Pôs o colar em seu pescoço, apalpando lentamente para sentir os detalhes da joia como se pudesse relembrar as palavras que seu pai preferiu ao presenteá-la com o colar quando era apenas uma criança élfica e imatura.

Dawian

Esse era o nome da bela joia, mas ela preferia chamá-la por outro nome, por ser mais coerente com o significado do colar e sua história por detrás do objeto prateado.

Colocou a caixa novamente dentro da gaveta, fechando-a logo em seguida. Sentou-se na borda da cama, calçando calmamente suas botas pretas que eram da mesma cor de sua calça, saindo rapidamente de seu quarto, trancando a porta do mesmo.

Ao descer os poucos degraus do palácio, alguém passou a caminhar ao seu lado.

- Minha senhora, irá para o reino de Valle? - perguntou o elfo tentando acompanhar os passos apressados da elfa .

- Sim, estou de partida neste exato momento. Você assumirá o meu posto enquanto eu estiver ausente, e reportará os relatórios ao Rei Élfico.
E enquanto eu estiver fora, evite o máximo possível cometer falhas.
Entendido, Cardhir?

- Sim, minha senhora Auriel.

Ambos continuaram caminhando. E um silêncio extremo invadiu os dois elfos.

Para Cardhir era incomodante o silêncio e o tratamento que recebia da elfa ao seu lado.
Porém para Auriel, o silêncio sublime era reconfortante, pois a fazia dar mais vantagens as coordenações de seus pensamentos e problemas particulares.
Era um momento que considerava sagrado, e desfrutava de uma paz calorosa em outro universo.
O silêncio da mesma forma, a fazia arquitetar suas próprias palavras, e argumentos coercivos.

- Nós podemos conversar convenientemente, quando você retornar daqui há quatro luas? - o elfo perguntou cautelosamente.

A elfa suspirou diante da indagação.

- Não há nada para conversarmos. Até porque, não existe motivos para termos uma conversa particularmente privada. O assunto em questão, já dei por encerrado. E ele não me interessa.

- Mas, Auriel...

- Eu já disse o que penso sobre isso, e o meu pensamento não foi modificado. Por quê insiste nisso, sabendo que a resposta será sempre a mesma?

O elfo acabou abaixando o olhar com o questionamento da elfa.

- Aceite de uma vez por todas a minha resposta com relação a este assunto. Pois para mim, ele está completamente finalizado.
Adeus, Cardhir. - a elfa disse ao avançar mais os seus passos, deixando o elfo estagnado nos degraus da escadaria.

- Essa conversa ainda não acabou. - o elfo disse convicto em sua afirmação, enquanto observava a elfa se afastar de seu campo de visão.

                    .o0o.
Ele caminhava avidamente à frente de seu pelotão de elfos combatentes, que aparentava ter realizado uma missão de extermínio de aranhas gigantes no território.
Seus passos foram impulsivamente interrompidos por dois seres de madeixas loiras, que pararam em sua frente.

- Meu senhor Legolas. - o elfo e a elfa que estavam aguardando sua chegada na entrada da ponte, o cumprimentaram de forma respeitosa.

- Oficial Lauriel. Oficial Dorlas. - o elfo os cumprimentou com o mesmo gesto.

- Quais são os relatórios das outras missões de aniquilação das aranhas?

- Tivemos cinco grupos combatentes que pediram reforços imediatos, dois grupos fracassaram em suas missões, mas enviamos reforços dobrados ontem e felizmente conseguiram exterminar as invasoras naquele local.
Porém tivemos três combatentes feridos. E os outros pelotões não retornaram para fornecer os devidos relatórios.

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