65.A musa de Londres

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As perguntas logo começaram, foram rodando a sala inteira, das mais bobas até as mais íntimas. Encostada na pequena mesa de canto que havia ali, eu permanecia de cabeça baixa, mas ouvindo tudo. A voz de Theo então chegou, Anthony estava sedento por caos.

— Meu irmãozinho, me diga. O plano dizia que você só precisava ficar um tempo no The Empire, e que não necessariamente tinha que ficar próximo da dona, apenas tinha que ser os nossos olhos lá dentro. - Anthony dizia andando em círculos, brincando com a situação. - Assim que seu tempo acabasse você só precisava sumir e ir para qualquer lugar bem longe daqui, voltar para a França talvez. Mas você quis continuar lá. Por que?

— Eu resolvi mudar um pouco os planos, achei que minha presença ainda era necessária, que alguma informação importante ainda poderia servir. - Theo rapidamente, com as resposta na ponta da língua.

Anthony de primeiro pareceu satisfeito com a resposta do irmão, que atuava muito bem. Com o copo em mãos, ele o virou, ingerindo todo o vinho que estava dentro.

— Você está escondendo algo. - Ele riu de forma travessa e foi até o irmão. - Confessa! - Colocou a mão no ombro de Theo.

— Eu não decidi ficar por causa do plano, eu quis ficar porque estou apaixonado por Hanna Cooper. - Theo disse com firmeza encarando os olhos do irmão, e assim que pronunciou meu nome olhou para mim por breves segundos.

No mesmo momento todos se entre olharam, Dominic soltou um riso breve, como se dissesse "pobre criança ingênua". George bufou, era o mais irritado pela incompetência do irmão mais novo no plano da família. Anthony sorria de volta satisfeita, havia conseguido tirar o que queria. Enquanto isso Mia permanecia paralisada, não suportava o fato de não ser mais o interesse do rapaz francês. E eu, bom, eu apenas escutava o show que se iniciava.

— Você ainda está apaixonado pela Mia? - Anthony pergunta em um tom inocente, se virando para olhar para a garota, que não tirava os olhos de mim.

— Não. - Theo respondeu sem nem pensar.

De maneira automática o copo que Mia segurava foi jogado contra mim, que por impulso esquivei, fazendo com que ele se quebrasse na parede.

— Isso doeu? - Anthony disse indo até Mia. - Ter alguém que você ama enfiando uma adaga no seu coração. - Provocou.

— Vai pro inferno! - Mia respondeu com raiva.

— Isso doeu?! - Anthony repetiu a pergunta, mas agora seriamente e de maneira autoritária.

— Sim, mas a dor que vou causar nela será pior. - Respondeu com os olhos cheios de lágrimas, mas o ódio ainda transparecia por todo seu corpo.

— Quer ter a honra de trazer a surpresa Mia? - Dominic propôs.

— Nada me faria mais feliz. - Ela sorriu.

— Pode ir então. - Ele disse lhe dando permissão, apontando para a porta.

Mia com toda sua disposição saiu da sala, eu estava nervosa, a cada hora que se passava nesse lugar era como o próprio inferno. Eu sentia que estava em uma ponte, e no fim dela só havia escuridão, a minha partida, que parecia estar cada vez mais perto. Eu não fazia ideia do que estava por vir, do que era tal surpresa, mas estava com medo, estava apavorada e o álcool em minhas veias só piorava tudo.

Com brutalidade George derruba tudo que estava em cima de uma das mesas, se se importa com as coisas quebradas. Dominic então começa a andar em direção a mesa e sobe em cima dela, ficando em pé sobre a mesma como um rei, acima de todos. Espantosamente ele se vira para mim e estende sua mão, com aquele sorriso diabólico nos lábios, eu nunca odiei tanto um homem.

Meu Eterno Shelby Onde as histórias ganham vida. Descobre agora