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CAMINHAVA COM PASSOS arrastados atrás do amigo, tinha um pé atrás por culpa dos rumores sobre o tal Bruno mas não o conhecia então não falaria nada que o pudesse ofender. Subiram as escadas girando os calcanhares para a torre do vidente, mas Tina foi pega de surpresa ao sentir um abraço por trás:
— Nem ao menos me comprimentou que coisa feia Tina — Ouviu a aveludada voz de Isa perto de seu ouvido, sentiu o arrepio na espinha por culpa da atitude sa menor — Por que estão indo para a torre do tio Bruno?
— I-Isa não me assuste mais assim! — Pediu, se repreendeu logo em seguida por gaguejar — Só vamos...bem…
— Você sabe que não precisa guardar nada de mim, né mi amor? — Indagou a mais velha apertando um pouco mais o abraço.
— Ela quer ver o futuro dela, larga de ser intrometida prima — Seu primo interviu puxando a amiga.
— Eu não sou intrometida! Só estava curiosa! Tina você me acha intrometida? — Encarou ela esperando a resposta, mas antes que pudesse falar algo foi puxada por Camilo.
— É claro que não querida! — Respondeu desesperada — E-Eu já volto! Até!
— Vocês dois! Camilo você me paga! — Bateu os pés no chão furiosa, o que ocasionou flores no local.
Tina acompanhou os passos do outro parando bem em frente a porta brilhante do vidente, quando entraram se depararam com a visão de um lugar vazio cheio de areia e uma enorme escadaria. Montes ficou de queixo caído não se deixando ser mais guiada pelo transformista:
— Nem fudendo que eu vou subir isso tudo! Nem fudendo! — Girou os calcanhares para a saída — Nem se me pagassem!
— Mas você não quer saber o que vai acontecer contigo e com a Isabela? — Questionou a figura menor.
— Eu vou subir essa escada! — Deu meia volta já em cima do primeiro degrau — Ninguém me impede de subir essa escada!
Essa cena foi impagável, o mais novo gargalhou com a mudança repentina de atitude; e demorou, demorou bastante para subir aquelas malditas escadas, principalmente Tina que era uma sedentária de carteira assinada que já nem na metade estava morrendo. Seu amigo tentou a ajudar mas foi recusado pela determinação da garota.
Ao chegarem no topo caminharam pela a caverna, encontraram ratos o que fez Valentina fazer uma careta por esses animais não serem nada agradáveis mas encontraram o tal do Bruno:
— Oi tio Bruno, desculpa incomodar mas como eu falei ontem minha amiga Tina quer ver o futuro dela — A puxou para frente a empurrando para frente, como se quisesse se livrar logo — Se divirtam vendo o futuro!
Rapidamente saiu do local deixando os dois a sós:
— Então como isso funciona? É tipo instantâneo?
O mais velho nada falou, apenas fez um gesto pedindo para que o seguisse e assim fez, ambos entraram em uma sala com mais areia; a porta fechou deixando tudo escuro, mas tudo foi iluminado por brilhos verdes que saiam de algumas placas espalhadas. Bruno fez seu tradicional ritual de sempre, mas surpreendeu a mais nova quando jogou sal em cima dela:
— Só segure minhas mãos...— Sussurrou o suficiente para a outra ouvir e foi o que ela fez.
A areia começou a subir e os olhos de bruno brilhavam como jade, não sabia se ficava com medo ou deslumbrada, mas algo a chamou mais atenção que foram as imagens que estavam se formando na areia: Isabela descia em um balanço de cipós — Uma cena que já tinha visto muitas vezes em seu cotidiano — Só que ela apareceu ali, Isabela puxou Tina e as duas tinham se beijado. Montes não teve tempo de reação porém seus olhos brilhavam mais que estrelas, assim a poeira baixou e recebeu um olhar do mais velho:
— Então...vocês namoram? — Perguntou baixinho curioso com a própria visão.
— Eu não acredito no que eu vi...eu não acredito no que eu vi! MEU DEUS! — Soltou um grito animada, estava tão feliz que até mesmo abraçou o Madrigal ali presente com tanta força que o assustou — DEUS É MARAVILHOSO!
Se esperneou dando pulos de alegria, caiu na areia e rolou sem deixar de gargalhar, parecia que ganhou na loteria, mas de fato ganhou algo melhor:
— Tio Bruno você é 10! Você é foda! — Pegou a placa verde de suas mãos admirando — Só eu e a Isa! Eu e ela!
— Ver alguém apaixonado é realmente animador — Comentou e o seu ratinho Bruno Jr. apenas fez um barulho em concordância.
— Mas e se eu fizer algo de errado? E se essa visão não se tornar real? E se...bom ela não me beijar, eu vou ter que beijar ela?! Mas e se, aaaaah.
Deu um tapa no próprio rosto, começou a andar em círculo na areia igual uma doida, o mais velho escapou da caverna de visões puxando seu sobrinho pela a ruana dele querendo a ajuda com a sua amiga paranoica:
— Pelo o milagre, Tina você tá bem? — Camilo questionou.
— Eu vou me matar.
Concluiu simplesmente deixando a placa de lado indo até as grandes escadas, enquanto isso o mais novo observou a placa e ficou contente com o futuro, mas seguiu a maluca de sua amiga que era sempre muito ansiosa e que sempre tinha muita desconfiança de tudo:
— Hoje eu vou matar aquele que sempre me sabota! Eu vou matar eu! — Abriu os braços querendo se jogar, mas quando viu um rato perto de seu pé deu um grito voltando para trás.
A maior se escondeu atrás do mais novo tentando sair do campo de visão do ratinho:
— Está tudo bem, o Bruninho Segundo não machuca — Bruno apareceu pegando o rato e o colocando ao lado de Bruno Jr. — Ele e Bruno Jr. são muito amigos.
— Tio, me desculpe mas...Ainda bem que você não teve filhos esses nomes são péssimos — O transformista foi sincero dando um sorriso leviano em seguida — Mas muito obrigado pela ajuda! Eu cuido das coisas a partir de agora.
