Quando tomei a decisão de passar minhas férias aqui, não tomei nota de que teria um mini fã-clube com 5 meninas Fontainenses que me reconheceriam em um shopping e não parariam de me perseguir até que minhas pernas não aguentassem mais. Mas aconteceu e eu tenho que fazer o possível pra não chamar mais atenção.

E foi numa luz desesperadora que eu tive a brilhante ideia de virar a primeira esquina que encontrei e emburacar no banheiro masculino. Como eu sairia dali? Eu não faço a mínima ideia, mas pelo menos teria alguns minutos de paz.

Assim que entrei no banheiro, percebi que estava completamente vazio e aproveitei pra fazer meu sagrado xixi, minhas pernas estavam tão bambas que foi até meio difícil de mirar. A paz era tão boa que tirei um tempo e fiquei observando a decoração do banheiro. As portas eram um azul meio desbotado, os vasos eram brancos, a pia era de mármore com alguns detalhes de madeira e a janela era de madeira também. Pera... tinha uma JANELA no banheiro. Não era daquelas enormes, mas era o tamanho suficiente pra que eu pudesse passar. Ou melhor... escapar!

Eu me apoiei na pontinha do entalhe que tinha na parte debaixo da parede e fui escalando aos poucos, até conseguir finalmente subir por completo, na altura da janela. Torci pra ela não estar trancada e consegui abrir a mesma. Fui me encolhendo o suficiente pra chegar ao outro lado e voi lá. Liberdade!

Algumas pessoas diriam que estava sendo um pouco exagerado, mas passe a sua vida inteiro trancado dentro de uma mansão recebendo regras o tempo todo, sendo privado de ter amigos e com uma multidão de meninas te stalkeando e te seguindo o tempo todo. Não é a coisa mais complicada do mundo, mas você acaba se cansando. Aqui é o meu caso, eu sou um garoto cansado. Um garoto cansado pulando de uma janela de banheiro. Se isso não é a cara das férias, eu não sei mais o que é.

Já do lado de fora do shopping, resolvi colocar meu óculos pra manter o disfarce e evitar que alguém me reconhecesse de novo. Achei um lugar que vendia espetinho por uma esquina de Fontaine mesmo e comprei. Só que mais uma situação aconteceu. A atendente começou a me encarar um pouco estranho e eu comecei a ficar nervoso torcendo pra que meu disfarce funcionasse.

— Hmmmm, eu acho que te conheço de algum lugar... - ela chegou mais perto encarando meu rosto e eu ajeitei os óculos desconfortável.

— E-eu? Eu moro aqui desde criança! - eu ri meio nervoso e engrossei a voz pra disfarçar meu timbre vocal.

— Max! É você? Como está o seu tio? E você, querido? Está tão grande! - a mulher pareceu empolgada e eu entrei na onda.

— Ah...sim! Eu estou ótimo! O tio também está! Obrigada, foi muito bom te encontrar de novo!

Eu peguei o espetinho e fui me afastando, estava acenando enquanto ela falava de lembranças com o tal Max, até que finalmente saí da vista dela e pude me virar em paz, saboreando meu espetinho. Eu era péssimo em ignorar pessoas, por isso preferia fugir de qualquer situação.

Parei finalmente pra aproveitar a vista e me dei conta do quanto aquele céu estava fantástico. E foi aí que aconteceu a cena mais clichê que me fez parecer que eu estava em alguma espécie de filme, livro ou qualquer coisa parecida.

AQUELE CELULAR NÃO ERA MEU!

Me senti frustrado por não poder tirar foto naquele telefone, visto que não me pertencia e era errado usar a memória dele com algo que teria a possibilidade de não agradar o dono. Mas 3 segundos depois, deixei essa ideia estúpida de lado e tirei uma foto linda do céu, que estava com um tom meio roxo e laranja, já no clima de pôr do Sol.

Eu sempre tive um apego muito grande por fotografias e sempre amei tirar todos os tipos de fotos. Estranho um modelo aspirante a fotógrafo, né? Eu sofria com esse caso. Eu guardo um Twitter específico só pra minhas fotografias. Não sei explicar exatamente quando surgiu esse apego por imagens, mas imagens contam histórias, imagens trazem lembranças absurdas e registram momentos que podem ser passados de geração pra geração. Um ângulo, uma iluminação faz toda a diferença e pode mudar toda uma perspectiva. E eu amo esse conceito. O conceito de transmitir um sentimento sem precisar dizer nada ou de contar uma história sem qualquer esforço. Essa é a minha maior paixão.

Fontaine - Meu Amor de Verão [NOVA TEMPORADA]Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang