— O-olá, gostaria de um copo d'água – gaguejo com nervosismo.

O cara continua olhando com a cara fechada para mim sem mover um músculo, o que me deixa ainda mais nervoso.

— De um copo de água para a criança, Machado – ouço uma voz grossa atrás de mim.

Olho para a pessoa que falo e vejo um homem alto e cheio de tatuagens, ele veste uma roupa de couro e ostenta uma cara fechada e um olhar gélido. Ele senta do meu lado e pedi para o cara te servir um Whisky.

— Valeu – falo agradecendo.

— O que faz aqui garoto? – ele pergunta interessado.

— Tive alguns problemas – falo neutro.

— O que? Brigou com a mamãe – ele fala lançando um sorriso sombrio.

— Acho melhor você fica na sua cara, não sabe nada sobre mim – falo seco.

Vejo que o bar ficou em silêncio total, olho para os lados e todos estão olhando para ele parecendo esperar algum reação. Quando me volto para ele vejo que me olha sem expressão. Ele solta uma gargalhada que faz com que todo mundo faça o mesmo e voltando a suas conversas como se nada tivesse acontecido.

— Cuidado com as palavras fedelho, poderá sair daqui sem a língua – ele fala ainda sorrindo com os dentes amarelos.

— Quem é você? – eu pergunto.

— Logo você saberá – ele fala sem esboçar nada.

O Martelo coloca o copo de água em minha frente e logo o bebo de uma vez, estava morrendo de sede. Vejo o cara ao lado me observando que logo ergue a mão fazendo o barmen colocar mais água em meu copo.

Observo ele bebendo seu Whisky, percebo que ele tem uma pose de superioridade que emana. Ele tem poder e isso se percebe de longe, vejo as pessoas passando e o cumprimento uns com alegrias e outros com medo.

— Como assim? – pergunto sem entender.

— Quantos dias que não come? – ele ignora minha pergunta.

— Não interessa para você – falo não querendo falar.

— Martelo, traga um prato de comida para o garoto e coloque em minha conta – ele fala se levantando.

— Por conta da casa prez – o cara fala com orgulho.

— Por que está fazendo isso? – pergunto quando o vejo saindo.

Ele apenas me olha e sai como se não estivesse falando com ele, colocando seu capacete ele liga sua moto e vai embora junto com alguns homens.

— Teve sorte garoto – ouço o cara falar.

Me viro para ele sem entender.

— O chefe gostou de você, se fosse outro já estaria morto – ele fala dando risada.

— Quem ele é? – tento novamente.

— Se ele disse que você saberá em breve, então aguarde – ele fala — Só tenho medo de qual forma.

— Não assuste o menino Martelo – vejo uma mulher saindo de trás de uma portinha que provavelmente era a cozinha.

Ela coloca um prato de comida em minha frente e meu estômago chega a roncar só pelo cheiro delicioso, vejo ela olhar para mim com carinho me lembrando a minha mãe.

Adônis Morris - Série Hellish Demons Where stories live. Discover now