CAPÍTULO 2

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Comprei minha passagem para uma longa jornada

Duas garrafas de uísque para o caminho

E eu com certeza adoraria uma doce companhia

E estou partindo amanhã, o que me diz?

– Anna Kendrick (When I'm Gone)



Os gritos continuam com Mia me dizendo o quanto me odeia e como sou uma vagabunda. Após a humilhação na casa de Liam, fomos levadas para casa por Luke, Mia só conseguiu se controlar o caminho até aqui porque ameaçaram chamar a polícia. Jordan empurra ela para o lado e aponta um dedo para ela.

― Cala a porra da boca!

― Sua irmã estava quase trepando com meu namorado! ― Ela volta a se descontrolar, berrando pelos ares dentro de casa. Graças a Deus que não temos vizinhos em quilômetros de distancia. Apenas mato e mais mato, e vacas.

Bonnie entra usando um shortinho curto e uma blusa verde. Os olhos vermelhos, devia estar dormindo e agora o circo vai começar. Ela vai me matar, disso não tenho dúvidas. Tio Matt segue atrás dela bocejando com os olhos fechados, não entendendo nada. Eles já vão perguntando o que tá acontecendo.

― ESSA VACA TAVA TRANSANDO COM O MEU NAMORADO! ― berrou Mia, desequilibrada. ― EU QUERO ESGANAR ELA!

Continuo calada. Sem saber o que falar, as palavras simplesmente não saem da minha boca. Mia tenta partir para cima de mim de novo, mas não dá certo, porque Jordan a segura de novo. Ele é forte, então ela nem consegue chegar perto de mim. E eu em silêncio e imóvel no sofá, me sentindo imunda.

― Deixa eu ver se entendi ― Bonnie ergue a mão antes de me olhar. ―, você deu em cima do namorado da sua prima, sua puta?

Luke se intromete:

― Não chama ela assim, Bonnie.

― Cala a boca, Luke!

Ela volta a sua atenção até mim. Eu abaixo os olhos. Isso dá a ela como certo que eu fiz algo de errado. Nem deveria esperar que pelo menos uma vez ela ficasse do meu lado.

― Sua imunda! Não tem vergonha? Depois de tudo o que fizemos por você? Eu te criei, dei banho, botei roupa.... Sua mal agradecida.

Solto uma risada. Mas sem nenhum traço de humor, eu continuo a rir na cara dela. Porque é patético a forma como ela fala, como se... acreditasse realmente que fez de tudo por mim. Mas não, ela não fez. Minha tia não fez nada por mim.

― Você nunca cuidou de mim. Sempre foram meus irmãos, você e seu marido só queriam pessoas para darem dinheiro porque são preguiçosos demais.

― Eu sabia que isso nunca ia dar certo. ― Matt dá de ombros. Pela primeira vez fala, e sempre quando acontece, expele bobagens. Um imbecil. ― Mas ninguém quis me ouvir, esses seus sobrinhos sempre foram um problema. ― Aponta para mim e meus irmãos.

― Meus irmãos não são um problema! ― grito, fora de mim me levantando do sofá. Mia dá um passo em minha direção.

Jordan é mais rápido, colocando seu corpo na frente do meu, me protegendo.

― Se não fosse pela gente, vocês estariam morando na rua.

Matt vocifera.

― Seu mal-criado.

Sempre sua, Aurora - O CEO que eu odeioWhere stories live. Discover now