Esses conflitos me fazem mal e eu sei disso. Mas é difícil não pensar que tudo pode ruir. Minha mente sempre foi desse tipo: me sabotar é algo fácil.

Saio do banheiro tentando recalcular minha rota e o porque estou pensando sobre essas coisas.

Estanco na metade do caminho ao me deparar com ele, concentrado em algo no seu celular, sentado na minha cama.

Ao sentir minha presença, para o que está fazendo e coloca o aparelho no criado-mudo, me chamando logo em seguida com o indicador.

Meu corpo é tão traíra que antes que consiga pensar já estou praticamente na sua frente.

Suas mãos tocam na minha cintura, me puxando para sentar em seu colo. O pano fino do meu short junto com a sua calça, ajuda muito para sentir seu amiguinho. O clima do quarto parece ter mudado literalmente.

— Você ficou estranha do nada… O que houve? Fiz algo errado?

— Você nunca faz nada de errado Dominic. Sou só eu, com as minhas paranóias.

Ele passa seu dedo indicador levemente pelo braço subindo até meu pescoço em uma prece silenciosa. Sinto vontade de relaxar, mas algo na minha mente me impede. Medo.

— Quero saber que paranóias são essas.

Percebo que não é um pedido, e sim quase uma ordem. Semicerrei meus olhos, sentindo meus ombros pesarem e minha pele se arrepiar com a pressão que ele bota no meu corpo para termos um contato maior.

— Nem sempre posso compartilhar tudo com você. Assim como você não faz.

Jogo as palavras, para ver se ele muda algo. E sim, seu rosto fica muito tenso. Seu corpo também.

Sabia que tinha algo de errado.

— O que você quer dizer?

Aproximo meu rosto do dele, deixando bem perto da sua boca. Nossas respirações se misturam e a vontade de deixar esse diálogo para depois, mas não permito que eu vá por esse lado. Preciso ter o domínio disso aqui. Sinto que não tenho mais. Mas terei, em breve.

— Não sei… Só sinto que você não me conta tudo. Então, me sinto no direito de não fazer também. Justo não acha?

— Com relação a que você diz isso?

Tudo. Principalmente pelo fato de você dizer não saber quem foi que sumiu com todas as provas.

Suas reações são muito fáceis de serem lidas e isso é ser algo que ele deveria saber esconder. Principalmente pela sua profissão. Mas não é o que acontece, e nesse momento, seu rosto transmite um conflito. Assim como seu corpo que enrijeceu. Interessante.

— Se você sabe de algo, por favor, me diga. Eu estou confiando em você. E isso é totalmente inédito. Espero não me decepcionar. — insisto, com medo de perde-lo.

Ele vira seu rosto, me impedindo de ver o que se passa nos seus lindos olhos. Mas suas mãos não saem da minha cintura e quando eu cogito me levantar, ele me segura com mais força.

— Foi eu.

Assim, simples, e fácil. Como uma bomba.

Sua voz saiu tão baixa que quase seria impossível de escutar se eu não estivesse tão perto. Fico olhando para seus olhos tentando achar uma mentira. Mas eu sinto verdade.

— Você fala sério? Por que? E por que não me disse?

— Muitas questões, linda. — sua mão gélida faz um carinho no meu rosto, me passando uma sensação boa, mesmo depois desse baque. — É uma história longa, mas eu vou te contar toda… Mas pode ser amanhã? Preciso falar com uma pessoa antes de te falar tudo.

IN(QUEBRÁVEL) | ✓Where stories live. Discover now