93.Noite em familia

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— Estou pensando em coloca-los em um dos corredores principais ou então aqui mesmo na sala de jantar. - Falo com um sorriso sínico no rosto.

— Podemos conversar sobre isso depois Hanna... - Tenta encerrar o assunto.

— Ela era linda, não é? Eu nunca vi olhos tão bonitos como os dela. - Falo me referindo a minha mãe. - Hellen Clarke, mesmo não estando mais aqui, a sua presença parece que nunca vai embora, ela jamais será esquecida.

Olho então para Margaret, a mesma estava com os olhos vermelhos de ódio, e os mesmos também estavam cheio d'água, ela queria chorar ódio. Ela encarava profundamente o quadro, e parecia que seus pensamentos estavam longe. Era nítido seu rancor em relação a minha mãe, a sua inveja por não ser metade da mulher que minha mãe era. E o que mais parecia a irritar era que meu pai não conseguia tirar os olhos do quadro.

— Levem os quadros. - Meu avô manda e assim é feito.

Realizada pelo pequeno estrago que eu havia feito naquele jantar repleto de hiprocrisia, volto a comer minha comida. Por um momento percebo o comportamento estranho de meu pai, para alguém que tomava no máximo uma taça de vinho, ele estava bebendo demais e assim como Margaret, seu pensamento parecia estar longe.

[...]

O jantar estava correndo "bem", por alguns momentos Anne se vangloriava de seus feitos, em uma busca profunda pela aceitação de meu avô e as vezes ele lhe dava algumas migalhas de atenção.

— Hanna poderia ir ao clube também, seria bom se aproximar das outras moças da alta sociedade. - O mais velho volta o assunto a mim.

— Nem morta. - Nego a cabeça e volto a beber meu vinho.

— Hanna e suas atitudes impulsivas... - Ele suspira. - Deveria usar esse seu gênio difícil para coisas melhores. - Fala de forma dura. - Ethan poderia ir também, já que agora faz parte da família. - Aponta para Ethan.

— "Agora"... - Ethan solta uma risada baixa. - Isso é tão patético.

— Vocês...! - Anne tenta intervir.

— Tudo bem Anne. - Meu avô diz. - São só dois filhos que querem o amor do pai deles, e que não acham que estão recebendo. - Divide seu olhar entre todos na mesa.

— Eu não quero o amor do papai. Eu só quero que ele admita o fato de que ele é um pai ruim. - Olho para meu pai. - Tia Charlotte, você trataria os seus filhos do mesmo jeito que o pai tratou a gente? Seja sincera, por favor. - Olho para ela.

— Sinto muito William, mas espero não tratar. - Ela desvia o olhar de seu irmão.

— E você faria qualquer coisa pelos seus filhos, não é? - Ethan diz.

— Faria. - Ela assente.

— Ethan e eu podemos não concordar em muita coisa, mas a maior coisa que temos em comum é o quanto você ferrou a gente! - Cerro os dentes. - E o senhor também, "vôvô". - Olho para o mais velho.

— O que eu e o pai de vocês sempre quisermos foi empoderar vocês. - Ele diz com firmeza.

— Pai. - Volto meu olhar para meu pai. - Você nos ama?

— Eu... - O mesmo responde de forma desnorteada.

— Isso foi um não. - Ethan diz de forma dura.

— Ele não disse isso! - Anne tenta entrar no meio.

— Bom ele não disse que sim, disse?! - Ethan diz nervoso. - Sabe o que eu faço quando não quero mentir? Eu não respondo a uma pergunta, talvez eu tenha puxado isso de você "pai".

Meu Eterno Shelby Where stories live. Discover now