DES(encontros)

Greece

EMILY's P.O.V

Depois de um GP bastante cansativo e um dia terrivelmente estressante, enfim estou de volta ao hotel. Não vejo a hora de ir embora e ficar completamente sozinha! Enquanto caminho pelo saguão, avisto de longe Carlos e Luna. Meu coração acelera e então penso, de ímpeto, em correr em sua direção clamando por uma conversa. Ou ao menos, um ouvido para me escutar. "Mas, Emily, você já não é mais a menina que se deixa levar pelas emoções", tento me convencer. Acontece que no segundo seguinte, Carlos me olha e, sem esboçar qualquer tipo de afeição no rosto, apenas acena com a cabeça. "Nem um sorriso?", penso e isso me faz sentir certa dor no coração. Como reação, meus olhos rapidamente ficam marejados, tento conter as lágrimas de rolarem, mas não por muito tempo. Até que Luna, que se afastou do balcão onde estava com o espanhol, caminha em minha direção, percebendo o caos instaurado em mim e questiona se eu gostaria de sair para conversar.

Mesmo que destruída fisica e emocionalmente, eu só quero que alguém me ouça. Preciso colocar algumas coisas pra fora, e não tenho ninguém aqui... acredito que posso confiar em Luna, então eu aceito e nos dirigimos até um pub próximo ao hotel. Lá, nos acomodamos e enquanto o garçom traz os tablets para fazermos nossos pedidos, Luna quebra o silêncio dizendo:

— Então, Emily, o Carlos me contou o que ouviu, mas sinto que tem mais nessa história... você quer falar sobre isso?

— Olha Luna, eu não tenho nem o quê, nem um porquê pra esconder qualquer coisa. Então, eu vou te contar como tudo aconteceu, está bem?

— Ok. Quero te ouvir!

— Bom, tudo começou na Grécia... no ano passado. Na verdade, antes! Charles me conhecia da Fábrica, tinha ouvido falar que eu era brasileira e gostava de uma boa festa. Certamente comentou isso com Pierre que fez com que o amigo me convencesse a ir para a Grécia, onde haveria algumas festas. Era o recesso de julho...

<<<FLASHBACK ON>>>

No decorrer da primeira noite, ouviu-se um boato — que juro não saber de onde surgiu — a respeito de Carlos Sainz e sua nova affair. Disseram que, no ano passado, após terminar o longo relacionamento de 5 anos, em uma semana a garota nova já estava no paddock. O boato continuou: e mais do que isso, ela trabalha para e com ele até hoje! Eu fiquei chocada, pois sempre o admirei como piloto e com o relacionamento que tinha... ao menos o que eu sabia, né? Mais uma vez o mundo provando que as coisas são bem mais do que pensamos. Bem, ao ouvir tais coisas eu quis muito dizer "Por favor, me lembrem de no futuro nunca, em hipótese alguma, interagir com Carlos."

— Emmie, vem cá! — dizia Charles, aparentemente alegre demais.

Me aproximei, e uau, que vibe boa! Eu estava me sentindo quase que em família. Como eu não havia descoberto essas pessoas antes?

— Emmie, Emmie, por favor, mostre um de seus talentos, anda! Eu sei que você cantaaaa, Emily! Vai!

Eu não sei como Charles Leclerc sabia tanto sobre mim, mas eu estava curtindo. Como ninguém me conhecia e certamente no outro dia nenhum deles ali presentes lembraria de mim, eu subo ao palco logo a frente e então os meninos começam a gritar: — Karaokê solo não, faz desafio!

— RICCIARDOOOOOOOOO! — Charles grita em alto e bom tom.

Em questão de segundos, tenho Daniel Ricciardo ao meu lado com aquele sorriso largo pronto pra dar o show dele. Enquanto decidimos qual será a música em questão, Charles grita no microfone: — Será que é hoje que Daniel vai passar vergonha?

E o público vai a loucura, é certo. Então Charles completa: — Com a Emily não tem vez! — então, George sobe rápido, pega o microfone e diz: — É guerra entre Brasil e Austrália, gente! — fazendo o pessoal ir mais uma vez à loucura.