- A senhorita tem alguma ordem para nos dar antes? - arqueou uma das sobrancelhas, com ar de brincadeira pairando na pergunta séria.

- Vamos invadir o castelo. - suspirei, pensando em cada palavra - Precisamos derrubar Claire e pegar a coroa... E para isso... - senti minhas palavras me machucarem - Precisaremos matá-la.

- Muito bem, alteza. Mas vossa sabedoria pensou que o exército dela são milhares e nós somos apenas cinco?

- Meus poderes valem por todos os azuis. - sorri e ele aprovou minha empolgação.

- É essa confiança que eu sonhei em ouvir. - encarou todo mundo - Sigam-me, eu sei um jeito de invadirmos sem sermos vistos. Vamos pelo lado de trás do castelo.

Nós o seguimos.

Contornamos a cidade, indo pela floresta. Não poderíamos ser pegos. Tínhamos cheiro, calor específico e um comportamento muito suspeito para os Cartheres que moravam ali. Se nos descobrissem antes, a suposta pacificidade não seria mais uma opção.

- Como você conheceu esse cara? - Bea sussurrou.

- Naquele dia que viemos aqui. Ele me ajudou muito e me ensinou muito também. Ele é o cara do café daquele dia. - sussurrei de volta.

- E você confia nele?

- Confiar não é bem a palavra. Mas ele tem aquela rosa no braço. Eu não tenho escolha. - sussurrei de volta

- Você está... Diferente... - murmurou.

- O que? Porque está dizendo isso?

- Não que seja algo ruim. - sorriu. - Mas... Você viu que o seu namoradinho ali não gostou muito do nosso novo companheiro, né?

- Ele não é meu namoradinho. - olhei para Jack que estava observando a paisagem noturna.

- Ah qual é, vai esconder de mim que rolou algo? - minhas bochechas coraram.

- É, talvez tenha. - senti minha pele queimar.

- Eu super apoio vocês. Ele gosta muito de você, Alice. - agarrou meu braço animada. - Dá pra notar.

- Atenção. - Peter nos interrompeu, parando de frente para o grupo.

Estávamos diante do muro do castelo.

- Ao escalarmos isso vamos cair do lado de trás do castelo. Vocês vão me seguir e farão o mínimo de barulho possível. - orientou - Estou certo, Jack? - Encarou-o com um olhar provocativo.

- Eu vou estar atento. - deu de ombros - Ninguém vai nos pegar. Não se preocupe. - aproximei-me dele.

- Se a rainha Claire te ver conosco... Você quer mesmo continuar? - sussurrei.

- Eu não vou deixar você. - murmurou de volta. - Eu não me importo com ela.

- Não vamos perder. - sorri, ganhando mais confiança ao ouvir aquelas palavras vindas dele.

E então nós nos ajudamos a escalar o muro composto de pedras mágicas, acinzentadas. Todos se jogaram na grama do outro lado e correram na direção que Peter orientava, chamando todos com movimentos ansiosos.

 Todos se jogaram na grama do outro lado e correram na direção que Peter orientava, chamando todos com movimentos ansiosos

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Estávamos no porão do castelo.

Escuro, frio e úmido. Se nossa vida não estivesse em risco, Sophia teria feito um discurso sobre como preferia estar em casa do que naquele lugar nojento. Tinha cheiro de mofo misturado com musgos e água suja.

De maneira rápida, Peter arrancou a lasca de alguma coisa e ateou fogo, transformando o objeto em uma tocha. Finalmente podíamos ver uns aos outros.

Ainda em silêncio, fomos andentrando cada vez mais o porão, nos distanciando da saída. Ele caminhava lentamente, com leveza nos pés para que nem o atrito com a terra que havia ali pudesse nos denunciar.

Depois de algum tempo, encontramos piso feito de cimento. Uma luz bem distante estava no fim do enorme corredor. Eu queria perguntar onde aquilo ia dar, em qual cômodo, se eu devia me preparar. Mas só continuamos o seguindo no mais absoluto silêncio.

E finalmente, encontramos um cômodo extremamente iluminado com diversos abajures e lustres pelo teto.

Aquele porão dava a um quarto.

Uma enorme cama de casal encostada na parede, com dezenas de almofadas, uma mesinha de quartzo ao lado, suportando um enorme abajur. Fotos e pinturas pela parede de cor marsala. Alguns espelhos, duas poltronas e uma enorme cortina marrom.

- Onde é aqui? - sussurrei.

- É o quarto de um dos soldados ou empregados. - Peter murmurou de volta, endireitando sua postura. - Muito bem. Ouçam. - todos prestavam bastante atenção - Ao abrir aquela porta, vamos nos deparar com uma longa escada. Ela vai nos levar para o hall, onde provavelmente está a rainha Claire e alguns de seus soldados. - me lembrei como era aquele "hall". De todas as pessoas que deixei desacordadas. - Mas não sejam idiotas. - continuou -  Há centenas de corredores e milhares de quartos escondidos aqui como esse. Existe um exército de azuis imenso. E você não pode hesitar em matá-los. - encarou-me ao cuspir a última frase.

- Matá-los? - repeti. - Não. Não posso... - eu estava preparada para

- A revolução derrama sangue, princesa. - sua expressão seguia sutil - Mas não o nosso. - vi seus olhos passarem por Jack, cena que foi como um chute bem no meu estômago.

- E o que nós vamos fazer? - Beatrice perguntou.

- Vocês vão descer primeiro. Eu, Alice e Jack vamos atacar de surpresa. Precisam distrair a rainha.

- Como? - Sophia franziu as sobrancelhas.

- Vocês são vermelhas. Ela vai adorar a ideia de prender vocês. Mas antes que ela o faça, nós vamos atacar.

- Então, em resumo, somos as iscas? - arqueou uma das sobrancelhas, nada satisfeita.

- Já estamos aqui, não estraguem tudo. - o tom de voz dele mudou.

As três abriram a porta e começaram a descer as escadas lentamente.

- Se algo acontecer com elas, eu arranco a sua cabeça fora e estrangulo aqui mesmo. - sussurrei saindo pela porta para vigiar a escada. Senti a minha pele queimar e vi um sorriso surgir no rosto dele.

- Só depende de nós.

- O QUE É ISSO? - a rainha gritava lá embaixo. - COMO VOCÊS ENTRARAM AQUI?

- A segurança desse lugar é muito fraca. - senti um sorriso na fala de Bea. Mesmo com pontas de medo, ela era muito corajosa.

- Eu conheço você... Você... Estava aqui com aquela desgraçada... - cravei as unhas na palma da mão. O tom de voz dela não me agradava, eu queria descer logo. - Onde está ela? Ela abandonou você? - uma risada sucedeu a sua fala - É claro, ela é filha do pai dela. Uma megera. - Fechei os olhos. Eu sentia o fogo expelindo. Sentia as faíscas não se segurarem mais debaixo da minha pele.

- Eu vou descer. - murmurei, anunciando.

- Vá, alteza. - Peter murmurou e eu abri os olhos, me tornando uma chama humana. O tapete da escada se queimou, e o fogo se estendeu até o pé da rainha Claire.

- Uma megera. - sibilei, parando bem na frente dela.

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Alice [Completo]Where stories live. Discover now