capítulo 11 • la (nuestra) noche.

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Becca Gómez.

Estávamos sentados no chão da sacada tomando um ar e conversando sobre possíveis nomes para o bebê. Até agora, não chegamos a nenhum acordo.

— mas tem que ser David ou Beatriz, Be! — insistiu, mesmo comigo negando diversas vezes ambos os nomes.

— David é muito infantil, e Beatriz é muito comum. — discordei pela milésima vez.

— bom mesmo é Vasco e Shakira, né? — cruzou os braços, impaciente.

— eu tava brincando! — esclareci, rindo como uma idiota logo em seguida. — aliás, foi o Rony que mandou eu colocar o nome do meu filho de Vasco.

— o Rony é péssimo. — negou com a cabeça. — só sabe dar ideia ruim.

— coitado, Joaquín! — o repreendi. — ele não tem culpa de nada, ok?

— ok, ok... — levantou as mãos em rendição.

Um silêncio calmo se fez presente repentinamente entre nós; tenho certeza que o motivo disso é a nossa falta de criatividade em escolher nomes para crianças.

Meu medo é esse bebê nascer e nós ainda não termos decidido um nome que preste.

— acha que dia 27 vai dar a gente? — o encarei.

— não sei, Be, mas espero que sim. — respondeu, me encarando logo após.

Seu olhar era simples, mas intenso.

Em momento algum ele desviou seus olhos castanhos dos meus; ele sequer cogitou nisso. Em momento algum ele deixou que nosso contato visual se quebrasse e eu já me encontrava com o coração palpitando, minha pulsação correndo mais rapidamente e minhas mãos suando frio, como nunca suaram... ah, as borboletas... as malditas borboletas já se encontram sobrevoando o meu estômago.

Eu realmente espero que sejam os hormônios.

Senti algo arder dentro de mim ao notar que o homem sentado á minha frente acabara de desviar seu olhar á minha boca.

Ele quer me beijar?

Ele quer mesmo me beijar?

Espero que não esteja ficando louca.

— Becca. — pronunciou o meu nome com a voz rouca, me causando arrepios.

A última vez que ouvi a voz de Joaquín nesse tom, ele colocou um bebê no meu útero.

— hm?

— eu... — respirou fundo. — eu posso te beijar? — perguntou num fôlego só.

Ele está nervoso ou é impressão minha?

— merda, Joaquín... — umedeci meus lábios com a língua. — é claro que pode.

O jogador levantou-se do chão e estendeu sua mão para que eu me levantasse também.

Agora, estávamos frente a frente. Já podia sentir o cheiro de manteiga de cacau misturado com chiclete de menta. Sua respiração bate contra o meu rosto e seus olhos estão diretamente na minha boca.

— tia, tio; posso ficar aqui com vocês? — e essa voz infantil foi o bastante para que nos afastássemos bruscamente.

Se Pía soubesse o quão isso era importante para mim, teria demorado mais para vir... droga!

— pode sim, princesinha do tio. — autorizou, pegando a garotinha nos braços.

— o que vocês estavam fazendo? — perguntou inocentemente. — vocês estavam tão próximos...

nós 3 - joaquín piquerezWhere stories live. Discover now