Natureza guerreira

35 9 14
                                    

O vento soprou levemente,
acariciou aquela árvore
que soltou uma folha…
duas caindo, elas dançavam pelo ar,
parecendo duas bailarinas ritmadas pela música da vida.
Rodopiavam e pareciam interagir
em um frenesi de outono até atingirem o solo, onde estas duas caíram; outras jaziam à espera do inverno rigoroso.
A árvore parecia padecer ante ao que se previa, nua de suas folhas, seus galhos à mostra; o inverno chegara trazendo rispidez àquela que outrora se via frondosa.
Tempo frio que demorou a se findar,
fazendo curvar o nobre caule lenhoso.
Quem de longe a avistava, sem conhecer seu processo, concluía: Ela não sobreviveria!
Mas ao sorrir a primavera, todo seu encanto voltou, de seiva se nutriu e se fortificou.
Folha a folha se reerguia, e mais forte ela ficou.
Frondosa e Bela ela brotou.
… A mulher abriu os olhos, após realizar uma alusão...
Passou por um processo rígido de regeneração, tal qual fazem as árvores após o verão.
Cada folha que caía, lhe acariciava, se retraía para atravessar a tempestade.
Curvou-se, mas jamais cairia; apenas foi subjugada por vaidade.
Com o passar das estações, se viu novamente linda, frondosa; pois era mulher, a árvore da vida, natureza Guerreira.

___________
Cláudia Neto

A poesia que nos encontra (história Completa)Where stories live. Discover now