Desde quando conheceu Júlia, Miguel teve certeza que ela seria dele.
Porém Guilherme amigo de Miguel dava a entender que gostava de Júlia, mas era apenas como se fossem irmãos, já que foram praticamente criados juntos.
Mas como o destino também não...
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Fiquei perplexo com o que Júlia me contou, será que esse bebê é meu? Não, não pode ser ou pode? Trepei com Marina apenas uma vez em meu escritório... Mentira, passamos tempo suficiente para transarmos três vezes e foi duas semanas depois do meu casamento fictício com a benzinho, fazendo as contas até que bate com o tempo que ela está grávida.
Quem eu quero enganar? Passo as mãos em meu cabelo quase arrancando, tenho que perguntar à ela ou ao menos sondá-la, já que prometi que não diria nada.
Oh!... Ow... Nam... Estou surtando e isso não está legal, tomo meu uísque de uma vez e vou para a sala de reuniões pensando com meus botões... Marina sempre chamou minha atenção, ela é uma morena estonteante, um pouco sarcástica, espirituosa e gostosa pra caralho, porém nunca tinha dado sequer uma brecha, não por ela, mas por mim, ela não merece uma pessoa como eu que não consegue segurar o pau dentro das calças, mas caí em tentação, eu precisava me permitir ao menos uma vez tê-la em meus braços, e agora estou perdido com essa situação.
Adentro na sala e vejo que Marina ajeita algumas coisas na mesa de petiscos, coloca uma pouco de café e quando vai beber faz uma leve careta, sorrio, mesmo assim ela fica bonita.
— Miguel, Zoe, tenho algo para conversar com Marina fiquem á vontade, Júlia logo virá. Nem espero que respondam e me encaminho para a baixinha.
— Marina está tudo bem com você? Ela me olha como se estivesse com três cabeças, acredito que não esperava, pois depois do que aconteceu entre nós, só me dirigia para falar o necessário.
— E porque não estaria senhor Guilherme?
Ela dá um ênfase ao meu nome. Mas não contesto.
— Sei lá, anda abatida, irritada. Resolveu o problema com a tal pessoa?
— Que pessoa? Pergunta confusa.
— Ah! Sim... Sim, tinha até esquecido, está resolvido. Diz Marina um pouco avermelhada.
— Se precisar de algo pode me dizer que eu tentarei ajudar. Júlia anda preocupada com você. Digo.
Vejo ela se aproximar mais um pouco, ficando bem próximo à mim, seu cheiro é um bálsamo para meu deleite, todavia sua boca é felina.
— Já disse que está tudo bem senhor, não precisa bancar o protetor para agradar sua esposa, jamais direi o que houve para Júlia, me arrependo demais desse dia e não preciso de nada para recordar, minha consciência já o faz todos os dias, só porque me comeu uma vez, não tem obrigação nenhuma comigo.
— Três vezes! Digo e ela me olha querendo arrancar meus olhos.
— Que seja Guilherme, agora vamos para nosso lugar que Júlia chegou.
Ela se afasta tomando seu lugar e conversa com Júlia, sento em meu lugar e opto por ficar calado, observando e falar só quando necessário.
A reunião transcorreu bem, apesar da implicância de Lívia com Júlia. Esse dia está uma surpresa atrás da outra, nunca imaginei que um homem vivido como Ray Gurgel se envolveria com a mimada da prima do Miguel, e pela cara do meu "ex" amigo nem ele estava acreditando.
