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(Fernando)

Consegui levar a Maiara a tempo pro hospital, e graças a Deus ela não teve nada grave, quer dizer, algumas coisas sim... Além dos hematomas que vão ficar por algumas semanas, tem também alguns cortes pelo corpo. 

O mais preocupante deles tá bem no meio da testa, e os médicos desconfiam que tenha sido feito com uma faca. Aparentemente é um corte superficial, mas precisa ser observado pra ter certeza.

Por conta da situação toda, ela ficou com muito medo e o estômago dela produziu uma alta quantidade de suco gástrico, por isso a dor na barriga e os enjoos.

Depois dela fazer vários exames, os médicos receitaram os remédios e um tipo de calmante foi aplicado na veia dela... E agora aqui estou eu, sentado na cadeira do hospital olhando ela dormir.

-Ela vai ficar bem... - Paulinha falou baixo.

-Será? Eu tenho medo de ele ir atrás dela de novo, e eu não estar lá pra ajudar ela... - falei olhando pra Maiara que tava num sono maravilhoso.

-Fica tranquilo, eu já combinei com o meu patrão e vou mudar meu turno no trabalho pra noite. Aí consigo ficar o dia inteiro com ela, e quando você chegar da produtora, você cuida dela...

-Obrigada Paulinha, não sei o que seria de mim sem você viu!

-Não precisa agradecer, você sabe que eu tô aqui pro que precisar, e além disso essa baixinha merece tudo de melhor... - ela falou e eu abri um sorriso - Agora chega de melação Zor! Minha glicose até subiu!

Comecei a rir, e antes que eu pudesse responder, vi a minha bebezinha se mexer na cama. Me aproximei e comecei a fazer carinho nela, enquanto ela tentava acordar.

-Oi amor... - Maiara falou olhando pra mim e deu um sorriso fraco.

-Oi vida... - dei um selinho nela - Cê tá bem?

-Tô... - ela tentou sentar na cama mas não conseguiu por conta dos machucados.

-Ei! Fica quietinha! Você precisa descansar! - peguei na mão dela - Tá sentindo alguma dor?

-Só uma dorzinha de cabeça, bem aqui e... - ela passou a mão no corte da testa - Ai! Por que aqui tá doendo?

-Tem um corte aí, por isso tá doendo... Mas não se preocupa com isso! Depois eu te explico melhor.

-Tá bom.

-Tá com fome?

-Não.

-Tem certeza? - perguntei de novo.

-Eu não quero comer e vomitar de novo! - Maiara rebateu triste.

-Você precisa comer! E eles já te deram um remédio, você não vai vomitar mais... - fiz carinho no rosto dela.

-Tudo bem.

Pedi pra enfermeira trazer o jantar e ela atendeu o pedido na mesma hora. Coloquei a comida na boca da minha bebezinha e comi o que ela não aguentou comer.

Ficamos conversando, até ela falar que tava enjoada e colocar todo o jantar pra fora. Óbvio que eu fiquei decepcionado e ela também, porque ela me olhou desanimada.

Fiquei um tempo ali abraçado nela, até a enfermeira voltar e dizer que uma delegada queria conversar com a Maiara pra colher o depoimento. Eu ia sair do quarto, mas a minha baixinha pediu pra eu ficar.

-Boa noite Maiara. - a delegada era uma mulher loira, alta e bem séria.

-Boa noite... - ela respondeu baixo.

-Eu sou a delegada Maria, e vim aqui colher seu depoimento.

-Ok.

-Peço por favor, que você se retire! - ela falou olhando pra mim.

-A Maiara pediu pra eu ficar aqui! - segurei a mão dela mais forte.

-Você não pode ficar aqui enquanto ela fala, afinal, você é um dos suspeitos!

-Que? O Fernando nunca faria nada contra mim! Pelo contrário, ele me ajuda! - minha baixinha praticamente gritou.

-Sem discussões Maiara Carla! Por favor retire-se Fernando!

-Por favor, não me deixa sozinha! - ela sussurrou e me abraçou.

-Eu tenho que ir amor, mas vou ficar aqui fora te esperando, qualquer coisa é só me chamar viu! - dei um beijo na testa dela - Eu te amo!

-Eu também te amo! - ela sorriu fraco.

Mulherzinha chata viu, Deus me livre!

Depois da TempestadeWhere stories live. Discover now