Setenta e nove.

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Ana: Filho, me dá o cell aí, a mamãe precisa mandar uma mensagem. - Pedi e ele me olhou.

JP: Pra quem? - Olha que abusado. - É pra aquele homem de hoje mais cedo? - Indagou com a expressão séria. - Ele não vai ficar no lugar do meu pai, não vai. - Fechou a cara e jogou o cell na cama.

Ana: João. - Disse ríspida. Isso já está passando dos limites, ele tem que aprender a não agir feito uma criança mimada. - Alguém falou em mandar mensagem para algum homem? - Peguntei, olhando pra ele, que estava com a cara virada. - Hein João, quando eu falar contigo, é pra olhar nos meus olhos. - Ele virou o rosto novamente pra mim.

JP: Que é? - Ele tava quase chorando, mas continuava me olhando super sério, e eu sustentei a encarada.

Ana: Não quero mais esse tipo de comportamento, tu já tá um rapaz grande, vai fazer 10 anos, isso é atitude de neném, você é um neném? - Segurei em seu maxilar sem fazer muita força, e ele negou. - Então pronto, agora pede desculpas pelo seu mal comportamento. - Ele ficou em silêncio. - Pede desculpa, João. - Firmei a voz. Eu estava em crise por dentro, odeio ter que brigar com ele, me parte o coração.

Mas não dá pra ficar tolerando esse tipo de comportamento, não dá pra deixar uma criança passar por cima da minha autoridade.

JP: Desculpa mãe. - Abaixou a cabeça.

Ana: Agora pega o meu cell que tu jogou em cima da cama e dá na minha mão. - Ele fez o que eu mandei. - Nunca mais faça isso, ouviu? - Ele assentiu. - Agora me dá um abraço, seu piolhento. - Ele abriu um sorriso e me abraçou com muita força, me passando uma segurança imensa.

Logo depois, ele ficou ali sentado no tapete, enquanto eu entrei no Whatsapp e mandei uma mensagem pro Victor, que nem demorou muito pra responder.

Pensei mil vezes antes de mandar isso, minha vontade era de não contar nada, mas seria sacanagem da minha parte, eu não posso confundir as coisas dessa forma.

Isso não significa que eu vá voltar pra ele, ou que eu perdoe ele.

Eu vou continuar aqui, e ele no canto dele, se ele quiser fazer parte disso, ele que venha até mim.

Eu vou viver minha vida, e se for mesmo da vontade de Deus, com os meus filhos.

Nada vai me impedir de dar a volta por cima!

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Ana: Ei, tá aí?

Meu amor❤: Solta a voz, aconteceu alguma coisa? O João tá bem? - Nem o nome desse desgraçado eu mudei,  tava tão deprimida que nem tive tempo.

Ana: É meio que isso... Mas o João tá bem, não é nada com ele.

Meu amor❤: Joga na pista.

Ana: Não posso falar por aqui.

Meu amor❤: Quer falar por onde então caraí? Tu tá praticamente do outro lado do mundo. - Dramático como sempre.

Ana: Só vim até mim, ué.

Meu amor❤: Tá me tirando, né? Por que tu não pode vim pra cá?

Ana: Porque não, ou tu vem, ou fica sem saber.

Meu amor❤: Lógico que eu vou, só não garanto chegar aí cedo, devo chegar só na madruga.

No Alemão (EM REVISÃO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora