O Alienígena Cuidadoso

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Olhei para o mar com uma careta.

Isso não era bom…

E eu não era a única que pensava assim.

Havíamos chegado à Flórida e agora o único modo de chegar até o Brasil seria pelo mar, ou o ar, mas nenhuma das possibilidades parecia ser uma boa ideia.

Não tínhamos um avião, planador, helicóptero nem nada do tipo e viajar pelo mar, bem…

O mar era complicado…

Desde a chegada dos alienígenas e o que eles fizeram ao nosso planeta, o mar era um lugar praticamente morto, escuro e sem vida.

Não havia ondas, nem peixes... Até, havia alguns peixes, uns seres meio bizarros na verdade. Ninguém se aventurava a entrar no mar para saber realmente o que havia lá.

Não era seguro.

E agora, nós teríamos que viajar através do mar.

Ouvi o gorgolejo feliz de Jillian e me voltei para ela, Tazz a segurava com muito carinho, enquanto ela puxava o cabelo dele, o alien do bem, tinha um sorriso bobo no rosto.

- O que vamos fazer? - Grace sussurrou com um dos braços em volta da cintura dele.

Desde que ela, literalmente, o agarrara, eles não se separavam mais. Assim como Theo e eu, eles se ligaram, era como se ninguém mais existisse quando eles estavam juntos, eu, claro, conhecia esse sentimento muito bem. Quando Theo olhava para mim, sabia que só eu importava no mundo todo para ele.

Tazz já agia como pai de Jillian, mas, em especial, depois que ele e Grace assumiram os seus sentimentos, eu o ouvi muitas vezes, se autointitulado de Phaakhi para a pequena princesa. Para todos nós, ele era o pai dela realmente, além de ser o marido de Grace.

- Teremos que achar um novo transporte. - Tazz anunciou olhando para a água, troquei um olhar com Tamy.

- Um novo transporte?

- Bem, seria bom se tivéssemos um avião.

- Onde arrumaríamos um avião?

- Ou um barco. - Tamy sugeriu.

Olhei para o mar com cautela.

- Seria seguro?

- Dizem que o seu povo jogou terríveis monstros no mar. - Grace murmurou olhando para Tazz que arqueou uma sobrancelha.

- Hmmm, bem improvável. Talvez durante as guerras pela conquista de seu planeta, algumas bombas caíram nos oceanos, possa ter modificado a genética dos animais marinhos.

- Ow! Sério? - ele beijou a cabeça de Jillian distraidamente.

- Bem, quando a Terra foi invadida pelo meu povo, houve muita luta, nossa tecnologia é muito mais avançada do que a dos humanos, e embora tenham tentado nos derrubar com algumas armas poderosas, foi em vão. E eu não sei, realmente, como a radiação, usada pelo seu povo, afetou o seu oceano, não sem fazer algumas pesquisas.

- Então, nós mesmos fudemos o nosso planeta?

- Em parte. A máquina de Awrooh sugou a vida, a essência principal do seu planeta, seria bem complicado de se explicar como a coisa funcionou, eu mesmo, nunca entendi. Thweorinrk deve saber explicar melhor. Mas assim como ele pretende plantar a máquina inventada pelo pai dele e que agora tentamos reconstruí-la, Awrooh
fez com a dele em Grhotkrs. Espero que a de Thweorinrk funcione melhor, e o seu planeta se recupere.

- A máquina do Awrooh não funcionou? - Tamy perguntou se sentando no chão, e eu a acompanhei.

- Em parte, nosso ar melhorou consideravelmente e o solo ficou fértil novamente, mas já era tarde demais, então nós perdemos a grande maioria de nossos animais.

Por Um Novo MundoWo Geschichten leben. Entdecke jetzt