Episódio 9: Mudança de Rota

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O sol da manhã estava mais frio que o normal, principalmente para um lugar quente como a Califórnia

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O sol da manhã estava mais frio que o normal, principalmente para um lugar quente como a Califórnia.

De qualquer forma, não foi preciso a luz daquela grande estrela para me acordar; meus olhos não tinham fechado nem por um momento naquela noite.

Com o passar do efeito das drogas, minha mente hiperativa tratou de me bombardear com as mais variadas possibilidades e descobertas.

Sabíamos de uma coisa; todas as vítimas eram sobrenaturais.

Analisando um tempo depois, era fácil de perceber como o ar da boate estava repleto de entorpecentes, estes que, em grandes quantidades, conseguiam retardar o processo de cura dos lobisomens e permitir que estes se embebedassem.

Wolf Grave. Túmulo do Lobo. Um lugar onde criaturas sobrenaturais podiam curtir uma noitada de pegação, bebida e drogas como um ser humano normal.

Um lugar onde podiam matar seu lobo.

A boate ser o ponto de encontro entre as três vítimas era mais que a prova concreta de que, sim, o serial killer não era apenas um humano comum.

Mas aquilo não era o suficiente, precisava de mais especificações.

Eram todos lobos?

Seriam eles da mesma alcateia? Se este fosse o caso, o assassinato significaria uma perseguição direta — o que não facilitaria em nada a investigação.

E se não fossem? Bem, aí deixaria pior ainda. Por onde tentaria descobrir mais alguma conexão entre os três?

Não eram esteticamente parecidos. Não viviam em bairros próximos. Não tinham a mesma idade.

As únicas informações que tinha, era que frequentavam a mesma boate e eram sobrenaturais.

O despertador de Felton tocou logo abaixo de seu travesseiro, tremendo as penas e o acordando do sono leve que tinha.

Resmungando, ele sentou no colchão que dormia e bagunçou os cabelos já desgrenhados.

Franzi o cenho, suas mãos tremiam.

— Tudo bem?

Sobressaltado, o agente me encarou com os olhos arregalados.

— Já está acordado?

Suspirei e me desenrolei da coberta.

— Não consegui dormir. Está tudo bem? — repeti, indicando sua tremedeira com o queixo.

— Ah, isso. — Felton posicionou a mão que balançava involuntariamente na frente de seu rosto e molhou os lábios com a língua. — Tem acontecido toda manhã. Não sei exatamente o que é, mas...

— Tem sentido algo de incomum? Tontura, enjoo...

Quando percebi, estava agachado ao seu lado com as mãos vasculhando o corpo do Wendigo em busca de algo que possivelmente causaria aquela reação.

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