Capítulo 67 - narração

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Eu não consigo evitar rir de novo, mas agora junto com todo mundo, e nós olhamos para os dois com expectativa, como se assistíssemos um jogo de futebol. A loira olha para a caixinha nas mãos de John B.

- A minha do seu par é mais bonita - ela comenta.

A resposta é quase imediata.

- Mas gostei mais da minha do seu par.

Por fim, Sarah pega a masculina que ela mesma comprou e põe no anelar dele, como se estivesse se casando. John B faz o mesmo, mas pegando a aliança feminina de seu próprio presente.

Agora que eles trocaram e criaram o próprio par de alianças, os dois parecem bem mais felizes. No nível que preciso jogar uma bolinha vermelha neles para que parassem de se beijar no meio da sala.

Cleo é quem fala em seguida, aproveitando também para quebrar o clima de romance do casal.

- Ai, Jiara, cês podem aproveitar as alianças que sobraram para não ter que gastar mais dinheiro.

Eu e o JJ começamos a rir ao mesmo tempo e, apesar de meu primeiro pensamento ser negar, eu olho para minha mão sobre o chão, imaginando como seria ter algo que significasse um relacionamento com ele. A ideia não parece tão ruim. Felizmente eu não tenho muito tempo para pensar nisso porque John B volta a falar, aproveitando que já está de pé para seguir com a entrega dos presentes.

- Beleza, vou só lembrar que eu não sou Kook, então meus presentes seguiram o teto. Exceto o da Sarah, mas isso não importa.

A loira, que acabou de se sentar, manda um beijo que faz John B sorrir como um idiota antes de continuar.

- Primeiro, o de Pope...

É nessa hora que eu paro de prestar atenção, porque JJ segura minha mão que estava apoiada no chão e brinca com meus dedos. Eu encaro o menino, sem conseguir evitar ao constatar o jeito que ele olha para mim. Deus, como eu senti falta disso.

- Eu posso te dar seu presente depois? - Ele pergunta.

Eu arqueio uma sobrancelha, sem conseguir evitar o sorriso malicioso que começa a aparecer. Na verdade, eu estava pensando em perguntar a mesma coisa para ele.

- Que curioso, eu também estava pensando em te dar algo que pede para que estejamos sozinhos.

Isso parece chamar ainda mais sua atenção, porque o sorriso que cresce em seu rosto também carrega malícia. JJ se aproxima de mim e morde meu lábio inferior de leve.

- Pode me dar meu presente quando quiser.

Antes que eu possa responder, sinto algo batendo na minha testa. Uma bolinha de natal, igual a que joguei na Sarah. Talvez exatamente a mesma. Quando olho ao redor, todos estão nos encarando com uma expressão enojada.

- Arrumem um quarto vocês dois - é Cleo quem diz e eu sorrio constrangida, meu rosto esquentando à medida que a vergonha por ter sido pega toma conta de mim.

JJ claramente não se sente do mesmo jeito, porque ele sorri e passa a mão no cabelo antes de responder:

- Era sobre isso mesmo que estávamos falando.

John B faz uma careta e balança a cabeça para os lados. Mesmo ainda envergonhada, eu não consigo evitar rir.

- Eu estava tentando presentear vocês, agora vão ficar sem nada.

Apesar de eu e JJ reclamarmos e tentarmos convencer ele a voltar atrás, o menino se recusa a aceitar e se senta ao lado da namorada, e eu não consigo evitar rir. Se não fosse nosso grupo de amizade, eu não acreditaria que ele realmente desistiu de nos presentear. Como Cleo foi a última a ser presenteada, ela quem começa depois.

Ela se abaixa e pega uma grande sacola de papel.

- Beleza, cambada, espero que gostem.

Da mesma sacola, ela começa a tirar várias pequenas embalagens de presente e, literalmente, jogar em cima da gente um por um. Sem nem se importar em ler nome ou algo assim, só como se todos os presentes fossem iguais.

Quando chega na vez de Rafe, até ele parece meio chocado.

- Toma, pé no saco, só pra tu não se sentir de fora.

Ele parece uma mistura de ofendido e alegre, e é o primeiro a abrir a embalagem. Eu não sei como fiquei surpresa quando vi o que tinha lá dentro, porque é exatamente o que ela disse que compraria: meias. As do Rafe, em específico, são listradas de verde e vermelho. Ele sorri como se tivesse realmente gostado, e eu tenho certeza de que gostou.

Depois dele, todos nós abrimos nossos presentes, vendo várias variações de meias natalinas. Eu quase nem acredito que ela realmente deu isso para todo mundo (inclusive comprou uma para si mesma), mas é até bonitinho que estejamos todos combinando.

Como seria a vez de Rafe dar os presentes, e ele provavelmente só comprou para mim e para Sarah, ele nem chega a se levantar para falar:

- Eu passo a vez, depois me viro com as duas bonitas.

Pope, JJ e eu vamos logo em seguida, de forma respectiva. Os presentes variam entre livros, coisas de surfe, jóias de miçanga e mais um item afiado, mas agora uma faca de peixe. E então, depois de todos os presentes serem entregues, a gente volta a comer e brigamos para escolher um filme de natal.

***
No meio do filme, eu me levanto e vou até a cozinha para preparar chocolate quente. É literalmente a única coisa que falta no dia de hoje, porque nada poderia ter sido tão perfeito. Estar com eles brigando sobre filmes ou comendo e trocando presentes é exatamente a minha definição de casa e eu não sei como consegui ficar longe por tanto tempo.

Mas isso não importa mais, pelo menos não agora.

Eu estou esperando o leite esquentar quando escuto passos entrando na cozinha. Os dois irmãos Cameron, juntos, estão entrando devagar. Só Rafe carrega algumas coisas nas mãos, e imagino que ele tenha chamado Sarah para nos dar o presente que prometeu. Eu sorrio antes de eles pararem na minha frente.

- Eu já dei o presente da Sarah lá na sala, mas queria que ela estivesse junto quando você abrisse o seu.

Eu assinto com a cabeça, estendendo a mão para aceitar o envelope que ele carrega.

Rafe me olha com expectativa quando eu começo a abrir, e estou quase assustada até ver os papéis que tem lá dentro. São várias folhas impressas, cada uma contendo fotos e detalhes de apartamentos. Todos com o endereço de Outer Banks.

Meus olhos se enchem de lágrimas na hora e é quase inacreditável que Rafe tenha aceitado. Sarah parece curiosa sobre minha reação, então se estica para poder olhar. Ela também parece emocionada quando entende. Rafe, que é sensível como um vestido de seda, não parece muito diferente de nós duas.

Ele é o primeiro a falar:

- Você sempre reclama do nosso apartamento em Durham, então, estou te dando a chance de escolher um lugar com a maldita cozinha em conceito aberto. Aqui em OBX - ele para e dá de ombros - Se ainda quiser morar comigo quando viermos para cá.

Eu não espero mais para pular no pescoço dele e o abraçar o mais apertado que posso. Posso sentir ele rindo.

- Calma aí, Estrelinha, vai me sufocar.

- Eu não ligo - respondo, a voz embargada.

Como nós ficamos assim por algum tempo, eu não vejo a reação de Sarah, mas ela fala depois de alguns segundos.

- Tem espaço para mim? - Sua voz chorosa soa entre nós, e eu assinto quase de imediato, deixando que a menina se enfie entre eu e o irmão dela para voltar para o abraço.

- Foi melhor que o meu presente - ela começa, fazendo com que eu e Rafe soltemos uma risada - Estou tão feliz que vão voltar.

Christmas wishes and Mistletoe kissesWhere stories live. Discover now