Por Um Novo Mundo

O homem alienígena

Ok, eu estou tentando muito, muito duro não surtar com essa situação. Theo, meu Theo, o cara que me salvou da morte certa, o que é
extremamente gentil, cavalheiro e bom para mim, o cara que eu planejava praticamente estuprar aqui, o que eu sei que ele ia gostar, pelo modo como ele me beijou, é um alienígena.

Jesus eu beijei um alienígena, se existisse internet, essa informação valeria a pena ser publicada em um daqueles sites de fofoca.

Oh meu Deus isso não é bom, isso é péssimo, eu estou apaixonada por um deles. Por um alien. E não estou falando coisa com coisa também.

- Mia... - Theo ergueu a mão em minha direção e me encolhi, foi puro reflexo, o qual eu me arrependi no momento que fiz, ao ver a dor em seus olhos. Merda eu queria tanto ver seus olhos, ver o que ele sentia, pensava e agora que eu via, eu não sabia o que fazer.

- Eu vou embora. Eu sinto muito por ter me intrometido na sua vida Mia, realmente sinto, eu... Eu só vou... - assim que ele começou a falar o pânico me invadiu.

Ele não pode ir. Pelo menos não sem mim.

Sem me conter e ignorando o medo que havia sentido a pouco me agarrei a ele o envolvendo com meus braços e pernas, sabe como um macaco.

- Não, você não pode ir. - ele me encarou parecendo um pouco assustado.

- Vai me delatar aos outros? - de repente tudo fez sentido, o motivo dele evitar a todos, a razão para ele estar sempre de óculos.

Se soubessem, se o vissem, o matariam sem pensar duas vezes.

Esses homens e mulheres não se importariam nenhum pouco de ir à forra matando um alienígena. Mesmo ele tendo ficado conosco e até nos ajudado, eles não veriam o homem que Theo é, só veriam seus olhos, sua herança.

- Não, nunca faria isso com você. - me apressei em dizer, ele relaxou, mas ainda parecia ansioso.

- Eu preciso ir. - voltou a repetir, mas dessa vez ele não parecia com dor, mas sim determinado, e isso me assustou mais.

- Por quê?

- Mia, eu sou... Sou um deles, você não me odeia?

- Claro que não. Eu nunca poderia te odiar Theo, eu... Eu ainda amo você. - porra eu amo, e isso parece errado, mas certo ao mesmo tempo.

Seu povo acabou com meu planeta, me tirou minha mãe e meu pai, mas o Theo, eu só sabia que ele era diferente.

- Ama? - ele sussurrou me encarando com tanta intensidade que fez meu coração disparar.

- Embora seja errado, eu amo.

- É errado Mia, muito errado, mas... Eu também amo você.

- Vocês amam? - seu nariz enrugou, com certeza, irritado com minha pergunta, mas o que eu poderia pensar? Do povo dele eu só vi crueldade, nunca uma demonstração de carinho, ou amor.

- Claro que amamos. Nós somos muito semelhantes aos humanos, é por isso que seu planeta foi escolhido, ele é similar ao nosso.

- Por isso fomos escolhidos?

- Sim, o ar e eco sistema são praticamente o mesmo. Embora nós tenhamos diferenças, são poucas.

- Então você não tem uma cauda, nem escamas, nem nada bizarro. Né? - por favor, diga não, por favor, diga não. Eu amo o cara, mas tem coisas que uma mulher não pode lidar.

- Não Mia, fisicamente nós somos muito parecidos. - ele disse com uma risada, e suspirei de alivio.

Graças a Deus.