— Não é nada, só tesão reprimido. — ela suspira teatralmente e eu rio. — Elliot me deve um orgasmo épico mais tarde.
— Me poupe dos detalhes, por favor. — faço uma careta.
Christian segura minha cintura e Don Matteo passa na nossa frente, abrindo a última porta do extenso corredor. Atravessamos o limiar e entramos numa espécie de galpão. Olho em volta e vejo um verdadeiro arcenal de guerra na parede com armas que eu só tinha visto nos videogames do meu irmão.
— Merda, isso é excitante. — Mia grita como uma garotinha e corre até um F2000 Assault.
Rio da sua histeria infantil e volto a olhar em volta até os dois caras amarrados em cadeiras de plástico e com sacos pretos na cabeça.
Eles choram e gritam no que eu acho ser português, mas não tenho certeza.
Olho para Christian e arqueio uma sobrancelha.
— Quem são? — Don Matteo dá um passo à frente e se oferece para pegar o meu casaco.
— Traidores. Acharam que podiam me roubar e seriam perdoados. — ele suspira enquanto me ajuda com as mangas. — Vermes que merecem morrer.
Assinto e passo as mãos pelo meu vestido. Alguns seguranças olham para mim, mas a carranca do meu marido e de Don Matteo fazem todos desviarem os olhos. Tudo bem, sei que engordei e que agora o vestido justo ressalta todos os meus atributos, mas eu sou uma mulher casada, porra.
— Tudo bem, entendi. Mas ainda não me disse por que estamos aqui. — Christian sorri e me puxa para um abraço, suas mãos apertando a minha cintura.
— Quero que aprenda a atirar, é algo importante no nosso mundo. Vai saber se defender quando eu não estiver perto e também é um hobby interessante.
— Me mostre como se faz, então. — Christian sorri e me dá um beijo casto antes de me puxar até o estande de armas.
Meus olhos brilham em direção as maiores, principalmente ao rifle que Elliot coloca nas mãos de Mia.
— Essa ainda não, baby. Quando o bebê nascer prometo que pode atirar com o que quiser, mas por enquanto vamos começar com essa aqui. — ele me entrega uma arma pequena, parecida com um revólver. — É uma GSh-18. Fabricação russa.
— E por que estamos começando exatamente com essa? — pego a arma nas minhas mãos, sentindo o peso.
— É pequena, precisa e comporta dezoito cartuchos. Pode salvar a sua pele em várias ocasiões. — Christian me entrega um pente de balas e me mostra onde colocar.
— Vou poder levar uma na bolsa? — pergunto mal escondendo minha excitação.
— Se me prometer que não vai confundi-la com batom por mim tudo bem.
Don Matteo deixa Mia aos cuidados de Elliot e caminha até nós, colocando as mãos nas minhas costas.
— Boa escolha, querida. Qual dos alvos sai querer para iniciar as aulas? — desvio meus olhos para os dois caras amarrados e aponto para o da direita.
Christian dispensa o arcenal e puxa o seu inseparável revólver da cintura. Sigo seus passos pelo galpão até uma distância de uns três metros dos nossos alvos.
— Qual é minha primeira lição, Don Matteo? — o velho me dá um sorriso satisfeito e para ao meu lado, dando apoio.
— Primeiro afaste as pernas, você vai precisar de uma área de apoio maior. Depois você vai precisar se concentrar no seu alvo e segurar a arma com a maior força que conseguir. Lembre-se que haverá o ricochete e você precisa de estabilidade para recebê-lo.
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Capítulo 31
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