Cap.7 - O que eu sou para você?!

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Toda sexta-feira, a faculdade de teatro pegava o dia todo para ensaiar a peça. Já com todos no palco, nos alongamos e estudamos mais um pouco o script para começarmos os testes.

Escolhemos uma cena de briga que precisava de uma boa interpretação e definimos a ordem de apresentação.

- Então quer dizer que você sabia de tudo, Vida?! Meus poderes, meu trabalho... Tudo?! O que eu sou para você?! Seu "único amor"?! -ele disse fazendo aspas com os dedos- Que piada!

- Não, Morte. Eu posso explicar.

- Eu não preciso de explicações! -vi Izumi-senpai puxar a gola da minha blusa e me olhar com desgosto- Eu já entendi o que você é de verdade, Vida. Você quase me matou! Você não merece o amor de ninguém, seu merda!

- Okay! Fim dos testes de hoje! -o professor encerrou a cena- Bom trabalho, Tanaka Izumi, Inoe Yukki, Uchoa Natsume e Yuhiko Takumi! Vocês fizeram umas falas bem pesadas, né?

Todos na plateia riram e eu e Izumi-senpai fomos beber água.

(• 3 •) quebra de tempo (• 3 •)

Após juntarmos tudo em caixas no apartamento do Yukki, voltamos para casa com uma mala, caixas e as compras do mês.

- Tadaima! -falei ao entrar, mesmo que o Mochi não respondesse 'okaeri!'- Senpai, já tem um espaço no guarda-roupa para colocar suas roupas. Se você quiser, eu faço a janta e você coloca as coisas lá.

- Ah, tudo bem. Depois a gente pode assistir um filme depois e ficar acordado até tarde, né? -ele propõe tirando os sapatos no genkan e eu assinto com a cabeça- Então já prepara o saquê, lindo! Quero te ver bêbado hoje haha!

Fiz o arroz, o misoshiru, as verduras, o peixe e chamei o Senpai para voltar para a cozinha. Comemos e parecia que Yukki estava mais animado do que o normal, apesar de não ter passado no teste.

Escolhemos um filme qualquer de ação e nos aconchegamos no sofá de uma maneira confortável: Yukki quase deitado e eu com a cabeça deitada em seu peito enquanto o Mochi deitava no meu colo.

Quando o filme acabou, Yukki já estava bêbado e eu estava começando a corar.

- Você não vai ganhar dessa vez! Eu nem estou bêbado ainda! -falou o bêbado que caiu do sofá- Takumi, hoje você vai ver o que acontece com pessoas que me rejeitam daquele jeito!

Ele me deu um tapinha na perna como se fosse o mais forte do mundo e logo desmaiou no meu colo.

- Ah não, Senpai! Aaaaaa ninguém merece! -levantei a cabeça dele e tentei levar ele até o banheiro- Vem tomar um banho, vem. Não quero ouvir você reclamando de dor de cabeça depois.

- Aaah! Então você quer fazer isso no box?! Seu safadinho! -ele disse cambaleando enquanto tirava a camisa.

- Não! Para com isso! Que idiota. Entra logo que eu vou esfregar seu cabelo. -o puxei pelo braço e abri o chuveiro para verificar a temperatura- Está gelada, não se desespere, okay?

- Aaaahhh! Tá muito frio! -caramba, eu falo grego por acaso?- Deixa eu sair, Takumi! Takumi!!!

Depois de muita luta (muita luta mesmo -_-), saímos do chuveiro banhados e ajudei Yukki a vestir o pijama enquanto ele tentava bater na minha bunda sem sucesso algum.

Ele já parecia um pouco mais sóbrio mas com certeza ía ficar de ressaca no dia seguinte.

- Takumi-chan.

- O que foi, Inoe-san?

- Posso te abraçar?

- Não.

- Porqueeee? Eu não posso abraçar meu melhor amigo?

- Não há necessidade, cara.

- Por favor, Takumi-chan!

- Okay, okay! só até você dormir.

Ele passou seus braços em volta da minha cintura e me deitou na cama depois de dar um tapa na minha bunda.

Depois, o descarado fingiu desmaiar no meu peito! Ninguém merece, viu! Deixei ele na cama e dormi no futon, porque acreditem em mim: o chão é mais confortável do que dormir com um bêbado.

Behind The Curtains (There's a Soul)Where stories live. Discover now