão em cada canto, depois da guerra perdida. Hyber parecia deixar seu povo se amargurar de propósito.

A única coisa boa daquilo, foi a vantagem de conhecer o território. Eu não acreditava que Hyber ficaria parado para sempre com o fim da guerra. Ele planejava algo. Mas eu também nunca consegui descobrir o que.

Sempre que eu ia até lá, quando não estava com Tamlin, eu estava com Amarantha. E nossos momentos juntos não eram, agradáveis. E nesse momento, eu estava em uma dessas visitas.

Eu estava andando pelo castelo, indo ao encontro do meu pai, que havia me convocado. Eu observava cada corredor. Por mais riqueza que ele quisesse ostentar, cada prataria e obra de arte, tudo parecia sombrio.

Eu podia ouvir cada pisar dos meus sapatos no piso. E senti meu coração bater mais rápido enquanto me aproximava da sala.

Fuja.

Eu podia ouvir a ordem na minha cabeça. Mas eu já não me surpreendia ao ver que meu corpo tinha medo o suficiente do meu pai, para nunca o desobedecer.

Eu parei em frente a porta e pude ouvir todo o barulho que vinha de dentro. Tinha mais de que duas pessoas ali. Apertei os olhos. Eu respirei fundo, mas não sentia o ar entrar. Bati na porta e foi aberta por uma das empregadas de Hyber.

Eu passei pela porta e tentei cobrir minhas emoções. 

Meu pai estava no mesmo sofá que Hyber com fêmeas que pela falta de roupa, estava óbvio o motivo de suas presenças. Eu não pude evitar pensar em minha mãe automaticamente, enquanto via a fêmea sentada no colo do marido dela.

Hyber não estava atrás. Parece que eles queriam uma festa particular.

Corra.

Eu queria. Mas seria pior agora.

- O senhor me chamou? - me curvei. Meu pai sorriu com deboche, enquanto Hyber me avaliava.

Eu nunca quis tanto estar com Amarantha.

A New Restart - RhysandNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ