Capítulo 20 - Olhos de carvão.

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"Faça aquilo que seu marido mais quer desaparecer, e vai voltar a ser a número um..."

- Mas como...?

"Um cabide de metal no armário, o dobre até ficar pontudo e espete até a coisa sair."

- E se ele descobrir? Vai me odiar se souber o que eu fiz. - implorou assustada, tremendo como se estivesse a ponto de congelar, suas pernas balançando freneticamente para a frente e para trás. - todos vão me odiar!

" Ninguém vai descobrir se fizer direito."

- Estou com medo... - sussurrou sem ar, esperando receber uma resposta novamente, essa que não voltou a pairar sobre seus ouvidos novamente. Se levantando com cautela do colchão macio de sua cama, ela caminhou calmamente em direção ao roupeiro que dividia com Lewis, seu marido, pegou o primeiro cabide de metal que encontrou e correu nervosamente até o banheiro, trancando a porta atrás de si em um ato de loucura. E alí dentro, coberta por insanidade e medo, Charlotte cometeu o erro de ouvir a voz doce do diabo e matou seu primogênito, que ela ainda não descobrirá ser menino, de dois meses e meio e um rosto delicadamente frágil, antes protegido por uma pequena camada de pele.

[...]

- Papai? - chamou o garoto duvidoso, entrando na cozinha com passos lentos e delicados, quase como se temece fazer quaisquer barulho, e ainda cansado de brincar com seu irmão mais novo correu até a cozinha atrás de um copo d'água. - Pai...?

A cozinha como qualquer outra lugar da casa era totalmente de madeira, desde o piso até às gavetas feitas a mão. A geladeira e o fogão eram um dos únicos utensílios do ambiente que eram feitos de metal e ferro, Charles não gostava muito do fato de tudo ser feito como se fosse de 1641, fazia com que tudo parecesse mais assustador do que realmente era, ele até podia ouvir os passos relaxados andando calmante por toda casa a noite. Dava arrepios.

- Charles? - ouve distraído, se virando até a bancada de madeira da cozinha onde Dayse estava de pé, escorada sobre o objeto com um sorrisinho amarelo. - o que está fazendo aqui? Não deveria estar lá fora, brincando com Freddie?

- Eu queria água... - murmura acanhado, olhando para a mais velha com estranheza. Talvez para as pessoas que não vissem o que ele via ela não passaria de uma garota normal, mas Charles já estava acostumado a ver coisas que os outros não viam. A garota morena e esguia vestido com uma calça jeans preta colada e blusa vermelha sem alças por baixo da jaqueta de couro parecia relaxada e tranquila sobre a madeira polida, seus pés faziam um estranho movimento inquietante sobre o piso frio e seus cabelos castanhos compridos faziam uma cachoeira sobre as costas descontraídas. Mas o que chamava sua atenção era os olhos, negros como carvão e brilhantes como faróis de carro em dias chuvosos.

- Eu pego. - fala distraída, andando até a geladeira em passos rápidos.

- O que você fez? - pergunta direto, sem tirar os olhos das costas firmes.

- Que?

- Você sabe, como você morreu?

- Uau, você é realmente filho dele né?! - exclama pasma, rindo esteticamente com um riso podre. - e pensar que o doce Harry tenha pulado a cerca.

- Não fala mal do meu pai!

- Se não o quê? É a mais pura verdade! O anjinho Harry é uma vadia, você é uma aberração e eu sou um demônio! - continua rindo maldosamente, olhando para o garotinho com diversão.

- Para!

- Harry é uma vadia, a culpa de tudo isso é dele! Nada disso estaria acontecendo se você não tivesse nascido!

Mais risadas.

- Cala a boca! - grita irritado, olhando para a garota que estava distraída demais vendo os móveis ao seu redor tremerem.

- Foi bom pra ele tanto quanto foi pra mim? Como será a sensação de ser possuído por ele? Qual é a sensação de poder ter tanto poder? E porque não usar todo esse poder para benefício próprio?!

Mais risadas.

- Cala a boca, cala a boca, cala a boca!

- Olha quanto poder! - grita animada, vendo os móveis flutuando ao seu redor enquanto o chão racha ao seus pés. - isso não é nada comparado ao que você pode fazer! É por isso que ele está aqui, pra te levar e te treinar!

- Eu não vou com ele, eu vou ficar com o papai e o Freddie!

Mais risadas.

- Você não pode escapar dele, ninguém pode! Você tem muito poder, talvez até mais do que seu pai, é por isso que você tem que ir!

Mais risadas.

- CALA A BOCA!

- Isso! Isso! Isso! - gargalhada chocada, vendo todos os talheres voarem em sua direção com rapidez. - Poder! Poder! Poder!

Silêncio...

il appartient au diableNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ