ALONE TOGETHER, marvel

00. into the multiverse

09 DE MARÇO DE 2018, NOVA JERSEY — TERRA-7473

OS CASCALHOS ESPALHADOS pelo topo do prédio farfalharam quando Savannah Evans rolou sobre eles. Em questão de segundos, ela estava em pé novamente e dava batidinhas em seu próprio uniforme para se livrar da poeira deixada pelos seixos. A heroína lançou um olhar rápido por cima do ombro, bem na direção do edifício do qual havia acabado de saltar, como se para conferir que estava tudo certo. Quando deu-se por satisfeita, ela prosseguiu com sua missão.

Savannah se aproximou da mureta do telhado; abaixo dela, Nova Jersey se estendia pelo horizonte, suas luzes piscando e uma sinfonia de buzinas ecoando pelo céu noturno. A vigilante varreu as ruas com os olhos, e, graças à tecnologia Stark lhe permitindo que visse à distância e à pouca luz, não demorou para localizar o caminhão verde da Gangue do Agasalho.

Durante aquela última semana, o grupo havia causado alguns problemas por Nova York; seus roubos acabaram atraindo a atenção da Major e do Homem-Aranha, que logo deram início a uma pequena investigação. Eles foram rápidos em descobrir que os crimes partiam daquela gangue de nome um pouco questionável, e assim vinham esperando a oportunidade de pegá-los em flagrante e prendê-los.

Normalmente, ambos os heróis estariam ali, seguindo os criminosos juntos — porém, mais cedo naquele dia, Peter partira para Tallahassee, a capital da Flórida, em uma viagem do time do decatlo acadêmico. Savannah, assim, havia dado continuidade ao caso por si só: depois de encontrar os assaltantes e seu caminhão verde, a menina plantara um rastreador no automóvel e desde então o vinha observando de perto.

Ela tinha esperanças de ser levada até a base de operações da Gangue do Agasalho, mas, após passar as últimas duas horas a seguindo até Nova Jersey — primeiro pegando carona no topo de alguns caminhões na estrada, em seguida mantendo-se nos telhados de prédios para ter uma visão mais ampla de todo o trajeto —, já não tinha mais certeza de que era isso que estava acontecendo. Afinal, não fazia sentido algum o covil ser ali; seria trabalhoso demais roubar em Nova York e depois seguir para Jersey, onde não havia registro algum das atividades do grupo, somente para cobrir os seus rastros. Não, eles provavelmente estavam indo para lá por outro motivo... Para vender seus itens roubados? Ou, talvez, para furtar alguma coisa exclusiva?

De uma forma ou de outra, a Major estava prestes a descobrir.

Savannah endireitou-se ao enxergar o caminhão desaparecer atrás do mar de edifícios que se estendia mais à frente. Ela afastou-se da beirada do telhado, seguindo para o seu centro a fim de ganhar a distância necessária para saltar para o próximo prédio e dar continuidade à perseguição. Do bracelete em seu pulso direito pendia o seu cabo de sustentação, pronto para segurá-la caso ela caísse durante suas proezas; o outro bracelete exibia, através de um holograma, o caminho que o rastreador traçava.

A vigilante lançou uma olhadela para a holografia, conferindo brevemente o trajeto da Gangue do Agasalho. Contudo, antes que ela pudesse se preparar para o seu salto, um barulho estridente alcançou seus ouvidos. A jovem grunhiu e encolheu-se conforme o som, que parecia perfurar seus tímpanos, reverberava pela máscara.

Como se aquilo não bastasse, as lentes de seu uniforme começaram a falhar. A cidade diante de seus olhos ficou desestabilizada, a imagem oscilante e ruidosa, as cores saturadas piscando. Até mesmo o holograma exibido por seu bracelete esquerdo estava instável, embora Savannah não tenha reparado naquilo. Não quando ela estava completamente desorientada, seus pensamentos oprimidos por sons agudos e ininteligíveis.