61° Capítulo

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Estava em uma ponta do barco conversando e o dia estava praticamente acabando já, depois daqui imagino que vamos voltar pra casa e eu fiquei na minha sentada no colchonete onde deitamos pra pegar sol. Não me sinto mais a vontade com esse clima entre eu e Victor então prefiro ficar longe.

Ouvi passos de alguém atrás de mim e quando olhei era Leila com duas taças de vinho na mão me olhando com um breve sorriso.

- Eu e o vinho pode te fazer companhia?

- Claro - sorri.

Ela se sentou me estregando uma da taças já dando um gole de estreia então acompanhei.

- Mas e ai, me conta, por que esta afastada quietinha nesse canto aqui?

- Só pensativa.

- Tudo certo com vocês?

Arqueei a sobrancelha meio sem entender o "vocês".

- Você e o Victor?

No momento que ela fez essa pergunta uma coisa veio a minha cabeça, o Victor não parece confiar em ninguém mas a Leila é a única mulher que ele tanto protege e pelo que entendo nesse tempo vivendo com eles ela é a única que ele considera família de verdade.

Uma verdadeira irmã..

Se você desconfia de algo tenta agir sozinho ou conta pra que mais confia tentando achar uma saída?

Eu e o Victor não demonstramos que estamos brigados, até beijo na testa ele me deu pra terminar o teatro, então porque ela perguntaria do nada sobre nós dois?

É Victor, pra sobreviver contra vocês tem que pensar com a cabeça de um ladrão e de um assassino.

- Está tudo estranho entre a gente.. - disse meio cabisbaixa.

Tenho que confundir a Leila mesmo sabendo que se o Victor falou com ela antes de mim, ela acreditando nele ou não tenho que tentar plantar a semente da dúvida nela.

Se ela não sabia talvez possa usar isso pra por um contra o outro, não vou sair perdendo de qualquer forma.

- Como assim?

- Aconteceu uma coisa assim que voltei do sequestro do Turco.. - Ela ficou em silêncio colocando sua atenção em mim - Você já tem ideia do que fizeram comigo lá, viu as marcas em mim.

- Odeio lembrar disso mas sim, eu sei.

- Victor e seu tio achou o desgraçado, eu estava em casa quando Victor falou que iria me levar em um lugar.. - tomei um gole do vinho pra tentar engolir meu próprio veneno - Não fazia ideia de onde estava indo mas era um galpão abandonado, seu tio estava lá junto com o cara..

- Não precisa falar se não estiver a vontade com o assunto..

- Ele tava lá ajoelhado com as mãos amarradas e seu tio na frente dele, me virei pra ir embora mas Victor não deixou.. Carlos queria que eu o matasse.. - minha voz falhou - Eu tentei pedir a ajuda do Victor pelo olhar mas ele nem queria saber.. - sorri cabisbaixa - Ele nem se quer olhava pra mim..

- E então?

- Carlos entrou na minha mente de uma forma, ele falava que já que eu não tive a oportunidade de me vingar na primeira vez ele queria que eu me vingasse agora, era um segredo meu que eu tive a confiança de compartilhar com o Victor e mesmo assim ele contou pro seu tio - Leila secou a única lágrima que descia meu rosto - Ele ficou a arma na minha frente, me oferencendo como se oferecesse um pedaço de carne para um leão, eu falei que não queria e pedi pra fizessem isso por mim mas o que eles queriam mesmo era eu, que a própria fizesse o serviço..

Querida MarianaOnde histórias criam vida. Descubra agora