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NARRAÇÃO : GABRIEL

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NARRAÇÃO : GABRIEL

Senti um cheiro diferente quando abri os olhos, um cheiro de coisa doce e... Era a Alice.

Ela dormia como um anjo no meu braço, os cabelos escuros estavam espalhados pelo travesseiro.

Levantei um pouco o edredom, curioso pra saber se ela não tinha colocado mesmo a cueca, mas não consegui ver nada direito.

Ah, mas foda-se. Passei a noite me controlando pra não beijar ela, tocar ela... Não ia me controlar agora.

Enfiei a mão debaixo do edredom e levantei minha blusa que ela estava usando.

Encontrei ela de cueca.

Contive a vontade de rir. Ela mentia muito mal.

Ainda nem acreditava que isso estava acontecendo. De novo. Da última vez que tinha trazido alguém pra assistir filme em casa eu tinha me dado mal. Muito mal.

Balancei a cabeça tentando afastar de mim a sensação de estar vivendo a mesma coisa repetidamente. Eram pessoas diferentes em momentos diferentes da minha vida. Não tinha nada a ver. Talvez eu até devesse falar sobre isso na terapia com a Milena mais tarde, porque não estava conseguindo mais lidar com meus pensamentos sozinho.

Alice se remexeu, abrindo e fechando os olhos algumas vezes.

Ela nem fazia meu tipo. Eu sempre gostei mais dar loiras, mesmo assim quando olhava pra Alice... Puta que pariu. Não conseguia nem explicar.

Não contive o impulso de tocá-la e puxei sua cintura trazendo-a pra perto. Ela não reclamou e pousou o joelho por cima de mim.

Isso fez com que ela acordasse, não completamente, mas murmurou contra o meu peito e se remexeu, o joelho roçando uma parte de mim que parecia ter acordado primeiro que eu.

Levei minha mão até a dobra de sua perna, puxando seu joelho mais para cima, aproveitando pra colocar minha mão por dentro da cueca, apertando a bunda dela.

—Nossa — Ela murmurou, sem abrir os olhos, subindo a mão até meu pescoço, descendo de volta até o meu peito — Achei que estivesse sonhando — Falou baixinho.

—Não é um sonho — Falei, a voz rouca pra cacete por conta do desejo — Queria te acordar de um jeito diferente hoje.

—Colocando a mão dentro da minha calcinha? — Ela perguntou, rindo.

—Primeiro que você está usando minha cueca, segundo que eu disse ontem a noite que preferia que você dormisse sem nada — Fiz uma pausa.

—E terceiro...? — Ela perguntou.

—Terceiro que... Bem... Eu adoraria colocar minha mão em outros lugares também.

Ela não respondeu, mas começou a passar a mão em mim de novo. E quando digo passar a mão, meu amigo... Nem queira imaginar.

𝐅𝐀𝐍𝐅𝐈𝐐𝐔𝐄𝐈𝐑𝐀 • 𝐆𝐀𝐁𝐈𝐆𝐎𝐋Where stories live. Discover now