Capítulo 13

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As memórias da menina inocentemente apaixonada tentavam agarrar-se a esta nova mulher prática que mergulhava em sonos profundos com vontade de sonhar. O seu corpo nu manifestava-se com preocupação e quando tentava imaginar a vida antes de dormir, sentiu-se mais uma vez, atraída pelo passado que jurava já ter esquecido. E, após horas de inquietude, olhou para o lado direito e observou com um sorriso meio rasgado, o homem que lutava pela história do presente, mesmo nos dias em que falavam no que ele pensou ter ficado lá atrás.

Sem querer acordá-lo, virou-se para ele e com a mão deu-lhe carinho, dando permissão ao momento de criar novas memórias, desta vez, boas memórias. Chegou-se um pouco mais perto, os narizes já se tocavam e os lábios já sentiam a respiração descontraída. Fechou os olhos mas não adormeceu. Ficou ali, desejando a eternidade, até que ouviu a voz carinhosamente preguiçosa.

― Porquê que não estás a dormir?

― Estou nervosa.

Ele abraçou-a sem abrir os olhos e com a voz ainda rouca, acalmou-a.

― Vai correr bem, tu encantas qualquer pessoa.

― Isso é a moca de sono a falar?

O homem abriu o olho direito muito lentamente e quando a fixou, encantou-a.

― Com ou sem sono, não deixa de ser a verdade. E esse candeeiro minúsculo já devia estar desligado há horas... quase cega!

Ela levou as mãos à boca soltando uma gargalhada miudinha.

― Tu ainda te ris? Queres um namorado com uma pala de pirata?

Os dois olharam um para o outro, mergulharam entre risos nas almofadas madrugadoras e quando limparam as lágrimas de comédia, lá estavam eles. O casal apaixonado.

― Nunca me imaginei com um pirata mas podemos resolver isso!

Maria agarrou Pedro com a força do desejo que já a consumia. Colocou-se em cima da cintura forte que já começava a ganhar vida. Chegou-se bem perto da boca dele mas não o beijou, fixou-o nos olhos e disse bem baixinho que o queria dentro dela. As palavras assim que saíram, provocaram uma ereção direta no homem nu e sem se controlar, agarrou-a pelas nádegas fazendo-a chegar-se mais perto de si. Beijou-a com ardor. A humidade que já escorria pelas línguas que há muito se conheciam, crescia cada vez mais com um toque de malícia e possessão. Não se deixando controlar, Maria decidiu assumir as rédeas, tornando-o submisso aos seus impulsos.

― Quem manda aqui?

Os olhos do Pedro mal aguentavam a imagem que o excitava. Não conseguiu responder de imediato.

― Pedro, vais-me obrigar a repetir a questão?

Ele voltou a ficar em silêncio, dizendo apenas que não com a cabeça que já o levava para lugares eróticos.

― Quem manda aqui?

Pedro levantou-se repentinamente, fazendo com que Maria saltasse um pouco e já sentado, agarrou-a pelas costas e encostou-a contra o seu peito. As bocas partilhavam o mesmo ar. Os olhos deliciaram-se no corpo um do outro e os músculos contraíam compulsivamente.

― És tu. Só tu, Maria.

A mulher esboçou um sorriso de confiança e sem pestanejar na dúvida, empurrou-o para trás.

Maria, arqueou as costas de prazer e um gemido soltou-se contra as paredes do quarto. A anca movia-se em pequenos círculos lentos. Uma e outra vez, sem quebrar o ritmo que os entretinha. Os corpos suavam sem esperar pelo clímax e quando se tentavam colar um no outro, não conseguiam, escorregavam e aquela sensação da água natural, excitava-os.

AINDA NÃO É DESTAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora