O Início Da Vigília

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Desde que eu me conheço, sempre ouvi falar das criaturas sinistras que aterrorizam a cidade durante a noite. O toque de recolher sempre era rigoroso, e as pessoas corriam para suas casas para se proteger desses seres horríveis.

Quando eu era criança, aprendi a não fazer barulho durante a noite para não atrair essas criaturas para a nossa casa. Meu pai, no entanto, desafiava essas regras, saindo frequentemente à noite, mesmo sabendo que era proibido e eu nunca entendia por que ele era assim. Muitas vezes, ele voltava ferido, com partes do corpo machucadas ou quebradas, mas nunca me explicava por que saía à noite.

Quando eu tinha sete anos, ele saiu uma vez e nunca mais voltou. Recebemos uma carta informando sua morte em uma missão. A palavra "missão" na carta não fazia sentido para mim e para nossa surpresa, havia um convite para que eu me juntasse a uma academia misteriosa. Minha mãe, devastada pela perda, decidiu inicialmente não me levar, mas, após um mês, outra carta chegou com o mesmo convite. Ela então decidiu me levar à academia e me deixou decidir se queria me juntar a eles ou não.

Chegando à essa tal de academia eu fiquei impressionado com o seu tamanho e estrutura.
O lugar parecia mais um centro de treinamento. Havia um vasto campo verde onde alguns treinavam lutas, outros arcos e flechas, e ainda outros espadas. Fiquei encantado e empolgado com a variedade de treinamentos oferecidos.

Minha mãe e eu fomos levados para uma sala e lá fomos recebidos pelo diretor, o senhor Antônio, um senhor de cabelos brancos, com aproximadamente 70 anos, ele tinha uma postura digna e serena. Seus olhos, embora marcados pelo tempo, transmitiam um olhar atento e gentil. Ao nos ver ele acenou com um sorriso caloroso, saudando a gente com um gesto elegante. Seu semblante, embora envelhecido, exalava uma aura de sabedoria e experiência, tornando sua presença notável e respeitável.

Ele me contou sobre a Academia de Defesa Noturna.
Era ali que treinavam pessoas para lutar contra as criaturas noturnas e exterminá-las.

Descobri que meu pai havia estudado ali, o que me concedia o direito de me unir à Academia, eu aceitei, embora minha mãe não estivesse completamente feliz com a decisão, ela não se opôs.

No meu primeiro dia de aula, conheci dois meninos, Ben e Joe. Desde então, formamos um trio inseparável, tanto nas aulas quanto nos treinos e nos tornamos melhores amigos.

Só podemos sair à noite para enfrentar as criaturas quando estamos formados na academia.

E agora atualmente eu e os meninos nos formamos na semana passada e finalmente, hoje é o dia da nossa primeira missão.

Durante a formatura da semana passada tivemos a liberdade de escolher nosso uniforme de combate e seu estilo.
Optamos por sobretudos pretos com capa e como as máscaras são obrigatórias, decidimos combinar nossos trajes.
A minha máscara é bicolor: preta com um olho branco e um sorriso branco, e branca com um olho preto e um sorriso preto. Completei com um chapéu preto grande. Ben escolheu uma máscara toda branca, com um olho preto e lágrimas de sangue, sem boca desenhada. Joe optou por uma máscara toda preta, com olhos vermelhos e um sorriso grande com dentes afiados.

Escolhemos arcos e flechas como armas, pois nos saímos melhor com elas na escola.

E hoje finalmente recebemos nossos uniformes e armas, acompanhados por uma carta com nossa primeira missão.

—Olha, mãe, minha primeira missão! — Exclamei, passando a carta para ela.

—"Ficar de vigia no asilo do centro da cidade" — Ela leu em voz alta e deu um sorriso por essa missão não aparentar ser tão perigosa assim, pro alívio dela.

—Os velhinhos vão dar uma festa hoje e pediram a proteção da Academia — Expliquei, enquanto me preparava com meu uniforme.

Assim que terminei de colocar a máscara e o chapéu, batidas na porta anunciaram a chegada dos meus amigos.

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