capítulo 22 • año nuevo.

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Becca Gómez.

O cheiro da comida não me era agradável, eu só sabia vomitar sem parar e reclamar de tudo e todos ao meu redor.

E a correria não parava, afinal, era véspera de ano novo. No fundo, estou chateada por não conseguir ao menos me levantar da cama.

Que ótimo início de tarde, Rebecca.

Respirei fundo pela décima vez e pausei a música do The Neighbourhood que ecoava nos meus fones de ouvido. Por incrível que pareça, me cansei de ouvir música.

Larguei meu celular num canto qualquer da cama e abracei mais forte o meu travesseiro. Só queria alguém aqui comigo, é pedir muito?

Dois toques na porta soou do lado externo do quarto e nem coragem de falar "entra" eu tive, então me manti quieta. Esperei que a pessoa abrisse a porta e esbocei um sorriso ao vê-lo ali, com os cabelos molhados pela chuva que caía lá fora e algumas sacolas em mãos.

— sinta-se exclusiva, eu saí na chuva e molhei meu lindo cabelinho por você. — ironizou, adentrando o quarto e jogando as sacolas em minha direção.

— sua delicadeza me assusta. — resmunguei.

Abri uma sacola pequena, encontrando uma cartela de comprimido e uma dipirona em gotas. Na outra, encontrei barras de chocolate e alguns salgados.

Talvez ele tenha feito o meu dia.

— mas e aí... tá melhor, minha gata? — perguntou preocupado. Sentir sua mão firme entrar em contato com meu couro cabeludo, foi, sem sombras de dúvidas, a melhor sensação do mundo todo.

É surreal o efeito que ele tem sobre mim.

— não... não ainda. — fiz um biquinho. — mas vou ficar.

— enquanto não melhora, vou ficar aqui com você. — disse, deitando comigo no colchão e virando-se para mim.

Sério, Joaquín é TUDO que eu mais precisava. Ele é o meu conforto, a minha companhia, meu melhor amigo e, principalmente, a minha pessoa.

Antes eu não entendia nada sobre isso, mas agora eu entendo.

— obrigada. — falei repentinamente.

— pelo quê? — me encarou com seus olhos castanhos.

Eu quero que o meu bebê tenha os seus olhos.

— por estar aqui, hoje e sempre. — respondi simples.

Eu queria que aquela conversa acontecesse logo. O estalar dos meus dedos denunciavam isso; a minha perna inquieta também.

— sei que quer ter aquela conversa... — sorri, sentindo que eu fiz demais. — e, se quiser, pode começar a falar.

— tá. — assenti. Passei a olhar o teto da cor branca para me concentrar nas palavras e, ao respirar fundo algumas vezes, resolvi tomar a iniciativa. — as vezes tenho a sensação que a minha alma te ama desde muito antes de você ou eu existir, como se o amor que eu sinto por você fosse tão forte que viesse de outros tempos, minha alma já era sua antes mesmo de ser. Sim, isso quer dizer que eu te amo e quero que sejamos algo mais do que apenas bons amigos. — confessei num fôlego só. — porra, eu jamais te diria isso.

— eu também te amo minha gata, e mesmo que tenhamos nossos atritos, eu nunca parei de te amar. Só quero que saiba que estou disposto a lutar por você e estar contigo independente do que der e vier. — levou sua mão ao meu rosto e afastou alguns fios de cabelos que insistiam em ficar ali. — eu te amo. — sussurrou antes de selar nossos lábios.

nós 3 - joaquín piquerezWhere stories live. Discover now