Capítulo 61

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Começando o ano com capítulo novo, para estrear o primeiro dia de 2022 e para desejar feliz ano novo a todos vocês. Que 2022 seja um ano repleto de bênçãos e vitórias para todos nós. Mais um ano iniciando, mais chances de vencermos.❤

Uma boa leitura a todos.

Point of view Douglas Gonçalves.

Saio do carro sentindo a brisa quente bater contra o meu corpo. O Rio de Janeiro pode até fazer calor, mas aqui é o fogaréu em si, chega a ser pior do que o fogo de Melissa.

Na noite anterior onde estive com Pérola, disse que ela sabia onde me encontrar. Anos atrás Pérola foi um caso de curtição, desejo de ambas partes, apenas isso. Mesmo tendo uma consideração por ela, não chegamos a ter nada além daquilo, naquela época da minha vida o lema não envolver sentimentos era mais forte do que nunca. Além do mais, nunca cheguei a vê-la com outros olhos.

Quando mais nova ela se envolveu em dívidas, nada menos, nada mais, dívidas por drogas. Nessa época já havia acompanhado de perto a situação de Pato, pelo menos Pato tinha pessoas em sua volta que segurou a sua mão, diferente de Pato, Perola não tinha ninguém. O seu futuro era apenas um, morrer. Ou ela morria por alguma overdose, ou na mão de alguém.

A minha vida toda, as minhas relações com as pessoas foram movidas por conexão. A vida te ensina a ser insensível, e no meu caso que já presenciei muita coisa, poucas coisas me comovem, o que para muitos é digno de pena, para mim é só uma coisa sem importância, não muda nada na minha vida. Por isso que eu falo que sou movido por conexões, se eu sinto uma conexão com certa pessoa, eu sei que aquilo vai valer a pena, porque eu não sinto isso com qualquer um.

Com Pérola não foi diferente, quando eu bati os olhos nela eu senti essa conexão. Posso afirmar que não foi na maldade, porque ela estava em uma situação deplorável, digna de dó.

Costumava frequentar sempre o mesmo bar, em uma dessas idas, encontrei ela jogada no chão como nada, totalmente dopada, nem chapada eu poderia dizer, no estacionamento que dividia o bar da boate de stripper, qualquer um poderia fazer o que quiser com ela e ela não iria lembrar. Isso foi o de menos, o pior de tudo foi quando um homem agarrou o seu braço, ela mal conseguia se manter de pé e começou a puxá-la, como ela estava fora de si ela não fez nada.

Eu não conhecia ela e muito menos conhecia ele, eles poderiam ser amigos, talvez um casal.. Mas eu não tinha certeza de nada, como ele poderia ser um conhecido, ele também poderia ser um nojento qualquer.

Eu simplesmente poderia ir embora e seguir com a minha vida, eu não tinha nada a ver com aquilo. Mas o fato de saber que ela estava drogada não me deixava arredar o pé dali, outro fato é que como era uma desconhecida, poderia ser facilmente minha mãe naquela situação, não que a minha mãe fosse se drogar, mas em uma situação geral.

A situação era pior do que eu imaginava, Pérola não era só uma viciada como também trabalhava na casa de stripper ao lado, e se isso fosse todo o problema estava bom, o pior de tudo é que quem ela devia era nada menos do que o dono da casa, como ela não tinha dinheiro para pagar a sua dívida ela era obrigada a ter relações sexuais com clientes que frequentava o clube. Nisso tudo, o rapaz era o seu cafetão.

Minhas ações não são baseadas no que vou ganhar em troca, nunca pedi nada em troca para Pérola. Mas ontem a noite fiz questão de ressaltar que quando ela havia caído, eu fui o único que lhe estendeu a mão e a levantou. Não exijo nada em troca, mas espero a sua lealdade.

Uma das coisas que mais prezo é pela lealdade, se quebrar a minha confiança não tem volta, nunca será a mesma.

Entro no bar encontrando apenas dois homens em uma mesa, pelo jeito eles viraram a noite. Não marquei horário com Pérola, mas ela sabe que detesto o bar a noite, ainda mais quando ele fica cheio de bêbados, de bêbado já basta eu. Além do mais, nada do que uma dose de álcool para começar o dia.

Doce TentaçãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora