A G I O T A

Prólogo

Não existia coisa pior do que ser mãe, ver um filho sofrer e não poder tirar a dor dele para por em si. Eram 10 anos, naquele sofrimento sem fim... Meu filho nunca teve melhora.

Nunca teve nada além de um estado instável, remédios e mais remédios, soros, vacinas, oxigênio... Ele jamais sairia daquela cama se não fizesse nada...

— Assine aqui... — O homem de cabelo platinado falou, dando uma folha e uma caneta preta.
A ortografia impecável da mulher ao escrever seu próprio nome, com um aperto no coração, junto à insegurança, fez com que o papel que assinava seriamente, vale-se sua vida.

Mas, o que a fazia assinar aquilo era seu filho. Tudo por ele.
Lhe doía lembrar de todas as vezes em que ouvia ele rezar, pedindo para Deus ter misericórdia dela, e dele.

Sempre chorava longe de seu filho.

Sempre se culpava pelo estado em que seu bem mais precioso se encontrava. Sempre voltava para o quarto e dizia palavras que nem ela mesma sabia se eram verdadeiras.

Mesmo tendo fé, rezando, lendo a Bíblia, pedindo um milagre para seu filho, entregando ele para Deus, para que o grandioso pai, cuida-se de seu menino como esteve fazendo durante 15 anos...

Tinha medo... Medo de morrer e seu filho ainda estar na cama de um hospital, incapaz de viver a vida como uma pessoa normal.

Ele precisava fazer uma cirurgia muito cara. Era a segunda vez que pedia dinheiro emprestado.

A diferença era que o valor que pediu, havia aumentado, sendo maior que a última vez.

19 milhões de dólares.

Tinha noção da quantia.

Sabia que o total da última vez que pediu e o que estava pedindo agora chegava a 29 milhões de dólares acumulados.

E por incrível que pareça, não sobrou nada dos 10 milhões que pegou emprestado.

Só 2 milhões foram para pagar a cirurgia que seria para retirar os órgãos perfurados;5 milhões para conseguir novos órgãos, já que infelizmente não havia nenhum doador disponível, então teve que pagar por eles.

Sabia que o método usado para conseguir os novos órgãos de seu menino foi errado, perigoso… Mas, não teve outra saída. Esperar a caridade de alguém para doar órgãos demoraria semanas, meses, anos… e Ethan precisava para agora.

Infelizmente, as bactérias não seriam obedientes e esperariam os novos órgãos chegarem para continuar o matando.

Os outros 2 milhões, usou para pagar remédios, plano de saúde particular, além de roupas e brinquedos para que não ficasse no tédio no hospital.

E o 1 milhão que sobrou, quitou o hospital que estava devendo e o transferiu para outro com mais recursos.

Estava tudo indo bem, seu filho estava se recuperando.Podiam até sair do hospital, para uma passeio, mas claro que voltavam depois.

Ele estava prestes a receber alta…

Quando foi diagnosticado com uma bactéria nos novos órgãos, que estava fazendo um estrago no organismo dele.