19| Sorriso fácil

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AMBER

Depois daquele pedido, foi impossivel nós dois conseguirmos comer algo, tudo que estavamos pensando era em se consumir por inteiro, por isso, fizeremos sexo ali mesmo, em cima da mesa, e agora, estou literalemente acabada, jogada no sofá depois de um banho cheio de mãos bobas. Sorrio ao me lembrar de tudo isso. Parece até mentira.

Espero ele trazer nossa comida até aqui, olhando para o teto. Refletindo sobre todas essas coisas e principalmente, imaginando como Ian está. morrendo de saudades daqueles sorrisos lindos e de suas nuances. Me apegar a uma criança não estava nos meus planos. E muito menos a seu pai incrível.

Acho que o destino quer me dar uma chance de fato. Colocou um homem perfeito no meu caminho e ainda me ajudou a me livrar de coisas que fiz.

— Você calada assim é preocupante…

— Sempre fui de falar pouco. Você que me obriga a ficar conversando.

Me levanto, indo me sentar ao lado dele no tapete, perto da mesa com nossos pratos.

— Sou muito falante e odeio o silêncio. Acostume-se.

Semicerro meus olhos ao ouvir sua fala. Ele adora me provocar, já entendi isso. E ainda me choca não conseguir replicar nada que ele diz.

— Você brinca muito com o fogo, senhor Walsh.

— É na intenção de me queimar… O que você vai fazer sobre isso? — pergunta, perto demais.

Dou um selinho em seus lábios, não conseguindo conter meu sorriso.

— Espere e verá.

Pisco o olho para ele e começo a comer. Nosso silêncio é bem gostoso durante nosso pequeno "almoço" e quando terminamos e lavamos nossos pratos, escuto seu celular tocar ao longe. Ele pede licença e se afasta, indo ao encontro do som.

Alguns minutos depois ele volta, com um sorriso maior que antes.

— O que foi?

— A indenização acabou de ser transferida para sua conta. Você tem uma pequena fortuna agora.

O toque suave das suas mãos na minha cintura me arrepia, mas o que me deixa travada é a sua fala.

— Você costuma fazer isso sempre? Livrar pessoas que fazem coisas horríveis e ainda fazer elas saírem por cima?

— Algumas pessoas dizem que a minha profissão só serve para isso. Reduzem ela a soltar "bandidos", já eu, vejo de outra forma. Todas as pessoas que eu solto, de alguma forma, tiveram motivos, traumas ou qualquer outro sentimento para praticarem quaisquer crime. Por isso, eu acredito que estou ajudando pessoas a terem uma nova chance, cabe a elas se agarrar a isso, ou não.

— Interessante. Mas muito louco. Você me livrar de tudo isso e ainda fazer eu me sair bem.

Me aproximo um pouco mais, tentando quebrar a vergonha que tenho perto dele. Preciso me acostumar com isso.

— Para isso servem os advogados.

Ele me puxa pela cintura, depositando um selinho demorado em minha boca. O que rapidamente se transforma em beijo delicioso quando eu não resisto e mordo seu lábio inferior.

— Estou com saudades do Ian… — falo, assim que nos afastamos. — Não vai buscar ele hoje?

O sorrisinho que se forma em seu rosto me deixa um pouco perdida, ele é muito perfeito.

— Vou… Daqui a pouco. Minha mãe já me disse que ele não para de falar sobre nós…

Agora é minha vez de sorrir. Fico feliz demais ao saber que aquela bolinha linda sente falta da minha presença.

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